terça-feira, 9 de dezembro de 2008

CONTRA OS CANHÕES MARCHAR, MARCHAR.

Os «gunners» são os próximos adversários a deslocar-se ao Dragão na próxima Quarta-feira, em jogo que vai definir a classificação final de ambos os conjuntos, no grupo G da Champions League.

O Arsenal é primeiro classificado do grupo e o FC Porto segundo, ambos já qualificados para os oitavos-de-final. Os ingleses golearam no Emirates Stadium, demonstrando uma superioridade que dificilmente poderá ser posta em causa. Mas o futebol é, como se sabe, fértil em surpresas e acreditar pode ser meio caminho andado. A outra metade pode ter a ver com o facto de Arsène Wenger ter, aparentemente, subestimado os Dragões ao prescindir de peças importantes da sua equipa como Sagna, Adebayor e Van Persie e também não poder contar com o concurso de Nasri e Fabrégas, lesionados. Ausências importantes que de alguma forma servirão para equilibrar o confronto.

Digo equilibrar porque reconheço não ser o momento do FC Porto ainda o ideal, continuando a equipa à procura de soluções para ultrapassar as dificuldades latentes que nem os resultados positivos conquistados ultimamente conseguem disfarçar.

Esta competição é exigente e não se compadece com indefinições.

Os azuis e brancos poderão jogar quase na máxima força, libertos de castigos, apenas a braços com a lesão de Sapunaru, ausente por isso deste jogo.

Helton, Nuno, Fucile, Rolando, Bruno Alves, Lino, Stepanov, Pedro Emanuel, Fernando, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Guarín, Tomás Costa, Lisandro Lopez, Hulk, Cristian Rodríguez, Mariano Gonzalez e Tarik Sektioui são os eleitos de Jesualdo Ferreira.

EQUIPA PROVÁVEL

Com o objectivo concretizado na jornada anterior na Turquia, cabe ao FC Porto defender a honra e o prestígio, porque joga em casa, porque é bicampeão europeu, porque o Arsenal se apresenta desfalcado e sobretudo pela ambição de fazer sempre melhor e poder ser por isso o primeiro do grupo.

Ninguém pense que será fácil. A responsabilidade é maior. Espero um Porto à altura dos seus pergaminhos. Que no final possamos cantar: Contra os canhões marchar, marchar!

Jogo no Estádio do Dragão - 10 de Dezembro de 2008 às 19:45 h
Arbitro: Kyros Vassaras - Grécia
Transmissão televisiva: Sport.Tv1

sábado, 6 de dezembro de 2008

3-0? RESULTADO ENGANADOR!

FICHA DO JOGO

(Clicar para ampliar)

Quem não tivesse visto o jogo e só soubesse o resultado no final ficaria certamente convencido que o FC Porto tinha feito um jogo dominador e vencido sem grandes dificuldades.

Ora a verdade não foi essa. Os tricampeões nacionais sentiram mesmo grandes dificuldades e só depois do primeiro golo o Setúbal entregou os pontos, entrando numa fase de desorientação que lhe valeu uma derrota por números que, pelo que havia feito até aí, se pode considerar penalizadora.

Os Dragões continuam a atravessar uma fase de grande indefinição principalmente contra equipas bem arrumadas no seu meio campo. É notória a falta de desequilibradores, de transportadores de bola, de jogadores cerebrais e de matadores. Lucho e Lisandro tardam a regressar à forma que os notabilizaram, Rodriguez está longe de se mostrar influente e a defesa continua a comprometer face à macieza que partilha com o meio campo.

Apesar da vitória importante para manter o FC Porto na corrida pelo tetra, a exibição de hoje deve ser encarada como preocupante, tendo até em conta o próximo jogo para a Liga dos Campeões. Não estará em causa a qualificação, como se sabe, mas jogar-se-à mais uma vez o prestígio. Espero que o jogo de hoje tenha sido apenas um mau ensaio.

Voltando ao jogo de hoje, reconheço que o FC Porto começou por praticar uma hora de mau futebol, sem garra, sem atitude, sem ideias e sem classe. A melhor oportunidade de golo aconteceu já depois do minuto vinte num lance em que Lisandro Lopez, com a baliza escancarada emendou, imaginem, para trás! Isso mesmo, na direcção oposta das redes da baliza! Como foi possível? Nesse período o adversário foi superior mas não conseguiu marcar, felizmente.

Aos 66' Bruno Alves virou o cariz do jogo ao marcar o primeiro golo de bola parada. A partir desse momento o Setúbal desapareceu e o FC Porto pode então construir o resultado robusto.

Em noite de desacerto torna-se difícil destacar figuras, por isso prefiro destacar alguns momentos: O arranque de Hulk na jogada do segundo golo, oferecendo o golo a Guarín e a jogada do terceiro golo com Mariano e Lucho no melhor que este jogo teve.





quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

QUASE UM MILHÃO DE EUROS!

Chegou ao Porto cotado como disciplinador por excelência, numa altura em que o plantel vivia uma crise de identidade. Foi um formador considerado no seu país e talvez por isso Pinto da Costa entendeu ser uma boa solução para relançar a equipa.

Ao nível profissional nunca tinha ganho nada pelo que treinar a equipa principal do FC Porto, bi campeão do mundo e bi campeão europeu era o mesmo que entregar um Ferrari a um amador.

Pegou na equipa com coragem, firmeza e convicção, mas também com ingenuidade. Cometeu erros de palmatória e por isso sentiu na pele as exigências de uma massa adepta habituada a bom futebol aliado a bons resultados. Foi assobiado, viu lenços brancos e pedradas na sua viatura. Derrapagens naturais de quem não estava habituado a conduzir a «máquina potente» que tinha entre mãos.

Custou a adaptar-se mas após algumas correcções de condução lá encontrou a melhor forma de levar o seu Ferrari para o caminho desejado, a vitória.

Finalmente saboreou o trago doce dos títulos. Contudo, a impreparação para lidar com o êxito toldou-lhe o espírito e desatou a disparatar. Por alturas da nova pré época começou por admitir possuir um grupo de grandes recursos para pouco tempo depois concluir que afinal se tratava de um grupo banal, só porque lhe foi negada a contratação do seu compatriota Vennegor of Hesselink, um avançado em quem depositava uma confiança inabalável. Daí até à fuga foi um pequeno passo.

O condutor acusou a responsabilidade de conduzir o Ferrari que lhe tinha sido confiado e nada habituado ao esterlato preferiu não se expor a novo teste e desertou arrastando consigo o adjunto que trouxera, deixando a equipa entregue a Rui Barros a pouco dias da disputa da Supertaça Cândido de Oliveira.

O FC Porto não se conformou e recorreu ao Juíz Único do Comité do Estatuto do Jogador da FIFA que lhe deu razão. Adriaanse recorreu então para o Tribunal Arbitral do Desporto que também o condenou.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O MILAGRE DO «AVÔZINHO»

Findo um período de alguma instabilidade caracterizado por um vaivém de treinadores, em 1958 o FC Porto inaugura o campo de treinos e recebe de braços abertos o treinador húngaro Bella Guttmann, muito apreciado em algumas paragens europeias e Sul americanas. O «avôzinho», assim apelidado pela massa associativa portista, chegou em Novembro de 1958 para substituir Reboredo que provisoriamente substituíra o treinador Otto Bumbel demitido em Outubro.

Com Guttmann ao leme, a equipa tornou-se ofensiva por excelência e logrou o imaginável: um braço de ferro com o Benfica em igualdade pontual (41 pontos). Os empates entre ambos a um golo em Lisboa e a zero no Porto, forçou a adopção do recurso ao «goal-average».
O FC Porto logrou o título pela margem tangencial de um golo. Um golo! Tão mais saboreado quanto o campeonato, renhido, arrogante, alargou o fosso de antipatias Porto-Lisboa, dictomia alicerçada no centralismo vigente.

Não perdoaram os nortenhos as alegadas manigâncias do decisivo Benfica-Cuf, prolongado muito para além do tempo regulamentar e magnânimo em grandes penalidades, expulsões e golos. Quem arbitrou? Calabote! Inocêncio Calabote, um dos vários apitos fatídicos para os azuis e brancos. Seria irradiado pela Federação Portuguesa de Futebol.

O FC Porto defrontou nesse 22 de Março de 1959 o Torreense, com o treinador adjunto do Benfica no banco dos adversários.
Crentes dessa tramóia, o título foi empolgadamente festejado na cidade do Porto pelos adeptos portistas que saíram às ruas para vitoriar o feito.

Na foto, da esquerda para a direita em cima: Manuel Pinho, Albano Sarmento, Bella Guttmann (Treinador), Virgílio, Luis Roberto, Ângelo Sarmento, Monteiro da Costa, Miguel Arcanjo, Américo e Acúrsio Carrêlo; Em baixo: Hernâni, Pedroto, Barbosa, Osvaldo Silva, Perdigão, Gastão, Carlos Duarte, Noé, António Teixeira e António Morais.

Fonte: Livro de Ouro do Diário de Notícias

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

DE VITÓRIA EM VITÓRIA ENCHE O DRAGÃO O PAPO


FICHA DO JOGO


Afastada que foi a mini crise que nos afastou de uma longa liderança, o FC Porto parece ter encontrado o norte, que é como quem diz um novo ciclo de vitórias que certamente, mais tarde ou mais cedo acabará por o guindar ao lugar a que está habituado, o primeiro.

O jogo de hoje não tendo constituído uma excelente prestação, muito por culpa da Académica que se apresentou no Dragão muito bem organizada defensivamente, tapando os caminhos da sua baliza, limitando as linhas de passe e encurtando espaços, foi no entanto demonstrativo da confiança e querer dos jogadores azuis e brancos que tudo fizeram para conseguir uma vitória merecida que peca por escassa.

A lentidão da manobra portista foi, durante o primeiro tempo, um dos principais erros em que a equipa incorreu prejudicando o caudal ofensivo que sempre praticou, inviabilizando a construção de oportunidades dignas de golo, que diga-se em abono da verdade só logrou aos 24', de bola parada e concretizada por Rodríguez de cabeça na pequena área. Nesse período consentiu o empate num lance raro de contra-ataque estudante, muito facilitado pela defesa portista.

Voltou dos balneários mais esclarecido, mais veloz, mais dominador e por isso muito mais perigoso, deixando o adversário sem grandes soluções para travar essa fúria. O golo apareceu fruto dessa atitude num lance bem conduzido por Hulk que depois de vencer a oposição contrária cruzou atrasado para, em posição central, aparecer Raúl Meireles a atirar forte para as redes forasteiras. Outras ocasiões foram criadas mas também desperdiçadas. Até uma grande penalidade! Lucho ainda com níveis de forma e confiança muito reduzidos, não teve a felicidade pelo seu lado. A bola rematada mais em jeito do que em força foi caprichosamente beijar o poste.

O resultado acabou por não se alterar nem mesmo com a expulsão justa de Sougu aos 63'.

Os destaques vão para as prestações de Fucile, Raúl Meireles, Lisandro Lopez e Hulk, este para mim o melhor em campo.



domingo, 30 de novembro de 2008

FUTEBOL CATEDRÁTICO PARA RECEBER ESTUDANTES

Com o jogo da jornada 9 da Liga Sagres adiado para o dia 17 de Dezembro, o FC Porto prepara-se para receber no seu estádio a Académica de Coimbra no âmbito da 10ª jornada.

Pedro Emanuel é a baixa por lesão mais sonante. Sapunaru e Fucile recuperados de lesões estão aptos para o jogo bem como Lucho Gonzalez que volta à equipa.

São os seguintes os jogadores convocados: Helton, Nuno, Sapunaru, Rolando, Bruno Alves, Fucile, Stepanov, Lino, Fernando, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Guarín, Tomás Costa, Mariano Gonzalez, Lisandro Lopez, Hulk, Cristian Rodríguez e Farías.

EQUIPA PROVÁVEL

Esperamos evidentemente uma exibição à medida dos pergaminhos do Clube e um resultado favorável às pretensões legítimas do desejado tetracampeonato, ainda no horizonte, apesar do atraso registado nesta altura.

O jogo vai disputar-se no Estádio do Dragão, Segunda-feira dia 01.Dez.2008 às 18:15 h.
Àrbitro designado: Elmano Santos - A.F. Madeira

Transmissão televisiva: SportTv1

sábado, 29 de novembro de 2008

O FC PORTO NA CHAMPIONS LEAGUE

A prova rainha da Europa do futebol é como sabemos a Liga dos Campeões Europeus que começou a disputar-se na época de 1955/1956, num modelo completamente diferente do actual (Eliminatórias em dois jogos até à final disputada num só jogo). Chamava-se então a Taça dos Clubes Campeões Europeus onde apenas tinham acesso os campeões de cada um dos campeonatos europeus que nela se inscreviam.

Esta prova tem vindo, ao longo dos anos, a sofrer alterações quer quanto ao seu formato quer quanto ao seu acesso.

Actualmente o acesso é limitado de acordo com o coeficiente da UEFA (Ranking dos países que disputam os seus campeonatos) dos últimos cinco anos. Quanto maior for esse coeficiente a mais vagas esses países terão direito. Deste modo, países como Espanha, Inglaterra, Itália e Alemanha por exemplo, poderão ter três, quatro ou mesmo cinco clubes a disputar a prova.

O modelo mais recente está em vigor desde 2003/2004.

Inicia-se com 3 pré-eliminatórias no fim das quais são formados oito grupos. Destes apuram -se os dois primeiros de cada. A fase seguinte é a eliminar em dois jogos (casa e fora) até à final que se disputa num só jogo.

Escrevi há dias por ocasião da terceira qualificação consecutiva, do FC Porto para os oitavos-de final da Champions League, quando ainda falta uma jornada para concluir a fase de grupos (facto que pela sua normalidade teve um tratamento discreto pela Comunicação Social), que o FC Porto era a própria história desta competição, enquanto outros, classificando-se pela primeira vez esta época fizeram história, amplamente sublinhado pela mesma Comunicação Social panfletista e propagandista, comportamento aliás a que nós portistas estamos já habituados.

Para ilustrar exactamente essa minha afirmação fiz um trabalho de pesquisa que hoje quero partilhar com todos os leitores em geral e os portistas em particular.

O FC Porto começou a disputar esta prova em 1956/1957 somando 9 presenças até 1990/1991.
Não foi feliz nas primeiras cinco participações onde não foi além da primeira ou segunda eliminatórias, mas chegou ao triunfo em 1986/1987, ao bater na final o Bayern de Munique e aos Quartos-de-finais em 1990/1991.

Em 1992/1993 o figurino foi modificado e a prova adoptou o nome de Champions League.
Com este novo visual o FC Porto tornou-se num habitué de presenças, vai já em 14.
Mais 1 título (2003/2004), 1 Meia-final (1993/1994), 1 Quartos-de-final (1996/1997) e 4 Oitavos-de-finais (2004/2005, 2006/2007, 2007/2008 e 2008/2009), foram estes os melhores registos dos Dragões.

Legenda: Pr = Presenças; J = Jogos; V = Vitórias; E = Empates; D = Derrotas; GM = Golos Marcados e GS = Golos sofridos