quarta-feira, 29 de outubro de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

PRESIDENTES DA MINHA FILIAÇÃO (PARTE II)

DR. AMÉRICO DE SÁ
Foi presidente da Direcção do FC Porto de 1972 a 1982, sucedendo a Afonso Pinto de Magalhães. Foram dez anos à frente dos destinos do Clube, exercendo um dos mais longínquos mandatos.

Advogado de profissão, fez questão de continuar a política de melhoramentos e crescimento encetado pelo seu antecessor.

São da sua gestão a construção do edifício sede do Clube junto ao Estádio das Antas (A Torre das Antas), a construção da bancada e arquibancada da maratona, que ampliou a lotação com mais 15 mil lugares e o pavilhão gimnodesportivo ao qual foi dado o seu nome, beneficiações que muito contribuíram para o acentuar da centralização das modalidades amadoras bem como dos Órgãos Sociais e serviço de atendimento.

No canto superior esquerdo o edifício sede onde se instalaram os Orgãos Sociais; Na imagem da direita o conjunto do Estádio das Antas já com a Porta da Maratona fechada pela bancada e arqui-bancada e ainda um plano aéreo da Torre das Antas; Em baixo, ao fundo a bancada e arqui-bancada vista por fora. No seu interior funcionava a Secretaria do Clube e o atendimento aos sócios. No canto inferior direito o Pavilhão Gimnodesportivo Dr. Américo de Sá, tendo à esquerda em primeiro plano as piscinas cobertas na frente do pavilhão gimnodesportivo de treinos (estas duas obras do tempo de Afonso Pinto de Magalhães)

Em termos desportivos fica o registo da germinação da viragem do FC Porto rumo à hegemonia do futebol nacional, numa inversão de ciclo, ainda que bruscamente interrompida por factores que adiante aludirei.

Para tal muito contribuiu a reforma que encetou no Departamento de Futebol, com a chefia a ser entregue a Pinto da Costa que convidou José Maria Pedroto para ser o treinador da mudança.

A aposta viria a dar frutos com os títulos de Bicampeão nacional 1977/1978 e 1978/1979, quebrando um prolongado jejum de 19 anos e ainda com a conquista da Taça de Portugal de 1976/1977.

Não foi capaz de evitar a polémica numa altura em que Pinto da Costa e Pedroto saíram a terreiro para denunciar a podridão em que se encontrava mergulhado o futebol nacional, numa cruzada sem precedentes contra o "status-quo" que beneficiava descaradamente os clubes de Lisboa, mais tarde entitulada pelos pasquins da capital como o tempo do futebol transparente(!!!).

O Presidente, na altura acumulando o cargo de deputado pelo CDS na Assembleia da República, pressionado pelos deputados dos clubes rivais, tentou desmobilizar os representantes portistas dessa "guerra", provocando mal-estar quer no seio da massa adepta que se dividiu quer no seio do Departamento de Futebol Profissional, levando mesmo ao afastamento da equipa técnica, de Pinto da Costa e de alguns jogadores que não pactuaram com a falta de solidariedade do responsável máximo do Clube.

Foi o chamado «Verão quente de 1980» que constituiu a maior clivagem da história do FC Porto.

Tal atitude provocou o inevitável desgaste da figura de Américo de Sá que viria a sair em 1982.

Foi eleito Presidente Honorário por deliberação da Assembleia-geral de 9 de Novembro de 1979 e distinguido com o Dragão de Ouro.

Faleceu em Setembro de1989 após prolongada doença.

domingo, 26 de outubro de 2008

GRANDE LIÇÃO DE EFICÁCIA!


FICHA DO JOGO

(Clicar no quadro para ampliar)

Concretizar ou não, eis a questão!

É no fundo a grande lição a recolher do que se passou no Dragão. De um lado uma equipa laboriosa, mal a defender, com vontade de ganhar, pouco discernida, porfiada nas acções ofensivas mas demasiado perdulária. Do outro uma equipa unida, coesa, paciente, solidária e sobretudo eficaz.

O Leixões foi mesmo um justo vencedor pois soube explanar em campo um futebol bem elaborado, com os seus jogadores bem posicionados, a trocarem muito bem a bola, com a lição bem estudada, sabendo que a natural menor posse de bola teria de ser rentabilizada o melhor possível. E foi assim mesmo. Logo aos três minutos, aproveitando a passividade da defesa portista Bruno China introduziu a bola nas redes azuis e brancas sem apelo nem agravo.

Estavam abertas as hostilidades apesar de haver muito tempo pela frente. Só que as fragilidades ofensivas dos bicampeões mais uma vez vieram ao de cima com Lucho Gonzalez e Rodriguez a acumular passes transviados prejudicando a manobra da equipa à procura do golo do empate, que poderia ter surgido primeiro por Lisandro e mais tarde por Rolando que não atinaram com a baliza. Lino começava a demonstrar algum nervosismo alinhando num churrilho de cruzamentos ora para fora ora demasiado compridos.

A máxima do futebol de que quem não marca sofre voltou a cumprir-se ao minuto 29 com Braga, um dos melhores jogadores em campo, depois de uma troca de bola entre quatro jogadores leixonenses a aparecer livre de marcação solto na área para com um remate certeiro bater Nuno pela segunda vez.

Hulk ainda fez ressurgir a esperança da recuperação quando se viu travado em falta na área de rigor, com o àrbitro do encontro a assinalar prontamente a falta merecedora de grande penalidade que Lucho Gonzalez converteu.

Veio a segunda parte e o FC Porto voltou a carregar no acelarador. Era necessário correr atrás do prejuízo e foi isso que aconteceu. Lisandro Lopez, lançado pela esquerda por Tomás Costa, driblou um adversário fletiu para a baliza e desferiu remate certeiro, colocando o marcador em igualdade a dois golos e fazendo renascer a esperança na reviravolta no marcador.

O Leixões não se desuniu e continuou a praticar o seu futebol certinho a defender e a explorar o contra-ataque, mais facilitado pelas alterações que Jesualdo promoveu. Já tinha saído Lino aos 31' com a sua posição a ser ocupada por Tomás Costa e aos 63' também Sapunaru deu o lugar a Mariano Gonzalez que se foi colocar à esquerda derivando o compatriota para a direita. Uma defesa mesmo a jeito para o que viria a seguir. Primeiro Zé Manel a aparecer isolado e a bater Nuno com o árbitro auxiliar a levantar a bandeirola assinalando fora de jogo que não existiu e mais tarde Braga a aproveitar um ressalto de bola que o apanhou em posição frontal livre de marcação, perto do semi-círculo, desferindo um soberbo remate que não deu hipóteses a Nuno.

Foi o balde de água gelada a cair sob as hostes portistas. A eficácia leixonense a marcar pontos enquanto os Dragões voltavam a desperdiçar por Lucho Gonzalez aos 88' uma derradeira oportunidade com a bola a esbarrar no poste da baliza de Beto.

Tomás Costa foi para mim o melhor portista, num conjunto de exibições modestas a denotar um momento preocupante de forma.

sábado, 25 de outubro de 2008

QUE A CHAMA DO DRAGÃO SEJA BEM FORTE

A 6ª jornada da Liga Sagres vai trazer ao Dragão a aguerrida equipa do Leixões, treinada por José Mota.

Depois do desaire europeu frente ao Dínamo de Kiev, compete aos atletas azuis e brancos demonstrar que os níveis de confiança não se encontram afectados, mantendo inalteráveis os objectivos de chegar, com maior ou menor dificuldade, ao ambicionado Tetra.

Compete-nos a nós, apaixonados por este fenómeno desportivo e simultâneamente adeptos deste grandioso Clube, esquecer os momentos menos bons, desvanecer divergências técnico-tácticas, oferecendo o nosso incondicional apoio no sentido de facilitar tal desiderato.

Sabemos que a equipa não atravessa um grande momento em função dos percalços que principalmente a nível internacional têm acontecido; Sabemos que abundam nas bancadas os impacientes de assobio fácil; Sabemos que é mais fácil apoiar quando nos encontramos em bom momento, mas também sabemos que é nos piores que os atletas mais necessitam das nossas manifestações de apoio e da transmissão da nossa confiança para os tornar mais fortes. Por isso cumpramos a nossa missão de adeptos nem que seja à custa da anulação dos nossos direitos de espectadores pagantes de um espectáculo que ambicionamos de qualidade e com resultado a condizer.

No que me diz respeito confesso que prefiro juntar o útil ao agradável, no entanto se não for possível conciliar, então que pelo menos se cumpra o essencial, a vitória.

Jesualdo Ferreira continuou a deixar de fora da convocatória o guarda-redes Helton, aparentemente por opção técnica, Fucile a braços com arreliadora lesão e Tarik que deu lugar a Candeias.

Lista completa dos convocados: Nuno, Ventura, Sapunaru, Rolando, Bruno Alves, Lino, Pedro Emanuel, Fernando, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Guarín, Tomás Costa, Mariano Gonzalez, Lisandro Lopez, Cristian Rodríguez, Farías, Hulk e Candeias.

EQUIPA PROVÁVEL

Jogo no Estádio do Dragão, hoje às 21:00 h
Árbitro: Paulo Baptista - A.F. de Portalegre
Transmissão: SportTv1

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Comecei esta rubrica com os êxitos pós filiação no Clube, que recordo aconteceu no ano de 1969.
Evocadas que foram as conquistas, para mim mais emblemáticas, também os palcos dos sonhos, é agora a vez dos timoneiros.

OS PRESIDENTES DA MINHA FILIAÇÃO (PARTE I)

Três foram os Presidentes que conheci e acompanhei desde 1969, razão pela qual decidi dividir este tema por outras tantas partes.

AFONSO PINTO DE MAGALHÃES

Era o presidente do FC Porto no ano em que me tornei sócio.

Banqueiro de profissão, foi um portista dedicado ao seu Clube. Ocupou cargos de Presidente do Conselho Fiscal nos biénios de 1955/56 e 1965/66 e de Presidente da Direcção em dois mandatos, de 1967 a 1971.

Como Presidente teve uma acção especialmente relevante na melhoria das instalações envolventes do Estádio das Antas.

Com ele, o FC Porto viu nascer o primeiro pavilhão gimnodesportivo, destinado às actividades amadoras, um espaço amplo coberto onde passaram a treinar várias modalidades, até aí dispersas pela cidade e arredores.

Foi também com ele que surgiu o complexo de piscinas cobertas que substituíram o tanque existente, dando um impulso importante à modalidade. Mandou construir novas bilheteiras na frente do Estádio, mais propriamente na Praceta das Antas facilitando o acesso dos espectadores com o aumento dos postos de venda.

Em Maio de 1967 inaugurou a Sala-Museu, na Sede do Clube, que ficava na Praça General Humberto Delgado, onde foram exibidos cerca de 2600 troféus.

Inaugurou nas Antas o primeiro Posto de Estomatologia instalado em clubes portugueses. Dotou o interior do Estádio das Antas com novas estruturas (Bares, Ginásios, Gabinetes, etc.).

Em termos desportivos não foi muito feliz. Os famosos torneios de Limoges em juniores e a Taça de Portugal da época 1967/1968 (a terceira do historial) foram as principais conquistas. A pior classificação de sempre aconteceu também sob a sua presidência, o nono lugar no campeonato mais a eliminação nas Antas, pelo Tirsense, da Taça de Portugal de 1969/1970.

Na foto a equipa que venceu a Taça de portugal em 1967/1968. Da esquerda para a direita, em cima: Valdemar, Atraca, Pavão, Bernardo da Velha, Sucena e Américo; Em baixo: Jaime, Djalma, Custódio Pinto, Gomes e Nóbrega.

Foi nomeado Presidente Honorário em 1893 por decisão da Assembleia-geral.

Faleceu a 29 de Janeiro de 1984. Enquanto Presidente do FC Porto, fez erguer no cemitério de Agramonte o Mausoléu, onde repousam vários nomes sonantes do Clube: Acácio Mesquita, Avelino Martins, Artur de Sousa (Pinga), José Maria Pedroto e Fernando Pascoal das Neves (Pavão), entre outros.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

MAIS UM PASSO ATRÁS!


FICHA DO JOGO

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A derrota de hoje infligida pelo Dínamo de Kiev ao FC Porto constitui mais um passo atrás nas aspirações dos bicampeões nacionais de se classificarem para os oitavos-de-final da Champions League.

Ficou hoje demonstrado, para quem ainda tinha dúvidas, que a equipa deste ano é mais fraca, menos talentosa e menos ambiciosa também.

Sem desequilibradores, os Dragões transformaram-se em presa fácil para os ucranianos que desenvolveram um futebol inteligente, muito solidário, coeso, prático e seguro. Limitaram-se quase exclusivamente ao seu jogo de controlo do adversário, passando a gerir a vantagem conseguida com alguma felicidade mas também de forma espectacular ao concretizar um livre directo batido de forma irrepreensível por Aliyev, com a bola a ganhar um estranho efeito que enganou Nuno, numa das raras oportunidades de visar com êxito a baliza azul e branca.

O FC Porto não se mostrou capaz de dar a volta ao marcador apesar do assédio cada vez mais intenso, por falta de imaginação, de descerenimento, de sorte e porque não dizê-lo de classe. A forma precipitada como procurou atacar, a ineficácia dos remates, alguns disparatados e o excesso de ansiedade contribuíram decisivamente para este desfecho.

Há jogadores muito longe do que se espera deles, como Lucho, Lisandro e Rodriguez e outros que não possuem credenciais para jogar em clubes de top.

Raúl Meireles foi para mim o que melhor comportamento teve em campo cotando-se como o melhor jogador portista.

Termino como comecei, mais um passo em falso a comprometer as aspirações de ir mais longe que a fase de grupos.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

PORTO CONFIANTE NO ATAQUE À CHAMPIONS

O FC Porto vai receber o Dínamo de Kiev para mais uma jornada da Champions League, no Estádio do Dragão, amanhã pelas 19:45 H.

Depois do descalabro de Londres, impõe-se uma atitude de campeão para mantermos acesa a chama da nossa candidatura (natural) à passagem aos oitavos-de-final da prova rainha da Europa.

Este plantel tem valor suficiente para atingir esse desiderato.

Ainda que as dificuldades que Jesualdo encontrou para preparar convenientemente este jogo tenham sido de monta face à ausência dos vários internacionais, que só esta semana se reagruparam, a confiança parece ser o espírito de todos os atletas.


Helton e Fucile são as ausências mais notadas na escolha do professor, o brasileiro por opção técnica e o uruguaio por lesão contraída ao serviço da sua selecção.

Lista completa dos convocados: Nuno, Ventura, Sapunaru, Rolando, Bruno Alves, Lino, Pedro Emanuel, Fernando, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Tomás Costa, Guarín, Lisandro Lopez, Cristian Rodriguez, Mariano Gonzalez, Hulk, Farías e Tarik Sektioui.

EQUIPA PROVÁVEL


O jogo será apitado pelo norueguês Terje Hauge e transmitido pela RTP1. Com duas jornadas disputadas o FC Porto é o 2º do Grupo G com 3 pontos, menos 1 que o Arsenal que é o lider, mais um que o Dínamo de Kiev e mais dois que o Fenerbahçe.

sábado, 18 de outubro de 2008

REPETIÇÃO NA SERTÃ


FICHA DO JOGO

(Clicar no quadro para ampliar)

A terceira eliminatória da Taça de Portugal levou o FC Porto de novo à Sertã, para defrontar o Sertanense da 3ª Divisão Nacional.

Tal como na época passada Jesualdo Ferreira utilizou os jogadores menos utilizados repetindo a goleada de 0-4.

Dado que não me foi possível assistir ao vivo a este encontro e porque também não houve transmissão televisiva, não vou tecer comentários já que considero pouco fiáveis os relatos radiofónicos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

DECEPCIONANTE

Foi decepcionante a exibição dos jogadores portugueses no jogo de ontem, realizado em Braga frente à modesta Albânia que terminou com o resultado sem golos, comprometendo seriamente as aspirações nacionais de classificação para o Mundial 2010.

Demasiado mau para ser verdade. Depois de uma derrota imerecida frente à Dinamarca num jogo que apesar do resultado negativo, transpareceu um futebol de qualidade, seguiram-se dois jogos em que os portugueses jamais conseguiram demonstrar superioridade ou classe frente a adversários mais fracos. Vergonhoso é o adjectivo mais suave para classificar o que se passou em Braga.

Ridículas foram as palavras do seleccionador nacional Carlos Queirós no final do encontro ao afirmar que Portugal iria buscar os pontos necessários para a qualificação fosse onde fosse e contra quem fosse!

Quando não se ganha em casa com este adversário...

Mais uma vez Bruno Alves e Raúl Meireles foram os portistas desta selecção, dos poucos que se salvaram do naufrágio.

Pena que o «menino bonito» não desse qualquer oportunidade ao Bruno de aplicar a sua técnica na marcação dos vários livres perto da área, reivindicando para si o estatuto de marcador de serviço, com o resultado conhecido: Bolas para a pedreira!

Assim não vamos lá.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Face à frequência com que sempre convivi nos espaços desportivos do Clube eu arrisco afirmar, com orgulho e alguma vaidade, que se tornaram a minha segunda casa.

OS PALCOS DOS SONHOS

Assistir à transformação e evolução do Clube e do seu património tem sido, sem sombra de dúvidas, um privilégio que também quero partilhar. Como não sou do tempo da fundação, vou obviamente centrar-me na evocação dos momentos meus contemporâneos.

Recordo-me que, ainda criança, era levado pela mão, nas deslocações matinais de Domingo até ao Estádio das Antas (distância relativamente curta de minha casa, vencida sem grande esforço a pé), um recinto ainda muito recente pois tinha sido inaugurado não fazia muitos anos. As manhãs de Domingo eram normalmente dedicadas a provas de atletismo e exibições de ginástica, já que o Estádio era dotado de pista de cinza ( era o material usado à época) e de um local (em frente à bancada central) para a ginástica. Os jogos de futebol da equipa sénior eram disputados à tarde.


A inauguração do Estádio das Antas, obra da responsabilidade dos arquitectos Oldemiro Carneiro e Aires de Sá, aconteceu a 1 de Maio de 1952 depois de um esforço titânico para cumprir um sonho de longa data. Era presidente o Dr. Urgel Horta.

Como tudo na vida, também o estádio passou por várias fases de crescimento, desde o nascimento até ao seu desaparecimento. As bancadas não circundavam completamente o relvado, possuindo um espaço aberto na zona nascente chamada «Porta da Maratona.»

Ainda em 1952 sofreu o primeiro melhoramento com a inauguração da pista de atletismo.


Em 1960 foi a vez da pista de ciclismo. O FC Porto já possuía uma das melhores equipas da modalidade em Portugal, que na altura rivalizava com outros emblemas nacionais de clubes. A partir daí todos os anos o Estádio das Antas recebia a Volta a Portugal em bicicleta onde se concluíam e realizavam etapas.

Sousa Cardoso, Mário Silva, José Pacheco, Joaquim Leão, Manuel Zeferino e Marco Chagas foram alguns dos grandes campeões que com a camisola do FC Porto venceram voltas a Portugal.


Em 1962 o Estádio das Antas sofreu novo melhoramento com a inclusão de quatro torres em ferro equipadas com holofotes de alta potência para fornecer iluminação aos espectáculos nocturnos.

Em 1976 a famosa «Porta da Maratona» deu lugar a um novo espaço de bancada e arquibancada, equipadas com novos camarotes. A pista de ciclismo foi destruída e nos topos, por detrás das balizas, surgiu uma zona para público chamada peão com lugares em pé a preços acessíveis, para cumprir a legislação de então.

Em 1986 aconteceu o rebaixamento do relvado que aumentou significativamente a lotação já que permitiu a construção de mais uma zona de bancadas a todo o perímetro. Esta importante obra teve como consequência o sacrifício da pista de atletismo. A par disto, em redor do estádio foram surgindo outras estruturas (Campos de treinos, pavilhões gimnodesportivos, piscina coberta, restaurante, sala de bingo, etc.) que no seu conjunto formavam uma cidade desportiva.

A colocação de cadeiras individuais nas bancadas foi feita por fases. A primeira começou na bancada central do lado poente, na zona dos lugares cativos (hoje denominados lugares anuais). Só mais tarde chegaram às restantes bancadas emprestando a beleza estética que a foto documenta.



Mas Pinto da Costa tinha outros horizontes e novas ambições. Aproveitando uma conjectura favorável o Presidente abraçou com decisão uma oportunidade de ouro de transformar toda aquela zona numa verdadeira obra de arte. A realização do Euro/2004 em Portugal proporcionou as ajudas fundamentais do Estado para a construção de um estádio mais moderno, funcional e cómodo, à imagem da excelência do Clube: O Estádio do Dragão com as estruturas e acessos a condizer.

O novo estádio desceria para junto da Via de Cintura Interna (VCI), beneficiando de uma melhor acessibilidade face às novas ligações rodoviárias e à implantação da estação do metropolitano bem como da abertura de uma nova avenida (Alameda das Antas), enriquecida de espaços verdes e novas edificações, formando um conjunto harmonioso, funcional e muito bonito. Manuel Salgado foi o autor do projecto e a inauguração teve lugar a 16 de Novembro de 2003. Com capacidade para 50.124 espectadores, 1.186 lugares de estacionamento e cerca de 15.300 m2 para outros espaços (ginásio, bingo, escritórios, estabelecimentos, clínica e sedes do FC Porto e Sad), o Estádio do Dragão transformou-se rapidamente num ex-libris da cidade.

Para lá do relvado, das bancadas e de toda a beleza do novo palco do Dragão, há toda uma vida que fervilha no seu interior.

Trata-se de um estádio da terceira geração, dotado das mais inovadoras infra-estruturas: Parques de estacionamento distribuídos em
três pisos; Ecrãns rotativos únicos em Portugal; Balneários equipados com duches, jacuzzi, lavatórios e sanitas; Salas de enfermagem e gabinetes dos técnicos, adjuntos e directores; Salas de aquecimento com relva sintética; Catering para servir as necessidades dos frequentadores, com 28 bares em todo o estádio, explorados por várias empresas líderes de mercado, para além do serviço proporcionado em apoio aos camarotes de três, quatro, cinco e seis estrelas; Clínica com 1500 m2; Health Club com dimensões que o colocam como o maior de Portugal e um dos maiores da Europa; Dependência do BES; A Loja do Associado; A Loja Azul; Uma unidade da Rádio Popular; Os escritórios das empresas do Grupo FC Porto ( Porto Multimédia, Porto Seguro, Porto Estádio, Porto Comercial, FC Porto Clube e SAD; àrea de Comunicação Social, com zonas para flash interview, logo a seguir à saída do túnel do relvado, auditório para as conferências e o Centro de Imprensa; Gabinete de Gestão, Vigilância e Segurança; Finalmente as Salas de Detenção destinadas aos espectadores que revelem comportamentos que aconselhem o seu afastamento do espectáculo, adstritas à zona da Polícia.

É um Estádio de fácil e rápido escoamento já que o espaço exterior circundante é amplo, airoso e muito bem concebido. Lá encontramos o famoso Passeio da Fama onde foram colocadas placas em aço-inox gravadas com os momentos e personagens mais emblemáticos da história do FC Porto.

Uma bela obra de arte que merece a visita de todos os desportistas.

Mas não há bela sem senão. Foi sacrificado um conjunto de infra-estruturas (Pavilhões Gimnodesportivos e Piscina, entre outras) que muita falta fazem quer aos atletas quer aos adeptos, obrigando-os a recuar ao tempo da dispersão. O Pavilhão Caixa que se encontra em construção irá minorar parcialmente essa lacuna.

domingo, 12 de outubro de 2008

DO MAL... O MENOS!

Portugal não foi além de um empate sem golos no seu confronto contra a congénere sueca, no jogo da 3ª jornada do Grupo 1 de apuramento para o Mundial 2010.

Depois de uma primeira parte em que os jogadores portugueses consentiram o domínio sueco que chegou a ser sufocante e só por ineficácia do adversário viram chegar o intervalo com as redes invioladas, a selecção nacional lá conseguiu equilibrar a partida, com alguns períodos de ligeiro ascendente.

Foi uma exibição aquém da expectativa, tanto mais que se aguardava a rectificação do resultado frente à Dinamarca, ainda por cima frente à Suécia bastante desfalcada.

Quer Carlos Queirós quer os jogadores manifestaram no final do jogo, agrado com a exibição e o resultado, tendo em conta o facto de terem jogado na casa do adversário.

Para mim, estamos em presença de mais uma atitude ao nível do que Portugal nos habituou nos últimos anos, ou seja, todos são unânimes em considerar Portugal uma das candidatas ao título, mas no terreno de jogo, nem os responsáveis nem os atletas o assumem, actuando fora de casa com demasiadas preocupações defensivas.

Começa a parecer que mesmo com Queiroz, mudou o disco mas a música é a mesma.

Foram dois os Dragões que actuaram neste jogo: Bruno Alves e Raúl Meireles. Ambos jogaram o tempo inteiro com boas performances.

Portugal ocupa agora a 3ª posição com 4 pontos, os mesmos que Hungria e Albânia, menos um que a Suécia e menos 3 que a Dinamarca que lidera o Grupo.

A Albânia será o próximo adversário de Portugal, no jogo da 4ªa jornada que se irá realizar na próxima Quarta-feira em Braga.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Com 2 Taças dos Campeões Europeus, 2 Taças das Taças, 1 Supertaça Europeia, 2 Taças da Europa, 17 Campeonatos Nacionais, 12 Taças de Portugal e 15 Supertaças António Livramento, num total de 51 títulos que faz do hóquei em patins do FC Porto o mais ganhador em Portugal e o segundo da Europa, atrás do Barcelona.

HEXA E HEPTA DOIS NOVOS VOCÁBULOS SOBRE RODAS

O hóquei em patins portista tem sido pioneiro na obtenção de marcas nunca antes conseguidas no Clube, alcançando títulos tão históricos quanto inéditos, não só em termos de Clube como também em termos de modalidade em Portugal.

A hegemonia conseguida tem ido muito para além das expectativas, de tal forma que o domínio na última década foi quase absoluto. O ritmo impressionante de títulos conquistados que a equipa de hóquei sobre rodas nos tem proporcionado já fez enriquecer o léxico portista com dois novos vocábulos, Hexa e Hepta.

Por várias vezes a Federação modificou a fórmula do campeonato bem como os regulamentos e a todas o FC Porto respondeu de uma única forma: VENCER.

Os conjuntos orientados por Franklim Pais, sob a vice-presidência de Ilídio Pinto e a direcção de João Baldaia foram os principais responsáveis deste historial que muito nos orgulha.

O Hexacampeonato aconteceu nessa época ainda não muito distante de 2006/2007. Depois de 31 jornadas constituídas pelo Campeonato Nacional da 1ª divisão e os play-off de acesso à final, registando apenas uma derrota, o FC Porto encontrou o Benfica para discutir o título. Num play-off final à melhor de três o FC Porto cilindrou o adversário arrumando a questão em apenas três jogos com três vitórias (3-2 em casa, 2-3 fora e 5-0 de novo em casa).

Nesta final, também aconteceu história por motivos extra competição. A polícia, a mando do presidente encarnado, barrou a passagem da camioneta das claques portistas que pretendiam assistir ao 2º jogo, na portagem já em Lisboa, obrigando-as a regressar ao Porto, impedindo-as de prestar o caloroso apoio à equipa. Mas a classe e superioridade portista supriram essa hipotética dificuldade averbando uma vitória ainda mais saborosa.

O último jogo, disputado em Fânzeres, casa habitual dos portistas, foi uma jornada gloriosa que terminou com um resultado expressivo, claro e inequívoco. Os Dragões, bem apoiados pelo seu público brindaram o seu adversário com cinco golos sem resposta.

Edo Bosh e Nelson Filipe (Guarda-redes); Filipe Santos, Reinaldo Garcia, Ricardo Ferreira e Pedro Moreira (defesas-médios); Reinaldo Ventura, Emanuel Garcia, Pedro Gil e Jorge Silva (Avançados) formaram o plantel Hexacampeão Nacional.

O Heptacampeonato registou-se na época passada (2007/2008). Este acontecimento para além de assinalar um feito histórico, a vitória de sete Campeonatos Nacionais consecutivos, conseguindo o segundo melhor registo no panorama desportivo português, só ultrapassado pelos doze campeonatos seguidos do pólo aquático do Salgueiros, teve um sabor especial pelo facto de ter sido selado em pleno pavilhão do inimigo. Falo evidentemente do pavilhão da Luz e do clubezeco seu proprietário. O sublinhado faz todo o sentido porque mais uma vez ficou demonstrada a mentalidade arruaceira e cobarde dessa corja, que sem argumentos técnicos para derrubar os Dragões, fizeram arder a camioneta que transportou os adeptos portistas, enquanto estes assistiam a mais uma vitória. Tal acto passou impune a despeito de uma PGR muito lesta a acusar quando o alvo a atingir é de outra côr.

Neste play-off final o FC Porto venceu por 3 jogos contra um (6-0, 3-2, 5-3 e 3-4), selando o 17º título nacional.

Edo Bosh e Nelson Filipe (Guarda-redes); Filipe Santos, Ricardo Figueira e Pedro Moreira (defesas-médios); Ricardo Oliveira, Reinaldo Ventura, Emanuel Garcia, André Azevedo e Jorge Silva (Avançados) formaram o plantel Heptacampeão.


Queremos continuar a enriquecer o léxico portista! Por isso esperamos com confiança o Octacampeonato.

domingo, 5 de outubro de 2008

ORGULHO FERIDO... LEÃO COMIDO!


FICHA DO JOGO

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O FC Porto redimiu-se hoje em Alvalade do fracasso da ultima Quarta-feira, ao conseguir o triunfo.

Contrariando a tendência dos confrontos anteriores, comandados por Jesualdo Ferreira, o pessimismo de alguns portistas (eu incluído) e até o momento menos bom que a equipa atravessa, os Dragões, sem rubricarem um futebol perfeito, colocaram no terreno alguns atributos que estiveram ausentes noutras alturas. Refiro-me à atitude, ao empenho, à solidariedade e ao espírito de sacrifício.

O Porto entrou sereno no jogo, com o dispositivo habitual, num 4x3x3 mas desta vez com Tomás Costa pela direita no apoio a Sapunaru e aos dianteiros Lisandro e Rodriguez. Este esquema desenhado por Jesualdo mostrou-se eficaz na cobertura dos espaços defensivos manietando o avanço do adversário.

Ainda que as transições defesa-ataque não estivessem a sair perfeitas face aos erros no ultimo passe, O FC Porto conseguiu por em respeito o Sporting que pareceu nesta fase do jogo muito receoso. Os azuis e brancos lograram marcar por Lisandro que finalmente acertou com a baliza, depois de uma disputa de bola de Tomás Costa com Grimi em que o jogador leonino ficou a gritar encenando uma falta que não existiu enquanto o portista prosseguiu a jogada.

O Sporting reagiu ao golo sofrido e dez minutos volvidos Tomás Costa cometeu inadvertidamente uma penalidade escusada, que Lucílio Baptista assinalou de pronto.

O Porto não se amedrontou e continuou serenamente a desenvolver o seu futebol, até que Bruno Alves aproveitou um livre directo para fazer o segundo golo e colocar de novo o Porto em vantagem.

Na segunda parte tudo foi diferente. O Sporting a jogar em casa tinha naturalmente que correr atrás do prejuízo aparecendo mais dinâmico no ataque, mais pressionante, mais ousado mas também a abrir espaços lá atrás. O Porto respondeu então com espírito de sacrifício, entreajuda e coesão, sobretudo na defesa, mas não soube explorar convenientemente o adiantamento do Sporting. Teve várias oportunidades para matar o jogo ao aparecer em superioridade numérica perto da área leonina, mas a precipitação, a ingenuidade e a ineficácia evitaram que o resultado se avolumasse.

Vitória em todo o caso justa onde os destaques positivos vão para Nuno, Bruno Alves, Fernando e Lisandro Lopez.

Esta equipa demonstrou algumas fragilidades já conhecidas e necessita de tempo e muito trabalho para aperfeiçoar dinâmicas de jogo. Há jogadores que ainda não se encontram no melhor da sua forma e outros que procuram adaptar-se. Para já esta vitória guinda-nos provisoriamente ao 1º lugar que é afinal aquele que continuamos a ambicionar.



sábado, 4 de outubro de 2008

A PROVA DOS NOVE

É uma tarefa tremendamente difícil a que espera o FC Porto na sua deslocação a Alvalade, amanhã para defrontar o Sporting, na 5ª jornada da Liga Sagres.

Primeiro porque se trata de um jogo entre candidatos ao título, depois porque Jesualdo Ferreira ainda não encontrou soluções para desfeitear o seu adversário fora do Dragão e finalmente porque a equipa se encontra numa fase complicada de identidade agravada pela copiosa derrota em Londres, sustentada numa miserável exibição.

Costuma-se utilizar o chavão de que não há jogos iguais. No entanto as derrotas frente ao nosso próximo adversário têm sido muito semelhantes: Incompetência e o dedo dos homens do apito.

Estas são as razões pelas quais não alimento grandes expectativas e muito menos esperanças. Estou convencido que o FC Porto, mais uma vez não será capaz de ultrapassar as dificuldades que lhe vão ser impostas.

Jesualdo Ferreira escolheu os seguintes jogadores: Nuno, Ventura, Sapunaru, Rolando, Bruno Alves, Fucile, Pedro Emanuel, Lino, Benitez, Fernando, Raúl Meireles, Tomás Costa, Guarín, Lucho Gonzalez, Mariano Gonzalez, Lisandro Lopez, Cristian Rodríguez e Hulk.

Helton a braços com um problema físico ficou de fora.

Tudo leva a crer que Fucile volte ao lado esquerdo da defesa e Mariano Gonzalez, o protegido do professor possa ser utilizado na ala direita. Ao que parece Lucho não se encontra ainda bem pelo que é provável que comece no banco.

EQUIPA PROVÁVEL

O jogo disputar-se-à Domingo, dia 05 de Outubro, em Alvalade
O árbitro será o "famoso" Lucílio Baptista - A.F. Setúbal
Será transmitido pala SporTv1 às 19:45 h

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Depois de uma derrota como a de ontem, uma olhadela ao Baú de memórias pode funcionar como terapêutica perfeita para esquecer tal desastre...

2007/2008 O TRICAMPEONATO DA CLASSE

A segunda época de Jesualdo Ferreira foi, em termos de Campeonato Nacional, um autêntico passeio de classe da equipa do FC Porto, já que o nível competitivo apresentado cedo mostrou não ter concorrência capaz de ofuscar o brilho dos bicampeões nacionais.

Houve alguns ajustamentos ao plantel, muito para além das necessárias em função das vendas milionárias de Pepe para o Real Madrid e Anderson para o Manchester United.

Lino (ex-Académica), Stepanov (ex-Trabzonspor), Bolatti (ex-Belgrano, da Argentina), Farías (ex-River Plate, da Argentina), Leandro Lima (ex-São Caetano, do Brasil), Kazmierczak (ex-Boavista), Mariano Gonzalez (ex-Inter de Milão) e Edgar (ex-Beira-Mar) a quem se juntaram os promovidos Ventura, Castro e Rui Pedro, mais os regressados Nuno e Tarik Sektioui, constituiram os reforços do plantel.


Na imagem da esquerdapara a direita, em cima: Tarik Sektioui, Edgar, Stepanov, Nuno, Helton, Ventura, Kazmierczak, Lino e Bolatti; Ao meio: Luis Aguiar, Fucile, Hélder Postiga, Paulo Assunção, Pedro Emanuel, Jesualdo Ferreira (Treinador), Bruno Alves, João Paulo, Mariano Gonzalez e Jorginho; Em baixo: Castro, Leandro Lima, Adriano, Lisandro Lopez, Raúl Meireles, Quaresma, Lucho Gonzalez, Bosingwa, Marek Cech, Farías e Rui Pedro.

A época começou com uma derrota frente ao Sporting, na Supertaça Cândido de Oliveira disputada mais uma vez em Leiria. O resultado foi de 1-0 para os leões, no que constituiu uma grande injustiça, ainda que a exibição portista não tenha sido das melhores, mesmo assim superior à do adversário. Três remates nos ferros e um penalty sonegado pelo árbitro foram o corolário desse revés.

Jesualdo Ferreira já com todo o plantel à disposição apostou numa formação base, formada por jogadores do ano anterior que lhe garantiu maior entrosamento e coesão. Conseguiu um arranque de campeonato espectacular, com oito vitórias consecutivas. No final da 8ª jornada o Benfica e o Sporting já estavam a 8 e a 9 pontos de distância, respectivamente.

À 9ª jornada o Belenenses quebrou a senda de vitórias, impondo um empate no Dragão por 1-1, igualdade que se repetiu na jornada seguinte na Reboleira, contra o Estrela da Amadora, por 2-2, depois dos Dragões estarem a ganhar por 0-2. O desacerto de Stepanov nesse jogo custar-lhe-ía a titularidade.

Na 12ª jornada o FC Porto delocar-se-ia à Luz para defrontar o Benfica com "apenas" 4 pontos de vantagem.

O folclore habitual dos "pasquins amestrados" durante toda a semana que antecedeu o jogo, enfatizando todos os argumentos que pudessem contribuir para elevar a moral da equipa da capital do império (possibilidade de ficarem a 1 ponto do comando, a "grande" exibição frente ao Milão, as cinco vitórias consecutivas, os trinta e tal jogos sem perder para o campeonato, enfim um somatório de coisas boas para alimentar o ego vermelhusco).

Alheio a estas jogadas de bastidores, o FC Porto apresentou-se na Luz com todas as suas credenciais que o defeniam como um campeão de corpo inteiro: Personalidade, coesão e classe, sem necessidade de colinho ou de palmadinhas nas costas.

A velocidade de Bosingwa, a robustez de Bruno Alves, a eficácia de Paulo Assunção, a clarividência de Lucho Gonzalez, a sagacidade de Lisandro Lopez e a magia de Quaresma reduziram os campeões da treta à sua dimensão real. 0-1 foi o resultado final com um golo soberbo de Quaresma, obtido com a sua famosa trivela, depois de trocar os olhos ao defesa David Luiz. A qualidade do futebol portista justificava resultado mais robusto que, umas vezes por infelicidade outras por influência do árbitro, não foi concretizado.

A Comunicação Social sofrera mais um rude golpe na sua estratégia e ao invés de um ponto, viram o clube do coração ficar a sete!

Apesar da superioridade patenteada, o FC Porto não foi capaz de evitar alguns desaires, provavelmente ditados por alguma saturação e desgaste, em função das várias frentes em que se encontrava envolvido e ainda pela fraca resposta dos reforços que iam sendo experimentados por Jesualdo Ferreira. As derrotas com o Nacional da Madeira (14ª e 29ª jornadas) e com o Sporting (17ª jornada) foram os factos mais negros duma época brilhante.

O título anunciado foi matematicamente concretizado à 25ª jornada, em 5 de Abril de 2007, no Estádio do Dragão, frente ao Estrela da Amadora.

Perante 50.138 espectadores, os jogadores portistas encararam este jogo como uma festa e proporcionaram, em largos períodos do encontro, um futebol avassalador, triturante, belo e vistoso. Foi um Porto de gala que se apresentou no palco dos sonhos, correspondendo ao entusiasmo dos seus seguidores que não se cansaram de incentivar com cânticos e muita alegria.

Seis golos foram quantos se marcaram nesta partida, todos na baliza do Estrela da Amadora que nada podia fazer para contrariar a festa. Lucho Gonzalez (8'), Taril Sektioui (11'), Quaresma (64'), Maurício (70' na própria baliza), Bruno Alves (77') e Lisandro Lopez (87'), foram os autores dessa goleada.

Terminado o jogo seguiu-se uma linda festa, com os jogadores a serem chamados um a um para o centro do terreno para festejarem 0 23º título do FC Porto, que se prolongou na Alameda e nas ruas da cidade.


As jornadas seguintes foram para cumprir calendário, quase sempre em clima de festa, com as vitórias, em Setúbal frente ao Vitória local (1-2), no Dragão frente ao Benfica ("só" 2-0), em Guimarães frente ao Vitória (0-5), a derrota com o Nacional, no Dragão (0-3) e a vitória frente ao Naval (0-2), na Figueira da Foz.

Acabou por ser um campeonato praticamente sem dificuldades em que a concorrência terminou bem distante conforme documenta o quadro abaixo:
Os portistas chegaram ao fim com o melhor ataque, a melhor defesa e o melhor marcador do campeonato (Lisandro Lopez, 24 golos marcados).

Aos 75 pontos conquistados no terreno de jogo, a Comossão Disciplinar da Liga entendeu "surripiar" 6, depois de uma ardilosa decisão no âmbito do Apito Final, com os quais o FC Porto não se conformou recorrendo para os Tribunais civis, na pessoa do seu presidente Pinto da Costa.

Os vinte pontos de vantagem relativamente ao segundo classificado ficam na história como a maior jamais alcançada por um campeão em Portugal.