terça-feira, 29 de junho de 2010

COMPLEXOS LUSITANOS NA ORIGEM DO NAUFRÁGIO

FICHA DO JOGO

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Os habituais complexos, tipicamente lusitanos, ditaram a eliminação da selecção nacional do Mundial de Futebol, nos oitavos-de-final, frente à Espanha.

Os mesmos que inibiram os portugueses, primeiro frente à Costa do Marfim (pânico de perder o primeiro jogo!) e mais tarde frente ao Brasil (pânico de levar uma goleada e ser afastado indecentemente). No único jogo em que Portugal se assumiu, goleou. Sintomático!

Queiroz (será gémeo de Jesualdo?) mentalizou a equipa para a segurança defensiva, fazendo-a recuar no terreno, quase sem preocupações ofensivas. Dir-se-ia que fundeou a caravela lusitana frente à sua baliza, quiçá à espera de um milagre, que evidentemente não aconteceu.

Os espanhóis tiveram o comando e o domínio do jogo, justificando plenamente a vitória final que pecou por escassa. Eduardo cotou-se como o melhor homem em campo, o que diz bem do trabalho a que foi sujeito. Foi ele o único que não mereceu perder esta partida. A saída de Hugo Almeida foi de bradar aos céus e precipitou o inevitável.

Portugal desiludiu-me imenso pois teve uma atitude neste Mundial muito semelhante com a da Grécia, no Euro/2004, com resultado diferente.

Bruno Alves e Raul Meireles despedem-se desta forma da África do Sul, onde resistem ainda Fucile e Álvaro Pereira.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

CORAGEM VARA VENCER FÚRIA ESPANHOLA

Portugal vai regressar à Cidade do Cabo para defrontar o Campeão Europeu, a Espanha.

Em jogo a eliminar, só quem marca golos pode vencer. Por isso, os esquemas defensivos, terão mais a perder do que a ganhar.

Não sei se Queiroz acredita na capacidade dos seus jogadores. Sei que defrontar a Espanha não será o mesmo que defrontar a Coreia do Norte. Não espero a mesma intensidade ofensiva desse jogo, mas conto com a mesma atitude: Consciência das potencialidades próprias, coragem e ambição. O resto virá por acréscimo.

Sei que qualquer dos resultados possíveis (vitória/derrota) podem acontecer. Mas se tivermos de cair que seja com elevação e que não fiquem dúvidas da nossa vontade de ganhar. Se tivermos de ganhar que não seja à custa de futebol cínico e negativo, tipo Grécia. Acredito que é possível seguir em frente, assim a equipa nacional acredite também.

EQUIPA PROVÁVEL


Competição: Mundial/2010 África do Sul - Oitavos-de-final
Palco:
Estádio Green Point - Cidade do Cabo
Data e hora:
29 de Junho de 2010 às 19:30 h
Árbitro:
Hectôr Baldassi - Argentina
Transmissão:
RTP 1

sábado, 26 de junho de 2010

BICAMPEÃO NACIONAL DE JUVENIS

O FC Porto recebeu e venceu esta manhã o Sporting, na ultima jornada, sagrando-se bicampeão nacional de juvenis.

Num jogo em que só a vitória interessava, para poder anular o ponto que o Sporting tinha de vantagem, Lupeta (57') e Ricardo Alves (59') tornaram-se nos protagonistas do jogo, ao apontar os dois golos que coloriram o resultado final.

FC Porto: Elói Silva, Rúben Teixeira, Hugo Basto, Tiago Ferreira, Tiago Bragança, Paulo Jorge, Erik Grey, Ricardo Alves, Joaquim Lupeta, Tozé e Fábio Martins

Suplentes: Kadú, André Teixeira, Ricardo Catarino, Júlio Santos, Marcel Oravec, Adriano Castanheira e Alex


Treinador: Pedro Emanuel

Parabéns aos jovens campeões.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

NOS OITAVOS COM EXCESSIVA PRUDÊNCIA!

FICHA DO JOGO

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Com uma exibição pouco brilhante mas prudente e calculista, Portugal carimbou o passaporte para os oitavos-de-final do Mundial, ao empatar a zero com o Brasil.

Garantiu assim a segunda posição no Grupo G. De resto até podia perder porque a Costa do Marfim apenas conseguiu recuperar três dos nove golos de diferença.

Carlos Queiroz apresentou algumas novidades surpreendentes: Ricardo Costa surgiu a lateral direito, Pepe a trinco, Duda no meio campo e Dany ou pouco mais adiantado, enveredando por um futebol lento, de contenção, procurando não correr muitos riscos.

O Brasil, com mais posse de bola, pareceu no entanto incapaz ou então pouco ambicioso, deixando-se embalar pela monotonia do jogo.

E aquilo que à partida parecia poder ser um bom espectáculo futebolístico acabou por ser enfadonho, defraudando as expectativas de quantos a ele assistiram.

Pareceu, a determinada altura, haver um pacto de não agressão, em termos de futebol ofensivo, já que a agressividade física esteve sempre presente, obrigando o arbitro mexicano a exibir por sete vezes a cartolina amarela (4 para Portugal e 3 para o Brasil).

As ocasiões de golo foram escassas. Raul Meireles teve uma boa oportunidade aos 59', num desarme deficiente de Lúcio, ao disputar um lance na área com C. Ronaldo. A bola foi direitinha, proximo do segundo poste onde surgiu o médio do FC Porto a rematar com o pé direito, quando o lance exigia o esquerdo, permitindo deste modo a mesmo assim difícil intervenção de Júlio César.

Já em tempo de descontos foi Ramires a estar perto do golo não fora o espectacular golpe de rins de Eduardo.

Melhor o resultado final que a exibição.

Portugal vai assim voltar à Cidade do Cabo, no próximo dia 29, para tentar continuar na prova, frente a Espanha, Chile ou Suíça. Mais logo se saberá.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

AVANCEMOS SEM MEDOS!

Depois da arrasadora vitória frente à Coreia do Norte, Portugal vai enfrentar o favorito Brasil, certamente com os níveis de confiança mais elevados e principalmente com a sensação de que discutir o primeiro lugar do Grupo, não sendo tarefa fácil também não é impossível.

A cidade anfitriã do 3º jogo de Portugal, neste Mundial será Durban que se encontra a cerca de cinquenta minutos de distância, de avião. Um trajecto bem mais curto que os anteriores.

Durban, também conhecida por Ethekwini, é a maior cidade da província de Kwazulu-Natal e um lugar repleto de diversidade. Começou por se chamar Port Natal, tendo o nome sido mudado em 1835.

Possui o porto mais movimentado de África e oferece aos visitantes o maior parque temático marinho do continente, num dos cinco maiores aquários do mundo, o Mundo Marinho UShaka.

Durban é uma estância turística, além de cidade industrial, com belas praias que permitem banhos durante todo o ano, pois a água é aquecida pela corrente de Aghulas, apresentando uma temperatura média a rondar os 15º C mesmo de Inverno. Possui ainda interessantes reservas de vida selvagem.

O novíssimo Estádio Moses Mabhida em Durban será o palco do Brasil-Portugal. O Estádio personifica a inovação arquitectónica da África do Sul e foi inspirado na bandeira nacional. O seu grandioso arco representa a união de um país apaixonado pelo desporto. Os dois arcos do mastro do lado sul, unem-se para formar uma única base no lado norte, simbolizando a nova unidade de uma nação outrora dividida.

Com capacidade para 69.957 espectadores sentados, a arena foi especificamente projectada para uma utilização diversificada dispondo de um anfiteatro completo e um teleférico que conduz a uma plataforma de observação no topo do enorme arco de 350 metros de extensão, mais de 100 metros acima do relvado. De lá, os visitantes podem desfrutar de espectaculares vistas panorâmicas, quer da costa como da cidade. A cobertura é ligada ao arco por cabos de aço com 95 mm de diâmetro.

O nome do Estádio Moses Mabhida representa uma homenagem a um dos principais comandantes militares e políticos do movimento que lutou contra o apartheid, o ANC.

Carlos Queiroz tem ainda alguns jogadores com problemas físicos (Rúben Amorim e Deco), Pepe recuperado mas ainda sem ritmo, outros com cartões amarelos (Pedro Mendes, Cristiano Ronaldo e Hugo Almeida) e provavelmente mais alguns a acusar algum desgaste.

Prevê-se por isso algumas alterações no onze inicial.

EQUIPA PROVÁVEL

Competição: Mundial/2010 - África do Sul - 3ª Jornada Grupo G
Palco: Estádio Moses Mabhida - Durban
Data e hora: 25 de Junho de 2010 às 15:00 h
Árbitro: Benito Archundia - México
Transmissão: RTP 1

terça-feira, 22 de junho de 2010

GOLEADORES DOS MUNDIAIS

A marca de 13 golos, conseguida pelo francês Just Fontaine, no Mundial da Suécia de 1958, continua a ser imbatível.

Quem mais se aproximou foi o húngaro Sándor Kogsis, ao apontar 11 golos, no Mundial da Suíça de 1954.

O português Eusébio aparece no lote dos quartos melhores marcadores com 9 golos marcados, feito conseguido no Mundial de Inglaterra de 1966.

Os brasileiros são os que mais se destacaram (3 vezes), seguidos de argentinos, húngaros, alemães e italianos (2 vezes cada).

Por curiosidade, o brasileiro Ronaldo é o futebolista que mais golos marcou nas fases finais dos Mundiais (15 golos na soma de golos marcados em três edições: 4 golos em 1998; 8 golos em 2002 e 3 golos em 2006), ultrapassando o alemão Gerd Muller, que detinha um recorde de mais de trinta anos, com 14 golos marcados (10 golos em 1970 e 4 golos em 1974).

Fontaine com os seus 13 golos, numa só edição segue à frente de Pelé que marcou 12 golos em 4 fases finais (6 golos em 1958; 1 golo em 1962; 1 golo em 1966 e 4 golos em 1970).

segunda-feira, 21 de junho de 2010

GOLEADA ÉPICA DOS NAVEGADORES!

FICHA DO JOGO

(Clicar nos quadros para ampliar)

Reencarnando o espírito de Bartolomeu Dias, os «Navegadores» portugueses reeditaram a história, na Cidade do Cabo, dobrando o Cabo das Tormentas, com ligeiras dificuldades iniciais, navegando, especialmente na segunda parte, em mar sereno e tranquilo pelo Cabo da Boa Esperança.

Queiroz procedeu neste jogo a quatro alterações. Miguel, Tiago, Simão e Hugo Almeida apareceram nos lugares de Paulo Ferreira, Deco, Dany e Liedson.


Era à partida um jogo do tudo ou nada. Conscientes disso, os jogadores portugueses enveredaram pela atitude correcta e assumiram o jogo com determinação, coragem e ambição, chegando mesmo a empolgar pela sede de golos demonstrada.

Não foi fácil derrubar a muralha coreana, ainda por cima, o ferro da baliza voltou a ser padrasto, desta vez para Ricardo Carvalho que viu um remate de cabeça, que levava selo de golo, a ser devolvido pelo poste. Cristiano Ronaldo também voltaria a acertar no ferro.

Sem ser deslumbrante, Portugal começou a dominar o jogo e a criar jogadas de ruptura na defesa coreana. Raul Meireles, em jogada bem congeminada com Tiago inaugurou o marcador aos 29' e transformou o jogo num verdadeiro passeio até final.

Já no segundo tempo, em apenas quinze minutos, o marcador disparou com mais três golos. Os jogadores portugueses pareciam insatisfeitos e procuraram, com êxito, construir um resultado mais dilatado. Foi um período do jogo em que os coreanos ficaram completamente desorientados contribuindo com falhas imperdoáveis como o que proporcionou o golo a Liedson.

Boa prestação dos jogadores portugueses em geral, com os portistas Bruno Alves e Raul Meireles em bom plano.

Segue-se o Brasil, no dia 25 deste mês, para fechar as contas do Grupo. Um empate garante a passagem da equipa nacional aos oitavos de final.

domingo, 20 de junho de 2010

CABO DAS TORMENTAS OU DA BOA ESPERANÇA?

A equipa nacional portuguesa volta a entrar amanhã em acção, para o segundo jogo da fase de grupos do Mundial.

A Cidade do Cabo, no Sul do país, será o novo palco. Mais uma vez, os jogadores portugueses deslocaram-se de avião desde o local de estágio, percorrendo uma distância de mais de mil quilómetros.

Marcada pela diversidade, a Cidade do Cabo é considerada o ponto de fusão de várias culturas diferentes no sul do continente africano. É muito difícil encontrar um motivo para não se apaixonar pela paisagem idílica situada entre o oceano e uma cadeia montanhosa de tirar o fôlego. A simbólica Table Mountain eleva-se a 1.086 metros acima da cidade e é usada como ponto de referência por marinheiros. Em dia claro, o cume achatado pode ser visto a cerca de 200 quilómetros mar adentro.

A "Cidade Mãe", como é conhecida na África do Sul, possui uma abundância de actividades contrastantes, desde a tranquilidade das famosas praias do Atlântico até à agitação das cores vibrantes de Bo-Kaap. Hout Bay é um óptimo local para pescar, especialmente atum e lagostim, e a histórica base naval de Simon's Town possui um passado fascinante.

A estrutura desportiva que vai acolher este jogo é o novíssimo Estádio Green Point que para além de ser um dos mais bonitos da África do Sul, situa-se numa das áreas mais desejadas da Cidade do Cabo. Vai ser ainda cenário de uma das semifinais deste certame.

Construído parcialmente num terreno antes utilizado como campo de golfe, a nova jóia da Cidade fica nas margens do oceano e as partidas nele disputadas terão como pano de fundo as suas montanhas.

Dispõe de uma capacidade para 66.005 pessoas e é revestido de protecção acústica. O estádio ficou pronto em Dezembro de 2009. O Parque Green Point, onde foi erguido, era originalmente mais amplo e incluía a maior parte da área entre o mar e Signa Hill, estendendo-se da cidade até Sea Point.

Depois da pálida imagem e de um inconveniente empate no primeiro jogo, só a vitória nos interessa, se efectivamente queremos continuar em frente na prova.

Espera-se e deseja-se portanto, uma nova atitude. Convicção, confiança, coragem e ambição são as qualidades indispensáveis para transformar o Cabo das Tormentas em Cabo da Boa esperança.

Face ao desempenho menos positivo aliadas a algumas situações de indisponibilidade física é previsível que Queiroz proceda a algumas alterações no seu xadrez.

Pepe poderá reaparecer, não é certo que Deco recupere dos problemas físicos que o têm apoquentado e Simão é um forte candidato para o lugar de Dany.

EQUIPA PROVÁVEL

Competição: Mundial/2010 - África do Sul - 2ª Jornada Grupo G
Palco: Estádio Green Point - Cidade do Cabo
Data e hora: 21 de Junho de 2010 às 12:30 h
Árbitro: Pablo Pozo Contreras - Chile
Transmissão: RTP 1

sábado, 19 de junho de 2010

RESUMO HISTÓRICO DOS MUNDIAIS DE FUTEBOL

(CONTINUAÇÃO)

Inglaterra/1966 - Estreia Portuguesa. E que estreia!

Portugal foi uma das grandes sensações nesta estreia de presenças na fase final de um Mundial. Eusébio cotou-se como o melhor goleador do torneio e Portugal obteve a melhor classificação de sempre ao conseguir o terceiro lugar.

A Inglaterra foi à final com a Alemanha num jogo que não escapou à polémica por causa de um golo que ainda hoje ninguém conseguiu demonstrar que a bola ultrapassou de facto a linha de baliza. O resultado final foi 4-2, após prolongamento, com um «hat-trick» de Geoff Hurst». Para o historial ficou o tal golo de Roger Hunt, validado pelo suíço Dienst!

Na foto, da esquerda para a direita, em cima (só os atletas): Stiles, Hunt, Banks, Jack Charlton, Cohen e Wilson; Em baixo: Peters, Hurst, Bobby Moore, Ball e Bobby Charlton

México/1970

Foi um dos mais espantosos Mundiais que culminou com a coroação definitiva do Brasil como grande potência do futebol. Selecção de sonho, onde sobressaía a rapidez de Jairzinho, a frieza de Gerson, o talento de Tostão e Clodoaldo e o génio do «Rei» Pelé.

Na final o adversário foi a Itália. A equipa «azurra» começou a perder, no estádio Azteca completamente lotado, com um golo de Pelé, mas Bonisegna ainda empatou. Contudo, o vendaval ofensivo brasileiro acabaria por fazer mossa. Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto encarregaram-se de dar expressão ao inspirado futebol brasileiro. O 4-1 final não deixava margem para dúvidas.

Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Carlos Alberto, Brito, Wilson Piazza, Felix, Clodoaldo, Everaldo e Admilde Chirol (preparador físico); em baixo: Jairzinho, Rivelino, Tostão, Pelé e Paulo César Caju

Alemanha/1974

Detentora do título europeu, a equipa da casa apresentava-se como uma das mais fortes favoritas, contudo, o futebol mais apelativo era sem dúvida a «Laranja Mecânica» da Holanda, treinada por Rinus Michels, com Johan Cruyff como principal protagonista do futebol total. Foi com este tipo de futebol que os holandeses chegaram facilmente à final.

Na final de Munique encontraram-se as duas mais favoritas. O endiabrado Cruyff em apenas um minuto viu-se derrubado na área. Neeskens apontou o que parecia ser o primeiro passo para o título holandês.

A disciplina férrea dos alemães, sob o comando do «kaiser» Franz Beckenbauer não estremeceu. Breitner empatou também de penalti e aos 43' Gerd Mueller virou o resultado. O «futebol total» saiu esmagado pelo exército de «panzers».

Na foto, da esquerda para a direita: Beckenbauer, Step Maier, Schwarzenbeck, Bonhof, Holzenbein, Grabowsky, Gerd Mueller, Overath, Vogts, Breitner e Hoenes

Argentina/1978

Campeonato sob o signo da polémica! Primeiro pela tomada de posição política de Cruyff ao recusar estar presente «num país onde desapareciam pessoas», depois pelo «colinho» das arbitragens à equipa da casa. A Argentina soube tirar partido do apoio do público e das ajudas dos árbitros para lograr o que parecia impossível. Contra o Peru, por exemplo, os argentinos necessitavam de ganhar por uma diferença de quatro golos. Num jogo cheio de polémica o resultado foi um surpreendente 6-0 que levou o Brasil a declarar-se «campeão moral».

A final foi disputada contra a Holanda. Kempes bisou na vitória por 3-1, consagrando-se como o melhor marcador do torneio. Os alvi-celesttes estreavam-se como Campeões Mundiais.

Na foto, da esquerda para a direita, em pé: Passarella, Houseman, Olguin, Tarantini, Kempes e Fillol; Galvan, Ardiles, Luque, Valencia e Gallego

Espanha/1982

Depois de uma primeira fase marcada por três empates, ninguém diria que a Itália de Paolo Rossi iria sagrar-se Campeã do Mundo. Para trás deixaria a magia do Brasil de Zico e Sócrates, derrotada por 3-2 num jogo épico. Também o futebol espectáculo da França de Platini cairia diante da Alemanha nos penaltis.

Nesta final entre bávaros e italianos, os «azzurri» eram favoritos pois tinham Paolo Rossi em estado de graça, apontando o primeiro golo da final que acabaria com um confortável 3-1, abrindo as portas para o «tri» italiano, 44 anos depois da última vitória.

Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Grazziani, Zoff, Bergomi, Scirea, Anognoni e Colovati; Em baixo: Cabrini, Paolo Rossi, Conti, Oriali e Tardelli

México/1986 - Com «Infantes» portugueses na vergonha de Saltilho

Argentina desconcertante e imparável! Primeiro com um golpe habilidoso de mão, que Maradona imortalizou com a célebre frase «Foi com a mão de Deus», depois com uma arrancada iniciada antes do meio campo que só terminou com a bola enfiada nas redes do inglês Shilton.

A Alemanha repetiu a presença na final mas nunca soube parar a magia de «El Pibe» Maradona. Não marcou, mas com um passe de génio assistiu Burruchaga para o golo decisivo do 3-2 que selou o "bi" argentino.

Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Batista, Cucciufo, Olarticoechea, Brown, Rogeri e Maradona; Em baixo: Burruchaga, Giustti, Enrique e Valdano

Itália/1990

O mundial de 90 ficou como um dos mais maçadores de sempre. Argentina e Alemanha repetiram a final mas sofreram até chegarem a Roma. Os alemães foram pacientes e souberam esperar pelo minuto 85, altura em que o árbitro Codesal descobriu um penalti que Brehme apontou com frieza. O 1-0 final premiou o anti-futebol!

Na foto, da esquerda para a direita: Mathaus, Iligner, Buschwald, Aughentaler, Voeller, Kohler, Brehme, Littbarski, Hassler, Berthold e Klinsmann

E.U.A./1994

No mundial do markting, a escolha dos Estado Unidos para popularizar o "soccer" na terra do Tio Sam. Vinte e quatro anos depois, o tetra brasileiro com Romário decisivo como nunca na caminhada rumo ao título.

Na final em Pasadena, repetiu-se o cenário de 1970. Brasil e Itália discutiam não só o título mas também qual delas a chegar primeiro ao tetracampeonato. Foi um jogo monótono com muitas oportunidades falhadas. Pela primeira vez a final decidiu-se na marca das grandes penalidades. O «bambino d'oro» Robert Baggio falhou e os brasileiros festejaram.

Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Taffarel, Jorginho, Aldair, Mauro Silva, Márcio Santos e Branco; Em baixo: Mazinho, Romário, Dunga, Bebeto e Zinho

França/1998

Se em 1930, Jules Rimet sonhou com a vitória da França, foram necessários cinquenta e oito anos para que a sua realização, precisamente em terras gaulesas.

Aimé Jacquet, montou uma equipa consistente, dirigida pelo génio criativo Zidane. Na final contra o Brasil, no Stade de France, a vitória começou a desenhar-se da sua cabeça, com dois golos que adiaram o sonho do penta brasileiro. Petit selou o 3-0 final.

Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Laurent Blanc, Ba, Zidane, Desailly, Candela e Robert Pires; Em baixo: Barthez, Lizarazu, Deschamps, Karembeu e Maurice

Coreia do Sul-Japão/2002 - Portugal eliminado na fase de grupos

Pela primeira vez uma organização conjunta, com estreia no Continente Asiático, este mundial foi de má memória para as selecções europeias, com Portugal a cair na primeira fase. A excepção chamou-se Alemanha que habilmente conseguiu chegar à final.

Com um nível da arbitragens medíocre, o Brasil de Scolari conseguiu o impressionante registo de sete vitórias, em todos os jogos disputados, assentes nos três "R" - Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo. Pierluigi Collina foi o árbitro da final, que não teve casos e onde a magia do «fenómeno» Ronaldo fez a diferença ao desfeitear por duas vezes o melhor guarda-redes da prova, o alemão Oliver Kahn.

Plantel de 2002

Marcos, Cafu, Lúcio, Roque Júnior, Edmílson, Roberto Carlos, Ricardinho, Gilberto Silva, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho, Dida, Belletti, Ânderson Polga, Kléberson, Júnior, Denílson, Vampeta, Juninho, Edílson, Luizão, Rogério Ceni, Kaká, Treinador Luis Felipe Scolari

Alemanha/2006 - Honroso 4º lugar português

Foi o torneio de despedida de Zidane e a última montra universal de Figo, mas também a rara oportunidade de ver em acção o «quarteto mágico» do Brasil, que juntou Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano.

A final em Berlim foi decidida nas grandes penalidades, depois de um empate a uma bola no fim dos 90' e do prolongamento. A França inaugurou o marcador logo aos 7' por intermédio de Zidane, na marcação de uma grande penalidade muito discutível, mas os italianos pouco depois chegariam ao empate por Materazzi. A partir daí o jogo fechou-se com as equipas mais preocupadas em não sofrer golos.

Zidane viu o cartão vermelho por agressão a Materazzi, encerrando a carreira da pior maneira possível.

Enquanto os Italianos concretizaram todas as penalidades, Trezeguet falhou para a França e viu escapar o troféu.

Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Bufon, Materazzi, Luca Toni, Fábio Grosso e Totti. Em baixo: Gattuso, Pirlo, Camoranesi, Cannavaro, Zambrotta e Perrotta.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

RESUMO HISTÓRICO DOS MUNDIAIS DE FUTEBOL

Começo esta rubrica, dividida em dois posts, com os logótipos de todos os mundiais disputados até hoje, onde se encontra o mais actual, que está a decorrer na África do Sul.

Segue-se o quadro do palmarés, onde acho que continua a fazer falta o nome de Portugal


A seguir uma análise telegráfica de todos os mundiais:


Uruguai/1930

Depois de várias tentativas frustradas, a 13 de Julho de 1930 arrancou finalmente o 1º Campeonato do Mundo de Futebol, sonho antigo de Jules Rimet presidente da Federação de Futebol da França, entre 1919 e 1945 e presidente da FIFA, entre 1921 e 1954.

Aconteceu no Uruguai por este país ser à altura o Campeão Olímpico de futebol. O futebol sul-americano estava em grande e a final traduziu essa superioridade.
Argentina e Uruguai foram os finalistas reeditando a final Olímpica de 1928. O resultado foi de 4-2 para os Uruguaios que se tornaram os primeiros campeões Mundiais.

Na foto da esquerda para a direita, em cima: Mascheroni, Nazassi, Ballesteros, Fernandez, Andrade e Gestido; Em baixo: Dorado, Scarone, Castro, Cea e Iriarte

Itália/1938

O ditador Benito Mussolini ficou seduzido com o êxito da primeira edição, pelo que transformou o Mundial da Itália numa festa de consagração do seu regime fascista. O torneio realizou-se em oito cidades, reforçou a «squadra azzurra» com quatro estrangeiros naturalizados e diz-se até que foi ele a nomear os árbitros para os jogos da sua selecção.

A vitória final só poderia ser da Itália, que teve de defrontar a difícil formação da Checoslováquia, num jogo sofrido, por 2-1 após prolongamento.

Na foto da esquerda para a direita, em cima: Combi, Monti, Monzeglio, Bertolini, Allemandi e Ferrari; Em baixo: Guaita, Meazza, Shiavio, Ferraris e Orsi

França/1938

A intenção inicial de Jules Rimet era proceder à regra da rotatividade entre continentes, para a realização dos Mundiais. A primeira edição fora na América do Sul e a segunda na Europa. No entanto a terceira constituiu uma quebra dessa regra, continuando neste Continente.

O Brasil passeou até às meias-finais, onde teve de medir forças com os italianos. O brasileiro Leónidas tinha sido a grande figura da prova, contribuindo de forma decisiva para a carreira vitoriosa da sua selecção. Num acto de excesso de confiança, o treinador brasileiro decidiu fazê-lo descansar para a final e acabou dando um tiro nos pés. A Itália agradeceu e eliminou-os com uma vitória por 2-1. Na final, a equipa capitaneada por Giuseppe Meazza venceu categoricamente a Hungria por 4-2.


Na foto, da esquerda para a direita, em pé (só os atletas): Biavatti, Piola, Ferrari e Colaussi; Em baixo: Locatelli, Meazza, Foni, Olivieri, Raya e Andreolo; Sentado: Serantoni

Brasil/1950

A segunda Guerra Mundial obrigou a um interregno de doze anos. Com a Europa em ruínas, o Mundial voltou à América do Sul. Brasil foi o país anfitrião.

A euforia e o entusiasmo eram grandes em volta da equipa da casa, sustentados no autêntico passeio da primeira fase.
Sobraram quatro formações que desta vez discutiram a vitória final numa poule inédita. O Brasil desembaraçou-se com toda a facilidade da Suécia (7-1) e da Espanha (6-1). Só necessitava de um empate frente ao Uruguai.

No Maracaná cheio pelas costuras, os brasileiros foram os primeiros a marcar por Friaça. Schiaffino e Ghiggia desfizeram o sonho brasileiro infligindo uma surpreendente derrota que lhes proporcionou a segunda Taça Jules Rimet.

Na foto da esquerda para a direita: Maspoli, Obdulio Varela, Gonzalez, Schiafino, Tejera, Andrade, Moran, Julio Perez, Gambeta, Gighia e Miguez

Suíça/1954

O futebol espectáculo derrotado pelo futebol físico foi a síntese deste Mundial. O primeiro era personificado pela Hungria, detentora de um futebol bonito e romântico que encantava as plateias; o segundo pela musculada Alemanha que até tinha sido trucidada na fase de grupos pelos magiares.

Na final de Berna a estrela da Hungria, o famoso Puskas, teve de jogar em condições físicas deficientes. A equipa ressentiu-se e foi surpreendentemente derrotada por 3-2.

Na foto, da esquerda para a direita:Fritz Walter, Turek, Eckel, Rahn, Otmar Walter, Liebrich, Posipal, Scheifer, Kohlmeyer, Mai e Morlock

Suécia/1958

Um menino chamado Pelé juntou-se aos craques Djalma Santos, Vavá, Garricha e Didi e fizeram do Brasil uma equipa temida. Paulatinamente foi impondo o seu futebol categórico até chegar à final.

A Suécia, equipa a jogar em casa, liderada pelo trio atacante Gren, Niedholm e Hamrin, foi o seu contendor. O espírito goleador de Vavá e a magia de Pelé decidiram o jogo: 5-2 resultado final para as cores brasileiras.

na foto, da esquerda para a direita, em cima: Djalma Santos, Zito, Belini, Nilton Santos, Orlando e Gilmar; Em baixo: Garrincha, Didi, Pelé, Vavá, Zagalo e Mário Américo (massagista)

Chile/1962

O Mundial do Chileno ficou na história com um dos mais violentos de sempre, com o registo impressionante de 15 lesões e várias expulsões. Com a ajuda dos árbitros a equipa da casa chegou até às meias-finais, onde sucumbiu ao poder dos Campeões Mundiais.

Sem Pelé, lesionado desde o início da prova, o Brasil alicerçado no endiabrado Garrincha foi-se desembaraçando dos adversários, qualificando-se para a final. A Checoslováquia de Masopust foi o outro finalista. A estrela checa surpreendeu ao marcar o primeiro golo do jogo, mas a resposta brasileira foi implacável. Amarildo, Zito e Vavá fizeram o resultado final (3-1), provando que havia Brasil para além de Pelé.


Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Aimoré Moreira (técnico), Djalma Santos, Zito, Gilmar, Zozimo, Nilton Santos, Mauro e Hilton Gosing (médico);Em baixo: Mário Américo (massagista), Garrincha, Didi, Vavá, Amarildo e Zagalo

(Continua)