sábado, 28 de fevereiro de 2009

PORTO DE SEGUNDA PARA CONSUMO INTERNO

FICHA DO JOGO

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As expectativas eram elevadas face ao comportamento de ambas as formações nos seus compromissos europeus. O FC Porto em alta, ao contrário do Sporting, «na fossa» depois do descalabro frente aos bávaros, indiciava um encontro entre estes rivais com algum desequilibro.

Alguns adeptos portistas fizeram alarde, durante o resto da semana, à boa exibição alcançada em Madrid e logo partiram para um insensato optimismo, reforçado pela derrota copiosa do Sporting em casa frente ao Bayern de Munique. Esperavam certamente nova humilhação, agora no Dragão.

Mas quem anda no futebol há longos anos, como eu, está perfeitamente avisado que as aparências, nesta modalidade, raras vezes se confirmam.

O que aconteceu hoje no Dragão ilustra exactamente esta minha perspectiva, que aliás tive ocasião de expressar previamente, no comentário que produzi no blogue do Vila Pouca, no sua antevisão a este encontro.

O FC Porto entrou determinado no jogo, produziu 20 minutos de futebol ofensivo, dinâmico, frenético, insistente e rápido, na tentativa de criar espaços e desequilíbrios que lhe garantissem supremacia no marcador. Contudo, a boa organização defensiva do Sporting, aliada à tolerante actuação do homem do apito que permitiu que os defesas sportinguistas usassem a abusassem do jogo faltoso e em alguns casos violento, com destaque especial para o reincidente Pedro Silva, evitaram que o perigo chegasse até às suas redes. Aos 11' o FC Porto produziu aquele que terá sido o lance mais perigoso junto da baliza leonina, com Rodriguez a cabecear forte e Pereirinha a safar, também de cabeça sobre a linha fatal.

Depois o FC Porto foi perdendo o fulgor e o Sporting começou a equilibrar, conseguindo momentos de supremacia. Criou a oportunidade mais flagrante por Liedson que fez a bola esbarrar na trave aos 39 minutos.

Os Dragões sentiram então dificuldades em ligar o seu jogo, perdendo muitos lances à custa de passes errados, com Lucho muito apagado, Hulk espartilhado, sem espaço, Lisandro pouco esclarecido e lá atrás Pedro Emanuel a acusar a veterania. O Primeiro tempo acabou com três remates portistas dos quais apenas um fez perigar a baliza forasteira.

O regresso ao relvado fez-se sem grande inspiração de parte a parte. O jogo baixou de qualidade, a capacidade física piorou, o encontro tornou-se ainda mais disputado, com muitas faltas e muita quezília, mas longe das balizas.

Destaque para Cristian Rodriguez, o melhor jogador em campo, pelo inconformismo, pela capacidade física, pela entrega e pela raça.

O negativo deste encontro, a incapacidade do árbitro João Ferreira no julgamento das jogadas faltosas, permitindo a toada sarrafeira com que o Sporting começou o jogo. Evidentemente que os jogadores portistas tiveram de responder, mas por isso foram penalizados. Jamais conseguiu impôr disciplina. Foi um autêntico «banana». Sem classe!

Um comentário:

dragao vila pouca disse...

Mais do mesmo.

Mais um resultado negativo, mais uma fraca exibição, mais uma exibição que frustrou as expectactivas, que estavam altas depois do bom jogo - mau resultado - de Madrid.
Tudo começa nas opções de Jesualdo: se na capital espanhola ainda se percebe a entrada de P.Emanuel - faltavam pouco mais de 10 minutos, o resultado era
razoável e havia a perspectiva do Atlético dar tudo por tudo -, ontem, não encontro nenhuma justificação.
Que ganhou o F.C.Porto, com P.Emanuel a defesa lateral-direito? Ganhou solidez defensiva? Não, não ganhou, porque o capitão portista tem tendência para fechar no meio, deu espaço e abriu autênticas auto-estradas, por onde o Sporting atacou e criou mais perigo. Ganhou alguma coisa ofensivamente? Não, não ganhou, porque P.Emanuel raramente passa o meio-campo. Então porque jogou o Nº3 a lateral? Porque Jesualdo tem medo, não arrisca nada e mesmo sabendo que uma vitória, significaria um grande passo em frente na luta pelo título, a mensagem que o treinador do Tricampeão transmitiu, foi de receio, temor, excessivo respeito, de uma equipa, que na quarta-feira tinha levado 5-0 do Bayern. Não pensar que seriam favas contadas ou que a vitória seria fácil, de acordo, mas nem tanto à terra nem tanto ao mar.
O que fez Jesualdo para ganhar?
Alguém percebe, que as substituições, tenham sido feitas - com excepção da entrada de T.Costa para saída de Cissokho, lesionado -, a 7 e 1 minutos do fim? Que poderiam fazer Farías e Tarik, senão queimar tempo?
Estamos, como em 2004/2005, a entregar o ouro aos bandidos. Assim vai ser muito complicado ganhar a Liga.
Não foi assim que o F.C.Porto construiu o seu prestígio e se tornou cá dentro e lá fora, uma equipa temida, respeitada e ganhadora.

Um abraço