1934/35 - É o primeiro campeonato da história do F. C. Porto. Há dois homens indelevelmente ligados ao título - o treinador húngaro Joseph Szabo e o jogador Pinga. Começaram por ganhar 500 escudos por mês. O campeão ficou decidido no Lumiar, num empate a dois golos com o Sporting. Foi o suficiente para terminar a prova com mais dois pontos do que os leões. Pinga e Carlos Nunes foram os melhores marcadores da equipa com 12 golos cada um.
1938/39 - Foi um título sofrido. O F. C. Porto tinha um passivo de 200 contos, telefones cortados e salários em atraso. O treinador Miguel Siska foi um dos rostos do sucesso. Copiou do Salgueiros o sistema de prémios - cada vitória valia 20 escudos, o empate 10. O título decidiu-se na Constituição, onde o empate (3-3) serviu o F. C. Porto e tramou o Benfica. E onde um golo polémico anulado aos encarnados motivou o primeiro corte de relações.
1939/40 - Enquadramento - o F. C. Porto tinha ficado em terceiro lugar no regional, mas participou no campeonato por causa de uma manobra administrativa. A Federação Portuguesa de Futebol fez o alargamento à pressa, as portas abriram-se. Os portistas foram campeões e estiveram quase a consegui-lo sem derrotas, mas, a 21 de Abril de 1940, perderam no Lumiar. O Sporting venceu por 4-3 com o golo da vitória a ser marcado a 20 segundos do fim. Ângelo César, o presidente da altura, já reclamava os privilégios dos clubes de Lisboa. Na equipa distinguiam-se os croatas Petrak e Kordrnya.
1955/56 - O F. C. Porto teve um treinador marcante. Chamava-se Dorival Yustrich, era brasileiro, já tinha sido vendedor de automóveis e distinguia-se pelas regras de conduta. Não deixava os futebolistas jogarem às cartas a dinheiro, impedia-os de beberem álcool. Os portistas foram campeões com os mesmos pontos do Benfica, Jaburu marcou 22 golos, José Maria Pedroto, Hernâni e Virgílio eram nomes sonantes. Yustrich terminou o campeonato a ganhar 20 contos por mês e exigiu como prémio do título um automóvel avaliado em 170 contos. Mas foi despedido. Em Caracas, na Taça Latina, chamou "cavalo" ao tesoureiro. Queria 250 contos de luvas pelo contrato da época seguinte.
1958/59 - O defeso começou com o despedimento do treinador Luís Ferreira Alves e a chegada de Bela Guttmann. Era o começo de um mito. O F. C. Porto foi campeão com os mesmos pontos do Benfica, que precisava de marcar mais quatro golos do que os portistas na última jornada. Não marcaram. É aqui que surge o célebre caso de Inocêncio Calabote, o árbitro que fez tudo para o Benfica ser campeão. Acabou irradiado.
1977/78 - Um título muito sofrido e com sabor especial - 19 anos depois da última conquista. No banco, Pinto da Costa e Pedroto já eram uma dupla de sucesso. O F. C. Porto terminou o campeonato em igualdade pontual como Benfica. Mas fez a festa. Na recepção aos encarnados sofreu a bom sofrer - precisava do resultado, esteve a perder com um autogolo de Simões, mas Ademir empatou no fim. Foi milagre.
1978/79 - Foi o segundo bicampeonato da história do F. C. Porto. Com Pedroto ao leme, o título voltou a ser uma realidade e com mais um ponto de vantagem sobre o Benfica. O jogo decisivo jogou-se na Luz, onde os portistas empataram (1-1) com golos de Alves e Duda. E onde Marco Aurélio fracturou a tíbia e o perónio num choque com Toni. No final da época, Oliveira foi vendido para o Bétis por 36 mil contos.
1984/85 - É um título simbólico, o primeiro de Pinto da Costa na qualidade de presidente. A morte de Pedroto levou-o a contratar Artur Jorge, um jovem treinador que havia de fazer escola. A vitória na Luz com um golo de Fernando Gomes praticamente abriu as portas do campeonato. E Gomes ganhou a bota de ouro com 39 golos.
1985/86 - Mais um campeonato escrito com muito suor. Conquistado na última jornada, quando o F. C. Porto venceu o Covilhã por 4-2. Mas, ao intervalo, esteve a perder por 1-2. No Bessa, o Benfica foi derrotado pelo Boavista (1-0) e precisava do resultado para ser campeão. Foi o segundo título de Artur Jorge como treinador, que levaria a equipa à carreira triunfante da Taça dos Campeões de 1987.
1987/88 - O F. C. Porto era a imagem de marca do treinador Tomislav Ivic - uma equipa cínica e eficaz. Não praticava um futebol avassalador, mas era uma máquina de vitórias. Ganhou o campeonato com 15 pontos de vantagem sobre o Benfica - e só não fez o pleno de invencibilidade porque perdeu no terreno do Sporting. Fernando Gomes foi o melhor marcador com 21 golos. E Rui Barros começava uma ascensão meteórica.
1989/90 - Era o início de uma nova era. A geração de Viena e de Tóquio já tinha fechado um ciclo, o F. C. Porto era uma equipa rejuvenescida pela mão do regressado Artur Jorge. No defeso, Pinto da Costa contratou Dito e Rui Águas ao rival Benfica - e o avançado foi o melhor marcador com 17 golos. O título ficou praticamente decidido na vitória frente ao Sporting (3-2).
1991/92 - A primeira época de Carlos Alberto Silva, treinador brasileiro devoto de Nossa Senhora de Fátima. Montou uma equipa implacável na defesa, cínica no ataque, com a dupla Domingos-Kostadinov. Na baliza, Baía esteve 1169 minutos sem sofrer golos, recorde de eficácia nacional. Foi uma caminhada plena com mais dez pontos de vantagem sobre o Benfica.
1992/93 - O bicampeonato de Carlos Alberto Silva - mais difícil de conquistar do que o título anterior. A vantagem sobre o Benfica cifrou-se em dois escassos pontos. E os encarnados ainda contrataram Paulo Futre a pensar no milagre. Mas no jogo da Luz, o F. C. Porto empatou a zero, o resultado que convinha.
1994/95 - O primeiro título do pentacampeonato. Começou com uma jogada de Pinto da Costa - contratou Iuran e Kulkov ao Benfica e aproveitou Bobby Robson, que na época anterior tinha sido dispensado do Sporting. O F. C. Porto praticava um futebol exuberante e alegre. Era o contraste daquilo que foi o arranque do campeonato, quando Rui Filipe morreu num acidente de viação. Os dragões foram campeões com sete pontos sobre o Benfica, segundo classificado.
1995/96 - Novamente, campeão. Robson perdeu o arranque da época por causa de uma doença grave, coube a Inácio o comando técnico da equipa. Começo demolidor - oito vitórias e um empate. Regressou o inglês e a filosofia de ataque manteve-se. Numa carreira imaculada, um senão - a suspensão de Vítor Baía por desacatos com Pedro Morcela, dirigente do Campomaiorense.
1996/97 - Fecha-se um ciclo, abre-se outro. Bobby Robson e Vítor Baía mudam-se para o Barcelona, mas o F. C. Porto mantém a veia vitoriosa. Foi o primeiro tricampeonato do clube - com António Oliveira, antigo futebolista, ao comando. Era também a primeira época de Mário Jardel de dragão ao peito, um goleador de eleição.
1997/98 - Era o tetracampeonato. Com Oliveira novamente no comando, o F. C. Porto foi demolidor na primeira volta - 13 vitórias e quatro empates. Foi aí que começou a desenhar o título para gerir as emoções na recta final do campeonato. Aí, o F. C. Porto perdeu pontos inesperados, mas o Benfica nunca os soube aproveitar da melhor maneira.
1998/99 - O pentacampeonato, cinco títulos consecutivos. Com a saída de António Oliveira, o presidente Pinto da Costa fez uma aposta arrojada. Contratou Fernando Santos ao Estrela da Amadora, que se tinha notabilizado em equipas de média dimensão. Foi uma prova de fogo, mas com reflexos visíveis - o técnico até ficou conhecido como o engenheiro do penta. Só Jardel marcou 36 golos!
2002/03 - Quatro anos depois, o F. C. Porto festejava um título. Com Mourinho ao comando, que na época anterior tinha sido desviado do caminho do Benfica, a equipa surpreendeu o país e a Europa do futebol. Ganhou o campeonato, a Taça de Portugal e a Taça UEFA. Com Ricardo Carvalho, Maniche, Deco e Derlei como figuras.
2003/04 - Foi uma das equipas mais marcantes do futebol português. O F. C. Porto voltou ao topo da Europa, ganhou o campeonato e a Liga dos Campeões. Com Mourinho a mostrar que já era um dos melhores treinadores do Mundo. O título foi festejado antes de os jogadores entrarem em campo. Tudo aconteceu no hotel, onde estagiava a equipa antes do jogo com o Alverca. E tudo porque o Sporting tinha perdido pontos em Leiria.
2005/06 - Chegou Co Adriaanse, um disciplinador nato. Com ele os jogadores tinham outra conduta; com ele a equipa conheceu o 3x3x4, uma táctica vincadamente holandesa. Era o futebol de ataque com uma espinha na garganta - derrota com o Benfica nos dois jogos do campeonato. Adriaanse sempre fez valer as suas ideias e teve a coragem de prescindir de Jorge Costa e de Vítor Baía.
1939/40 - Enquadramento - o F. C. Porto tinha ficado em terceiro lugar no regional, mas participou no campeonato por causa de uma manobra administrativa. A Federação Portuguesa de Futebol fez o alargamento à pressa, as portas abriram-se. Os portistas foram campeões e estiveram quase a consegui-lo sem derrotas, mas, a 21 de Abril de 1940, perderam no Lumiar. O Sporting venceu por 4-3 com o golo da vitória a ser marcado a 20 segundos do fim. Ângelo César, o presidente da altura, já reclamava os privilégios dos clubes de Lisboa. Na equipa distinguiam-se os croatas Petrak e Kordrnya.
1955/56 - O F. C. Porto teve um treinador marcante. Chamava-se Dorival Yustrich, era brasileiro, já tinha sido vendedor de automóveis e distinguia-se pelas regras de conduta. Não deixava os futebolistas jogarem às cartas a dinheiro, impedia-os de beberem álcool. Os portistas foram campeões com os mesmos pontos do Benfica, Jaburu marcou 22 golos, José Maria Pedroto, Hernâni e Virgílio eram nomes sonantes. Yustrich terminou o campeonato a ganhar 20 contos por mês e exigiu como prémio do título um automóvel avaliado em 170 contos. Mas foi despedido. Em Caracas, na Taça Latina, chamou "cavalo" ao tesoureiro. Queria 250 contos de luvas pelo contrato da época seguinte.
1958/59 - O defeso começou com o despedimento do treinador Luís Ferreira Alves e a chegada de Bela Guttmann. Era o começo de um mito. O F. C. Porto foi campeão com os mesmos pontos do Benfica, que precisava de marcar mais quatro golos do que os portistas na última jornada. Não marcaram. É aqui que surge o célebre caso de Inocêncio Calabote, o árbitro que fez tudo para o Benfica ser campeão. Acabou irradiado.
1977/78 - Um título muito sofrido e com sabor especial - 19 anos depois da última conquista. No banco, Pinto da Costa e Pedroto já eram uma dupla de sucesso. O F. C. Porto terminou o campeonato em igualdade pontual como Benfica. Mas fez a festa. Na recepção aos encarnados sofreu a bom sofrer - precisava do resultado, esteve a perder com um autogolo de Simões, mas Ademir empatou no fim. Foi milagre.
1978/79 - Foi o segundo bicampeonato da história do F. C. Porto. Com Pedroto ao leme, o título voltou a ser uma realidade e com mais um ponto de vantagem sobre o Benfica. O jogo decisivo jogou-se na Luz, onde os portistas empataram (1-1) com golos de Alves e Duda. E onde Marco Aurélio fracturou a tíbia e o perónio num choque com Toni. No final da época, Oliveira foi vendido para o Bétis por 36 mil contos.
1984/85 - É um título simbólico, o primeiro de Pinto da Costa na qualidade de presidente. A morte de Pedroto levou-o a contratar Artur Jorge, um jovem treinador que havia de fazer escola. A vitória na Luz com um golo de Fernando Gomes praticamente abriu as portas do campeonato. E Gomes ganhou a bota de ouro com 39 golos.
1985/86 - Mais um campeonato escrito com muito suor. Conquistado na última jornada, quando o F. C. Porto venceu o Covilhã por 4-2. Mas, ao intervalo, esteve a perder por 1-2. No Bessa, o Benfica foi derrotado pelo Boavista (1-0) e precisava do resultado para ser campeão. Foi o segundo título de Artur Jorge como treinador, que levaria a equipa à carreira triunfante da Taça dos Campeões de 1987.
1987/88 - O F. C. Porto era a imagem de marca do treinador Tomislav Ivic - uma equipa cínica e eficaz. Não praticava um futebol avassalador, mas era uma máquina de vitórias. Ganhou o campeonato com 15 pontos de vantagem sobre o Benfica - e só não fez o pleno de invencibilidade porque perdeu no terreno do Sporting. Fernando Gomes foi o melhor marcador com 21 golos. E Rui Barros começava uma ascensão meteórica.
1989/90 - Era o início de uma nova era. A geração de Viena e de Tóquio já tinha fechado um ciclo, o F. C. Porto era uma equipa rejuvenescida pela mão do regressado Artur Jorge. No defeso, Pinto da Costa contratou Dito e Rui Águas ao rival Benfica - e o avançado foi o melhor marcador com 17 golos. O título ficou praticamente decidido na vitória frente ao Sporting (3-2).
1991/92 - A primeira época de Carlos Alberto Silva, treinador brasileiro devoto de Nossa Senhora de Fátima. Montou uma equipa implacável na defesa, cínica no ataque, com a dupla Domingos-Kostadinov. Na baliza, Baía esteve 1169 minutos sem sofrer golos, recorde de eficácia nacional. Foi uma caminhada plena com mais dez pontos de vantagem sobre o Benfica.
1992/93 - O bicampeonato de Carlos Alberto Silva - mais difícil de conquistar do que o título anterior. A vantagem sobre o Benfica cifrou-se em dois escassos pontos. E os encarnados ainda contrataram Paulo Futre a pensar no milagre. Mas no jogo da Luz, o F. C. Porto empatou a zero, o resultado que convinha.
1994/95 - O primeiro título do pentacampeonato. Começou com uma jogada de Pinto da Costa - contratou Iuran e Kulkov ao Benfica e aproveitou Bobby Robson, que na época anterior tinha sido dispensado do Sporting. O F. C. Porto praticava um futebol exuberante e alegre. Era o contraste daquilo que foi o arranque do campeonato, quando Rui Filipe morreu num acidente de viação. Os dragões foram campeões com sete pontos sobre o Benfica, segundo classificado.
1995/96 - Novamente, campeão. Robson perdeu o arranque da época por causa de uma doença grave, coube a Inácio o comando técnico da equipa. Começo demolidor - oito vitórias e um empate. Regressou o inglês e a filosofia de ataque manteve-se. Numa carreira imaculada, um senão - a suspensão de Vítor Baía por desacatos com Pedro Morcela, dirigente do Campomaiorense.
1996/97 - Fecha-se um ciclo, abre-se outro. Bobby Robson e Vítor Baía mudam-se para o Barcelona, mas o F. C. Porto mantém a veia vitoriosa. Foi o primeiro tricampeonato do clube - com António Oliveira, antigo futebolista, ao comando. Era também a primeira época de Mário Jardel de dragão ao peito, um goleador de eleição.
1997/98 - Era o tetracampeonato. Com Oliveira novamente no comando, o F. C. Porto foi demolidor na primeira volta - 13 vitórias e quatro empates. Foi aí que começou a desenhar o título para gerir as emoções na recta final do campeonato. Aí, o F. C. Porto perdeu pontos inesperados, mas o Benfica nunca os soube aproveitar da melhor maneira.
1998/99 - O pentacampeonato, cinco títulos consecutivos. Com a saída de António Oliveira, o presidente Pinto da Costa fez uma aposta arrojada. Contratou Fernando Santos ao Estrela da Amadora, que se tinha notabilizado em equipas de média dimensão. Foi uma prova de fogo, mas com reflexos visíveis - o técnico até ficou conhecido como o engenheiro do penta. Só Jardel marcou 36 golos!
2002/03 - Quatro anos depois, o F. C. Porto festejava um título. Com Mourinho ao comando, que na época anterior tinha sido desviado do caminho do Benfica, a equipa surpreendeu o país e a Europa do futebol. Ganhou o campeonato, a Taça de Portugal e a Taça UEFA. Com Ricardo Carvalho, Maniche, Deco e Derlei como figuras.
2003/04 - Foi uma das equipas mais marcantes do futebol português. O F. C. Porto voltou ao topo da Europa, ganhou o campeonato e a Liga dos Campeões. Com Mourinho a mostrar que já era um dos melhores treinadores do Mundo. O título foi festejado antes de os jogadores entrarem em campo. Tudo aconteceu no hotel, onde estagiava a equipa antes do jogo com o Alverca. E tudo porque o Sporting tinha perdido pontos em Leiria.
2005/06 - Chegou Co Adriaanse, um disciplinador nato. Com ele os jogadores tinham outra conduta; com ele a equipa conheceu o 3x3x4, uma táctica vincadamente holandesa. Era o futebol de ataque com uma espinha na garganta - derrota com o Benfica nos dois jogos do campeonato. Adriaanse sempre fez valer as suas ideias e teve a coragem de prescindir de Jorge Costa e de Vítor Baía.
Norberto A. Lopes - JN de 26.Maio.2007
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