ANTÓNIO ARAÚJO começou a jogar futebol no União de Paredes, Clube da sua terra natal, ingressando no FC Porto aos 19 anos.
Avançado de «dribling» curto e desconcertante, a facilidade, potência e colocação dos seu remates valeram-lhe a conquista de um lugar na equipa e o carinho e admiração do público. Ao lado de Pinga construiu uma carreira bonita, ainda que relativamente curta, com dois episódios dramáticos a assombra-la e a apressarem o abandono da actividade.
Avançado de «dribling» curto e desconcertante, a facilidade, potência e colocação dos seu remates valeram-lhe a conquista de um lugar na equipa e o carinho e admiração do público. Ao lado de Pinga construiu uma carreira bonita, ainda que relativamente curta, com dois episódios dramáticos a assombra-la e a apressarem o abandono da actividade.
Autor de muitos e belos golos, Araújo foi o melhor marcador do Campeonato Nacional de 1947/48, com 38 golos.
Também associou o seu nome a um feito histórico do Clube. A vitória sobre aquela que era a melhor equipa do Mundo, o Arsenal de Londres. Do resultado, 3-2 a favor do FC Porto, tão memorável quanto impensável, Araújo deixou a sua marca ao concretizar dois golos.
Com a camisola da Selecção Nacional, que representou por nove vezes, fez seis golos, dois dos quais numa estrondosa vitória de Portugal sobre a Espanha, por 4-1, em 26 de Janeiro de 1947, no que constituiu a primeira vitória sobre os espanhóis. Nessa altura a Selecção Nacional era designada, no Norte, com algum sarcasmo, como «Sport Lisboa e Araújo», por ser habitual a presença solitária do interior portista no «onze» titular.
Também associou o seu nome a um feito histórico do Clube. A vitória sobre aquela que era a melhor equipa do Mundo, o Arsenal de Londres. Do resultado, 3-2 a favor do FC Porto, tão memorável quanto impensável, Araújo deixou a sua marca ao concretizar dois golos.
Com a camisola da Selecção Nacional, que representou por nove vezes, fez seis golos, dois dos quais numa estrondosa vitória de Portugal sobre a Espanha, por 4-1, em 26 de Janeiro de 1947, no que constituiu a primeira vitória sobre os espanhóis. Nessa altura a Selecção Nacional era designada, no Norte, com algum sarcasmo, como «Sport Lisboa e Araújo», por ser habitual a presença solitária do interior portista no «onze» titular.
Fontes: 100 Anos de História, de Álvaro Magalhães e Manuel Dias; Figuras & Factos de J. Tamagnini Barbosa e Manuel Dias
2 comentários:
Descobri isto na net sobre o Araújo e se não te importas, deixo-o aqui no comentário, porque como não sou daqueles tempos não posso dizer nada:
«Doença de rins» na garganta
Só que o maior contratempo era intransponível — e de súbito arrefeceu esperanças:
Araújo, que fora descoberto para o futebol pelo padre Marcelino da Conceição — portista
tão apaixonado que, para angariar fundos para o Estádio das Antas, lançou uma insólita...
caderneta, que, imaginosamente, rendeu quase mil dos 7500 contos gastos nas obras —,
sofreu misteriosa doença Ensarilhado em problemas, diagnosticado por médicos vários,
não entrevia melhoras. Antes pelo contrário. Afagava mágoas dedicando-se à columbofilia,
que era outro dos seus prazeres e pela vida fora continuaria a ser. Os portistas suspiravam
por ele. Estado de choque, quando o Centro de Medicina do Porto, implacável, traçou o
destino do jogador em quem se centravam todas as ilusões de vencer o triste fado em que
o F. C. Porto se enredara: liquidado para o futebol. Sem mais. Por um feliz acaso, um
médico portuense, José Fernandes, descobriu-lhe a origem da mazela: «A grande lesão
que eu tinha nos rins não era nos... rins. Era na garganta. Era uma lesão crónica que me
fazia engolir o pus que dela dimanava. E era esse maldito pus que me provocava o
sofrimento nos rins, no qual os médicos do Centro de Medicina encontraram o motivo para
a reprovação.»
Araújo regressaria à equipa, à 5.ª jornada do Campeonato de 1950/51. Contra o Benfica.
Na Constituição. O F. C. Porto ganhou por 5-2 e, mais que os cinco golos, estrondeou a
euforia nas bancadas quando Araújo, como se fora um herói renascido, deixou o campo.
Fora apenas autorizado a jogar sob vigilância médica, por ainda se suspeitar de padecer
de nefrite crónica.
Continua
Continuação:
«Mas nunca mais voltou a ser quem fora. Jamais voltaria à Selecção. O F. C. Porto
ofereceu-lhe festa de despedida em Fevereiro de 1953. Peyroteo fez intervalo na sua
sabatina futebolística e voltou a jogar. Com as lágrimas nos olhos e os filhos ao colo,
Araújo deu-lhe a medalha que o clube mandara gravar em prata especialmente para si.
Mas, porque o futebol ainda era paixão, Araújo não esteve muito tempo parado.
Humildemente, regressou aos campos. Pelo União de Paredes. E em 1959 ainda lá jogava.
E marcava muitos golos. Era a sua sina. Continuava funcionário da Câmara e columbófilo.
E assim continuaria pela vida fora...
Arsenal de prata
Os bilhetes custavam 80 escudos. Preço ainda assim
alto para acontecimento que era de mundanismo. Para
irem ao Estádio do Lima os portuenses vestiram os seus
melhores fatos e muitas senhoras sentaram-se nas
bancadas como se estivessem na ópera. Ao F. C. Porto
restava a última oportunidade de salvar a honra da
Pátria, beliscada em Lisboa pelos jogadores do Arsenal,
então considerada a melhor equipa do Mundo.
Naquele dia 7 de Maio de 1948 reeditou-se a lenda de David e Golias. O F. C. Porto, que
aos 30 minutos já vencia por 3-0, ganhou. Por 3-2. Após resistência heróica. Os golos
couberam, dois, a Correia Dias, um avançado-centro que pesava quase... 100 quilos, e a
Araújo. Em A BOLA escreveu-se: «Meia hora de futebol diabólico destroçou a equipa
londrina.» E os ingleses mostravam-se deslumbrados com o perfume de classe do futebol
de Araújo, que disseram ser avançado para jogar em qualquer equipa do Mundo. Houve
mesmo quem lhe piscasse o olho. Torceu o nariz. Nem sequer uma fortuna bastaria para o
retirar da pacatez de Paredes. Eram assim, românticos, os jogadores de 40...
Pelo desempenho contra o Arsenal talvez Araújo merecesse um busto na sede do F. C.
Porto. Houve mesmo quem fizesse circular a ideia. Mas outra, mais sentimental, mais
épica, se levantou: abrir uma subscrição pública para compra de troféu que perpetuasse
aquela tarde de glória portista. Assim se fez a grandiosa Taça do Arsenal, na qual se
gastaram 130 quilos de prata. Custou 200 contos, exactamente a importância que se
arrecadara ao longo de todo um ano de colectas. Os portistas ofereciam, assim, a si
próprios o maior troféu do Mundo. Continua a sê-lo. Mas muito mais que os 250 quilos da
obra, valeu a inesquecível tarde de magia no Lima. Que foi, se calhar, também a tarde de
maior relumbre de Araújo. Muito mais que aquela em que os seus dois golos contribuíram
para a primeira vitória de Portugal sobre a Espanha. Quando a Selecção era Sport Lisboa
e... Araújo.»
Um abraço
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