quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

CONFUSÕES E APOTEOSE

Quando qualquer príncipe dos cépticos homenagearia o rol portista como condestável do torneio de 1939/1940, aconteceu o inesperado: quedou-se no terceiro lugar do «Regional», abaixo do Académico e do Leixões. Portanto, exilado do «Nacional» e impossibilitado de defender o título ganho na época anterior. Todavia não conformado. É que ao longo da campanha, num intempestivo FC Porto-Académico, o desafio não chegou ao fim, tal a carga de bofetadaria e biqueirada que rebentou na Constituição.

Ânimos ao rubro, inflamados, ameaçadores. Cidade em polvorosa. Reboliço na Associação de Futebol do Porto. Castigos tão exemplares quanto precipitados e, mais tarde as respectivas amnistias.

Então, do Sul, veio o sinal da bonança. A Federação Portuguesa de Futebol e os clubes de Lisboa associaram-se num movimento propenso ao alargamento do campeonato de oito para dez equipas. Este facto - exemplar ou de interesseiro golpe financeiro - permitiu, enfim, a repescagem dos azuis e brancos.


Impunha-se refrescar o plantel. Gomes da Costa, Manuel Pereira da Silva, José Baptista, Guilherme Sárria, Adélio Pacheco foram os previligiados, para além dos atletas de Leste, Bela Andrasik, Franjo Petrack e Kordnya. Trio vedeta a contribuir de forma determinante para a conquista do título de bicampeão nacional.

Dos 76 golos marcados, Kordnya assinalou 28 e Petrack 16. Tal a saga, só na Constituição os portistas apontaram meio cento de golos em nove jornadas.

A entrada de sandeu e a saída de dragão deu a volta ao miolo da cidade. A chegada da equipa na caixa de um veículo de carga com faróis em forma de funil engarrafou a Invicta, paralisou automóveis, eléctricos e trolleys, oceano azul contagiante. Idolatria à solta por avenidas, quelhos, becos e bairros.

Na foto os bicampeões nacionais de 1939/1940, da esquerda para a direita, em cima: Miguel Siska (treinador), Petrack, Carlos Pereira, Kodnya, Manuel dos Anjos, António Baptista, Guilhar e Francisco Gonçalves (massagista); Em baixo: António Santos, Pereira, Gomes da Costa, Bela Andrasik e Pinga.

Fonte: Livro de Ouro do Diário de Notícias

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

FESTAS FELIZES


Desejo a todos os visitantes deste blog em geral e aos portistas em particular um feliz Natal e um ano novo recheado de saúde, dinheiro e amor.

domingo, 21 de dezembro de 2008

O CASTIGO DA INEFICÁCIA

FICHA DO JOGO

(Clicar no quadro para ampliar)

A ineficácia no remate resume e justifica o empate averbado no jogo de hoje, frente a um Marítimo muito defensivo, como se esperava depois de ter sofrido 9 golos nos últimos dois jogos contra os rivais.

O FC Porto entrou determinado e a mandar no jogo e fez os quinze minutos iniciais num ritmo atacante que provocou grande desorientação na equipa insular. Valeu-lhe nessa altura a direcção deficiente dos remates perigosos de Lucho Gonzalez (1' e 9'). Depois, a pouco e pouco o Marítimo foi acertando as marcações, complicando progressivamente a organização ofensiva dos Dragões. Os espaços escassearam, as linhas de passe foram sendo reduzidas, obrigando os portistas a procurar os cruzamentos e os remates de meia distância. Nesse particular os azuis e brancos patentearam dificuldades na colocação da bola na cabeça dos seus avançados bem como na direcção dos remates, a maioria deles sem alcançarem a baliza. Aos 28' Bruno Alves dispôs da mais flagrante oportunidade de marcar, depois da bola lhe ter sobrado de alguns ressaltos. Mas o defesa portista atirou para fora!

O Marítimo começava a ganhar confiança e aos 31' esteve mesmo à beira de marcar, num livre directo que a barra de Helton aparou. Seria uma injustiça, mas o futebol não se compadece com a falta de eficácia.

O reatamento foi um pouco o retrato da primeira parte, o FC Porto a carregar no ataque, a rematar muito mas quase sempre mal. Estava à vista que esta noite a bola jamais encontraria o caminho das redes. Quase toda a gente tentou, Fucile, Rolando, Bruno Alves, Meireles, Lucho, Lisandro, Hulk, Rodriguez e até o Fernando teve dois remates perigosos que Marcos, sempre atento defendeu.

Na parte final da partida foi notória a ansiedade crescente dos azuis e brancos, tolhendo de algum modo a clarividência necessária para levar de vencida a turma insular que já só queria o fim da partida, recorrendo ao anti-jogo.

O empate foi no final um resultado justo que penaliza a equipa que mais trabalhou para a vitória, ainda que com défice de eficácia.

Fernando continua a demonstrar propensão crescente ao lugar e a breve prazo fará esquecer Assunção, cotando-se para mim como melhor jogador portista.

A décima vitória consecutiva não foi concretizada perdendo o FC Porto a possibilidade de passar ao segundo lugar isolado face ao empate do Leixões.

Espero que as férias natalícias sejam retemperadoras, proporcionando um regresso mais forte e quiçá mais eficaz.

sábado, 20 de dezembro de 2008

DÉCIMA VITÓRIA CONSECUTIVA COMO PRENDA DE NATAL

Depois do acerto do calendário, o FC Porto vai receber o Marítimo em jogo a contar para a 12ª jornada da Liga Sagres.

Mais um jogo que os Dragões vão querer vencer para continuarem firmes na sua candidatura à vitória final desta competição. O primeiro lugar está agora à distância de dois pontos, significando que o mau tempo ficou bem para trás.

Será um lugar comum dizer que o jogo deverá ser encarado com a maior responsabilidade pois facilidades é coisa que não devemos dar como adquirido. Os jogos tornam-se mais ou menos fáceis ou difíceis de acordo com a forma como forem encarados. Estou certo que neste momento todos os atletas têm consciência que jogar neste Clube requer a máxima concentração qualquer que seja o adversário. É por isso que tenho confiança que a 10ª vitória consecutiva será concretizada.

Enquanto Sapunaru e Tarik não recuperam de arreliadoras lesões, Jesualdo vai dando alguma estabilidade ao lote dos convocados. Em relação ao último encontro na Amadora, só Candeias não foi chamado.

Lista completa: Helton, Nuno, Fucile, Rolando, Bruno Alves, Stepanov, Pedro Emanuel, Benítez, Fernando, Raúl Meireles, Guarín, Tomás Costa, Lucho Gonzalez, Mariano Gonzalez, Lisandro Lopez, Hulk, Farías e Cristian Rodriguez.

EQUIPA PROVÁVEL

Jogo no Estádio do Dragão - Porto
Dia 21.Dezembro.08 às 19:15 h
Árbitro: Duarte Gomes - A.F. Lisboa
Transmissão: RTP 1

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

«O HOMEM DO CHICOTE»

Após 15 anos de abstinência, o treinador brasileiro Dorival Knippel (Yustrich) leva o FC Porto ao título e à primeira Taça de Portugal em 1955/1956.

Jogo decisivo nas Antas, frente à Académica de Coimbra, de memórias imprevisíveis. Intervalo e empate a zero. Desgraçados dos cardíacos!... Segunda parte e o clímax do esforço. Hernâni inaugura o marcador na sequência de uma grande penalidade. Outros dois golos vieram dar descanso e exteriorizações à multidão.

Apesar de ter culminado o Campeonato em igualdade de pontos face ao Benfica (43), o triunfo alojou-se nas Antas, em função de nos jogos com os «encarnados» os portistas terem levado a melhor: 3-0 em casa e 1-1 na Luz.


Triunfo colectivo de um conjunto de jogadores de classe inegável. Porém, dêem as voltas que entenderem, o instante da consagração fez içar à popularidade um nome emblemático, servo da disciplina férrea, um homem de Minas Gerais agradado do Porto-clube e do Porto-cidade. Um homem que de forma indissociável aparecerá sempre em letras maiúsculas nas páginas de ouro da história do clube: Yustrich. O «Homão», cognome do povo, alterou completamente a concepção da equipa, impregnou-lhe outro cariz técnico; puxou pelo físico aos atletas, alguns nem se livraram de cachações.

O FC Porto «era um elefante que não sabia a força que tinha», a frase-verdade diversas vezes pronunciada pelo robusto técnico brasileiro e ex-guarda-redes. Apalpava as camisolas dos atletas averiguando se escorriam suor, exigia sacrifício total ao clube. Paternalista, solidário, preocupava-se com a vida de cada atleta, mesmo a privada, chegando pela calada da noite a interceptar certos craques nas pistas dos aconchegados poisos da boa-vai-ela. Carregava com eles às costas, o «Homão», por fim, clausura no Lar de Jogadores, que criou apoiado pelo presidente. Durante a semana, dois treinos diários, «pressing», experimentação de bola parada, exercício físico, mais, mais até ao pico da dureza, até as forças cederem.

Ao título, o FC Porto associou a conquista da Taça de Portugal, no Jamor, 2-0 em compita com o Torreense, que havia eliminado o Sporting (1-0) nos oitavos-de-final. Levado em ombros, o «homem do chicote», crismaram-no muitos assombrados pela severidade, mostrou em alturas de suprema ufania quanto o enternecimento prevalecia sobre o semblante carrancudo. Um ídolo.

Na foto a equipa que fez a dobradinha de 1955/1956. Da esquerda para a direita, em cima: Pinho, Pedroto, Monteiro da Costa, Miguel Arcanjo, Osvaldo Cambalacho e Virgílio; Em baixo: Hernâni, Gastão, Jaburu, Carlos Duarte e Perdigão.

Fonte: Livro de Ouro do Diário de Notícias

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

DE VITÓRIA EM VITÓRIA!

FICHA DO JOGO

(Clicar para ampliar)

Vitória justa mas difícil, num relvado complicado e num Estádio onde o FC Porto sente sempre grande oposição.

Os Dragões entraram com a disposição de resolver cedo o encontro, criando algumas situações de golo, primeiro por Lucho Gonzalez aos 8' e depois por Lisandro que introduziu a bola nas redes mas viu o golo ser anulado por pretensa falta que a TV não conseguiu esclarecer. A boa entrada portista haveria de ser premiada com o golo de Lisandro Lopez cabeceando com êxito uma bola cruzada por Fucile cerca dos dez minutos de jogo.

A partida parecia bem encaminhada, tanto mais que o Estrela parecia inofensivo, porém num lance bizarro conseguiu o empate por intermédio de Moreno aos 28'. Fucile parecia ter o lance controlado mas sentindo a pressão do adversário procurou aliviar pela lateral. A bola encontrou Moreno no caminho, ganhou um efeito imprevisível e sobrevoou Helton que se limitou a ver a bola anichar-se nas malhas. Golo perfeitamente contra a corrente de jogo.

Antes do intervalo Paulo Baptista ignorou uma penalidade na área do Estrela, com Hugo Carreira a meter a mão na bola, impedindo Lisandro de rematar com êxito.

Antes do intervalo Rodriguez pôs de novo o Porto em vantagem no marcador ao subir mais alto que a defesa contrária num canto marcado por Hulk.

No segundo tempo o Estrela apresentou-se mais ofensivo e mais perigoso. Aproveitou uma falha de marcação de Fucile que num livre apontado à entrada da área deixou Vidigal à vontade para cabecear restabelecendo o empate (2-2).

No minuto seguinte, o FC Porto voltou à vantagem com um golo espectacular de Hulk. Servido por Lisandro Lopez (quem disse que este não lhe passa a bola?) o brasileiro rematou colocado, fazendo a bola descrever um arco e encaixar-se no canto superior direito da baliza, mesmo na «gaveta», deixando Nelson estupefacto.

Este golo foi o tónico para o domínio absoluto da partida. A partir desse momento o FC Porto controlou o adversário que ficaria reduzido a dez unidades por acumulação de amarelos de Hugo Carreira e o quarto golo viria logo a seguir num livre directo apontado por Rodríguez.

Os meus destaques vão para Fernando, Lisandro Lopez, Hulk e Rodriguez.

Os tricampeões nacionais subiram ao terceiro lugar com os mesmos pontos do Leixões que é segundo, ficando agora a dois pontos da liderança.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

VITÓRIAS, SÓ NO CAMPO!

O FC Porto vai acertar o seu calendário da Liga Sagres, quando se apresentar amanhã na Reboleira, para defrontar o Estrela da Amadora, jogo da 9ª jornada que se encontra em atraso.

Apesar de ainda não estar confirmada a presença da equipa adversária, que como é do conhecimento geral, decidirá amanhã se efectuará greve como forma de luta pelos salários em atraso dos seus jogadores, cabe aos tricampeões nacionais alhearem-se completamente de um problema que não é o seu e encarar com todo o respeito e responsabilidade esta sempre difícil deslocação.

Os ares da Amadora provocaram por diversas ocasiões «certa alergia» aos Dragões, resultando em perdas de pontos. Por isso é bom que os nossos atletas se apresentem bem física, técnica e animicamente para de lá saírem com um importante triunfo.

Espero e desejo que a ameaça de greve não se concretize, porque sou adepto das vitórias conseguidas no terreno de jogo.

Entretanto Jesualdo Ferreira convocou os seguintes atletas: Helton, Nuno, Fucile, Rolando, Bruno Alves, Stepanov, Pedro Emanuel, Benítez, Fernando, Raúl Meireles, Guarín, Tomás Costa, Lucho Gonzalez, Mariano Gonzalez, Lisandro Lopez, Hulk, Farías, Cristian Rodríguez e Candeias.

EQUIPA PROVÁVEL

Jogo no Estádio José Gomes - Reboleira
Dia 27.12.2008 - 20:45 h
Árbitro: Paulo Baptista -A.F. Portalegre
Transmissão: RTP1

sábado, 13 de dezembro de 2008

GOLEAR...SEM BRILHO!

FICHA DO JOGO

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Com uma primeira parte inadmissível, o FC Porto venceu com uma goleada a modesta formação do Cinfães, clube que milita na III Divisão do futebol nacional.

Jesualdo Ferreira, face à diferença de categoria evidente, optou (e bem) por dar descanso aos principais jogadores portistas do plantel, escalonando a equipa com apenas um dos titulares, Rolando, dando hipóteses aos candidatos a titulares demonstrarem o seu valor.

Oportunidade desperdiçada pela grande maioria, face à atitude pouco profissional que patentearam, principalmente durante a primeira parte, período em que o FC Porto foi inferior ao seu adversário em todos os aspectos do jogo. Numa palavra inconcebível!

O professor deve ter puxado as orelhas aos seus pupilos ao intervalo pois no segundo tempo algo se alterou para melhor. Sem nunca ter praticado o futebol que legitimamente lhe é exigido, o FC Porto tomou finalmente conta do jogo e os golos apareceram com toda a naturalidade.

O Cinfães, apesar da sua fragilidade deu uma imagem muito positiva tendo reagido ao primeiro golo portista com o golo do empate a 15' do final, recuperando alguma emoção e esperança nas hostes locais.

Guarín e Candeias, as duas mais positivas performances dos Dragões, desfizeram esse sonho.

O FC Porto segue assim em frente para os quartos-de-finais da Taça de Portugal.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

1957/1958 A SEGUNDA TAÇA DE PORTUGAL

Otto Bumbel foi o treinador brasileiro que chegou para fazer esquecer a perda do campeonato da época anterior, na última jornada frente ao Atlético, último da tabela e já despromovido, ao consentir um empate a zero bolas nas Antas, dando de bandeja o título ao Benfica. O FC Porto era então treinado por outro brasileiro, de seu nome Flávio Costa.

Yustrich foi então chamado para tentar reeditar a glória de anos anteriores, mas uma situação de alta tensão entre treinador e jogadores que «incendiaram» o balneáreo provocou o seu afastamento. Otto Bumbel pegou então na equipa e conduziu-a para a discussão do título até à última jornada. Em igualdade pontual com o Sporting, acabaria por perder para o seu rival no «goal-avarage».

Conseguiu vencer a Taça de Portugal frente ao Benfica, por 1-0, no Estádio Nacional, com o golo portista a ser apontado por Hernâni.

Nas meias-finais, depois de pelo caminho deixar o Braga e o Marítimo, o FC Porto eliminou o Sporting (2-2 e 3-0) e numas segundas meias-finais abertas aos representantes ultramarinos, o Desportivo de Lourenço Marques (6-2 e 9-1).

Na foto da esquerda para a direita, em Cima: Virgilio, Barbosa, Miguel Arcanjo, Ângelo Sarmento, Albano Sarmento e Pinho; Em baixo: Carlos Duarte, Gastão, Osvaldo Silva, Hernâni e Perdigão.

Fonte: Livro de Ouro do Diário de Notícias

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

DEVER CUMPRIDO

FICHA DO JOGO

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O FC Porto não falhou o dever de vencer o último jogo da fase de grupos da Champions League ao derrotar hoje a desfalcada equipa do Arsenal, relegando-a para a segunda posição.

Arsène Wenger subestimou a formação portuguesa, provavelmente tendo em conta uma boa parte do desempenho portista no jogo de Inglaterra em que os dragões foram derrotados de forma clara. O treinador francês terá pensado que a segunda equipa do seu clube seria suficiente para não perder no Dragão. Puro engano.


Os tricampeões nacionais começaram o jogo timida e cautelosamente como que a tomar o pulso do adversário. O Arsenal ocupava bem os espaços, espartilhando de certa forma o desenvolvimento ofensivo portista, quase sempre muito denunciado e lento, patenteando grandes dificuldades na ligação do seu futebol resultado de uma percentagem preocupante de passes errados. Os «gunners» construiam melhor as suas jogadas ainda que sem muito perigo para a baliza de Helton, mas superiorizando-se em termos de posse de bola.


Tal como em Setúbal, Bruno Alves desencalhou a partida ao corresponder eficazmente a um canto marcado por Raúl Meireles. Fugiu à marcação de Diaby, aparecendo no coração da área a cabecear para o golo de abertura, eram decorridos 38'. Estava conseguido o mais difícil. A partir dessa altura o jogo começou a sair mais fluído, a equipa conseguiu soltar-se e produzir uma exibição muito agradável. Pena foi que as oportunidades criadas não tivessem sido bem aproveitadas.
O 2-0 apareceu aos 53' como corolário do futebol mais ofensivo e esclarecido que o FC Porto passou a praticar. Lisandro bem servido por Fernando, recebeu a bola e qual Hulk imparável, galgou terreno em direcção à baliza enchendo o pé para um remate forte e certeiro ao canto superior direito das redes de Almunia.

Rodriguez por duas vezes e Lucho desperdiçaram ocasiões soberanas para dilatar o marcador, numa altura em que se ouviam olés no Dragão. Os ingleses estavam completamente dominados sem hipóteses de discutir o resultado e consequentemente o 1ª lugar no grupo.

No meio de algumas boas exibições o meu destaque vai para Fernando, um jovem ainda algo imaturo mas que será um caso muito sério a breve prazo. Teve ainda algumas perdas e entregas de bola comprometedoras, mas no computo geral foi um elemento em muito bom nível.


Chelsea, Inter, Atlético de Madrid, Villareal, Lyon e Real Madrid foram os segundos classificados dos seus grupos e tornaram-se potenciais adversários do FC Porto.

CLASSIFICAÇÃO FINAL

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

CONTRA OS CANHÕES MARCHAR, MARCHAR.

Os «gunners» são os próximos adversários a deslocar-se ao Dragão na próxima Quarta-feira, em jogo que vai definir a classificação final de ambos os conjuntos, no grupo G da Champions League.

O Arsenal é primeiro classificado do grupo e o FC Porto segundo, ambos já qualificados para os oitavos-de-final. Os ingleses golearam no Emirates Stadium, demonstrando uma superioridade que dificilmente poderá ser posta em causa. Mas o futebol é, como se sabe, fértil em surpresas e acreditar pode ser meio caminho andado. A outra metade pode ter a ver com o facto de Arsène Wenger ter, aparentemente, subestimado os Dragões ao prescindir de peças importantes da sua equipa como Sagna, Adebayor e Van Persie e também não poder contar com o concurso de Nasri e Fabrégas, lesionados. Ausências importantes que de alguma forma servirão para equilibrar o confronto.

Digo equilibrar porque reconheço não ser o momento do FC Porto ainda o ideal, continuando a equipa à procura de soluções para ultrapassar as dificuldades latentes que nem os resultados positivos conquistados ultimamente conseguem disfarçar.

Esta competição é exigente e não se compadece com indefinições.

Os azuis e brancos poderão jogar quase na máxima força, libertos de castigos, apenas a braços com a lesão de Sapunaru, ausente por isso deste jogo.

Helton, Nuno, Fucile, Rolando, Bruno Alves, Lino, Stepanov, Pedro Emanuel, Fernando, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Guarín, Tomás Costa, Lisandro Lopez, Hulk, Cristian Rodríguez, Mariano Gonzalez e Tarik Sektioui são os eleitos de Jesualdo Ferreira.

EQUIPA PROVÁVEL

Com o objectivo concretizado na jornada anterior na Turquia, cabe ao FC Porto defender a honra e o prestígio, porque joga em casa, porque é bicampeão europeu, porque o Arsenal se apresenta desfalcado e sobretudo pela ambição de fazer sempre melhor e poder ser por isso o primeiro do grupo.

Ninguém pense que será fácil. A responsabilidade é maior. Espero um Porto à altura dos seus pergaminhos. Que no final possamos cantar: Contra os canhões marchar, marchar!

Jogo no Estádio do Dragão - 10 de Dezembro de 2008 às 19:45 h
Arbitro: Kyros Vassaras - Grécia
Transmissão televisiva: Sport.Tv1

sábado, 6 de dezembro de 2008

3-0? RESULTADO ENGANADOR!

FICHA DO JOGO

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Quem não tivesse visto o jogo e só soubesse o resultado no final ficaria certamente convencido que o FC Porto tinha feito um jogo dominador e vencido sem grandes dificuldades.

Ora a verdade não foi essa. Os tricampeões nacionais sentiram mesmo grandes dificuldades e só depois do primeiro golo o Setúbal entregou os pontos, entrando numa fase de desorientação que lhe valeu uma derrota por números que, pelo que havia feito até aí, se pode considerar penalizadora.

Os Dragões continuam a atravessar uma fase de grande indefinição principalmente contra equipas bem arrumadas no seu meio campo. É notória a falta de desequilibradores, de transportadores de bola, de jogadores cerebrais e de matadores. Lucho e Lisandro tardam a regressar à forma que os notabilizaram, Rodriguez está longe de se mostrar influente e a defesa continua a comprometer face à macieza que partilha com o meio campo.

Apesar da vitória importante para manter o FC Porto na corrida pelo tetra, a exibição de hoje deve ser encarada como preocupante, tendo até em conta o próximo jogo para a Liga dos Campeões. Não estará em causa a qualificação, como se sabe, mas jogar-se-à mais uma vez o prestígio. Espero que o jogo de hoje tenha sido apenas um mau ensaio.

Voltando ao jogo de hoje, reconheço que o FC Porto começou por praticar uma hora de mau futebol, sem garra, sem atitude, sem ideias e sem classe. A melhor oportunidade de golo aconteceu já depois do minuto vinte num lance em que Lisandro Lopez, com a baliza escancarada emendou, imaginem, para trás! Isso mesmo, na direcção oposta das redes da baliza! Como foi possível? Nesse período o adversário foi superior mas não conseguiu marcar, felizmente.

Aos 66' Bruno Alves virou o cariz do jogo ao marcar o primeiro golo de bola parada. A partir desse momento o Setúbal desapareceu e o FC Porto pode então construir o resultado robusto.

Em noite de desacerto torna-se difícil destacar figuras, por isso prefiro destacar alguns momentos: O arranque de Hulk na jogada do segundo golo, oferecendo o golo a Guarín e a jogada do terceiro golo com Mariano e Lucho no melhor que este jogo teve.





quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

QUASE UM MILHÃO DE EUROS!

Chegou ao Porto cotado como disciplinador por excelência, numa altura em que o plantel vivia uma crise de identidade. Foi um formador considerado no seu país e talvez por isso Pinto da Costa entendeu ser uma boa solução para relançar a equipa.

Ao nível profissional nunca tinha ganho nada pelo que treinar a equipa principal do FC Porto, bi campeão do mundo e bi campeão europeu era o mesmo que entregar um Ferrari a um amador.

Pegou na equipa com coragem, firmeza e convicção, mas também com ingenuidade. Cometeu erros de palmatória e por isso sentiu na pele as exigências de uma massa adepta habituada a bom futebol aliado a bons resultados. Foi assobiado, viu lenços brancos e pedradas na sua viatura. Derrapagens naturais de quem não estava habituado a conduzir a «máquina potente» que tinha entre mãos.

Custou a adaptar-se mas após algumas correcções de condução lá encontrou a melhor forma de levar o seu Ferrari para o caminho desejado, a vitória.

Finalmente saboreou o trago doce dos títulos. Contudo, a impreparação para lidar com o êxito toldou-lhe o espírito e desatou a disparatar. Por alturas da nova pré época começou por admitir possuir um grupo de grandes recursos para pouco tempo depois concluir que afinal se tratava de um grupo banal, só porque lhe foi negada a contratação do seu compatriota Vennegor of Hesselink, um avançado em quem depositava uma confiança inabalável. Daí até à fuga foi um pequeno passo.

O condutor acusou a responsabilidade de conduzir o Ferrari que lhe tinha sido confiado e nada habituado ao esterlato preferiu não se expor a novo teste e desertou arrastando consigo o adjunto que trouxera, deixando a equipa entregue a Rui Barros a pouco dias da disputa da Supertaça Cândido de Oliveira.

O FC Porto não se conformou e recorreu ao Juíz Único do Comité do Estatuto do Jogador da FIFA que lhe deu razão. Adriaanse recorreu então para o Tribunal Arbitral do Desporto que também o condenou.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O MILAGRE DO «AVÔZINHO»

Findo um período de alguma instabilidade caracterizado por um vaivém de treinadores, em 1958 o FC Porto inaugura o campo de treinos e recebe de braços abertos o treinador húngaro Bella Guttmann, muito apreciado em algumas paragens europeias e Sul americanas. O «avôzinho», assim apelidado pela massa associativa portista, chegou em Novembro de 1958 para substituir Reboredo que provisoriamente substituíra o treinador Otto Bumbel demitido em Outubro.

Com Guttmann ao leme, a equipa tornou-se ofensiva por excelência e logrou o imaginável: um braço de ferro com o Benfica em igualdade pontual (41 pontos). Os empates entre ambos a um golo em Lisboa e a zero no Porto, forçou a adopção do recurso ao «goal-average».
O FC Porto logrou o título pela margem tangencial de um golo. Um golo! Tão mais saboreado quanto o campeonato, renhido, arrogante, alargou o fosso de antipatias Porto-Lisboa, dictomia alicerçada no centralismo vigente.

Não perdoaram os nortenhos as alegadas manigâncias do decisivo Benfica-Cuf, prolongado muito para além do tempo regulamentar e magnânimo em grandes penalidades, expulsões e golos. Quem arbitrou? Calabote! Inocêncio Calabote, um dos vários apitos fatídicos para os azuis e brancos. Seria irradiado pela Federação Portuguesa de Futebol.

O FC Porto defrontou nesse 22 de Março de 1959 o Torreense, com o treinador adjunto do Benfica no banco dos adversários.
Crentes dessa tramóia, o título foi empolgadamente festejado na cidade do Porto pelos adeptos portistas que saíram às ruas para vitoriar o feito.

Na foto, da esquerda para a direita em cima: Manuel Pinho, Albano Sarmento, Bella Guttmann (Treinador), Virgílio, Luis Roberto, Ângelo Sarmento, Monteiro da Costa, Miguel Arcanjo, Américo e Acúrsio Carrêlo; Em baixo: Hernâni, Pedroto, Barbosa, Osvaldo Silva, Perdigão, Gastão, Carlos Duarte, Noé, António Teixeira e António Morais.

Fonte: Livro de Ouro do Diário de Notícias

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

DE VITÓRIA EM VITÓRIA ENCHE O DRAGÃO O PAPO


FICHA DO JOGO


Afastada que foi a mini crise que nos afastou de uma longa liderança, o FC Porto parece ter encontrado o norte, que é como quem diz um novo ciclo de vitórias que certamente, mais tarde ou mais cedo acabará por o guindar ao lugar a que está habituado, o primeiro.

O jogo de hoje não tendo constituído uma excelente prestação, muito por culpa da Académica que se apresentou no Dragão muito bem organizada defensivamente, tapando os caminhos da sua baliza, limitando as linhas de passe e encurtando espaços, foi no entanto demonstrativo da confiança e querer dos jogadores azuis e brancos que tudo fizeram para conseguir uma vitória merecida que peca por escassa.

A lentidão da manobra portista foi, durante o primeiro tempo, um dos principais erros em que a equipa incorreu prejudicando o caudal ofensivo que sempre praticou, inviabilizando a construção de oportunidades dignas de golo, que diga-se em abono da verdade só logrou aos 24', de bola parada e concretizada por Rodríguez de cabeça na pequena área. Nesse período consentiu o empate num lance raro de contra-ataque estudante, muito facilitado pela defesa portista.

Voltou dos balneários mais esclarecido, mais veloz, mais dominador e por isso muito mais perigoso, deixando o adversário sem grandes soluções para travar essa fúria. O golo apareceu fruto dessa atitude num lance bem conduzido por Hulk que depois de vencer a oposição contrária cruzou atrasado para, em posição central, aparecer Raúl Meireles a atirar forte para as redes forasteiras. Outras ocasiões foram criadas mas também desperdiçadas. Até uma grande penalidade! Lucho ainda com níveis de forma e confiança muito reduzidos, não teve a felicidade pelo seu lado. A bola rematada mais em jeito do que em força foi caprichosamente beijar o poste.

O resultado acabou por não se alterar nem mesmo com a expulsão justa de Sougu aos 63'.

Os destaques vão para as prestações de Fucile, Raúl Meireles, Lisandro Lopez e Hulk, este para mim o melhor em campo.