quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O MILAGRE DO «AVÔZINHO»

Findo um período de alguma instabilidade caracterizado por um vaivém de treinadores, em 1958 o FC Porto inaugura o campo de treinos e recebe de braços abertos o treinador húngaro Bella Guttmann, muito apreciado em algumas paragens europeias e Sul americanas. O «avôzinho», assim apelidado pela massa associativa portista, chegou em Novembro de 1958 para substituir Reboredo que provisoriamente substituíra o treinador Otto Bumbel demitido em Outubro.

Com Guttmann ao leme, a equipa tornou-se ofensiva por excelência e logrou o imaginável: um braço de ferro com o Benfica em igualdade pontual (41 pontos). Os empates entre ambos a um golo em Lisboa e a zero no Porto, forçou a adopção do recurso ao «goal-average».
O FC Porto logrou o título pela margem tangencial de um golo. Um golo! Tão mais saboreado quanto o campeonato, renhido, arrogante, alargou o fosso de antipatias Porto-Lisboa, dictomia alicerçada no centralismo vigente.

Não perdoaram os nortenhos as alegadas manigâncias do decisivo Benfica-Cuf, prolongado muito para além do tempo regulamentar e magnânimo em grandes penalidades, expulsões e golos. Quem arbitrou? Calabote! Inocêncio Calabote, um dos vários apitos fatídicos para os azuis e brancos. Seria irradiado pela Federação Portuguesa de Futebol.

O FC Porto defrontou nesse 22 de Março de 1959 o Torreense, com o treinador adjunto do Benfica no banco dos adversários.
Crentes dessa tramóia, o título foi empolgadamente festejado na cidade do Porto pelos adeptos portistas que saíram às ruas para vitoriar o feito.

Na foto, da esquerda para a direita em cima: Manuel Pinho, Albano Sarmento, Bella Guttmann (Treinador), Virgílio, Luis Roberto, Ângelo Sarmento, Monteiro da Costa, Miguel Arcanjo, Américo e Acúrsio Carrêlo; Em baixo: Hernâni, Pedroto, Barbosa, Osvaldo Silva, Perdigão, Gastão, Carlos Duarte, Noé, António Teixeira e António Morais.

Fonte: Livro de Ouro do Diário de Notícias

Um comentário:

dragao vila pouca disse...

Avôzinho traiçoeiro, que trocou o F.C.Porto pelo Benfica, com umas artimanhas à mistura e ainda por cima, voltou depois ao F.C.Porto e era o treinador, quando aconteceu a dramática morte do Pavão.
Quando deixou os vermelhor rogou-lhes umas pragas de que eles nunca mais recuperaram.
Um abraço