quarta-feira, 30 de julho de 2008

FINALMENTE DE FÉRIAS


Pois é caros amigos, também eu tenho direito ao defeso, no caso apenas 15 dias de férias que vou aproveitar para recarregar baterias.

Quando voltar espero poder reaparecer com o sorriso aberto de mais um triunfo, no caso, a Supertaça Cândido de Oliveira que se disputará a 16 de Agosto no estádio do Algarve que me traz sempre à lembrança o "Estorilgate", prudentemente abafado pela justiça à portuguesa.

Um abraço a todos.

terça-feira, 29 de julho de 2008

REFORÇAR COM MAESTRIA E BOM SENSO

A influência dos empresários dos jogadores no futebol actual está cada vez mais activa e contribui de forma decisiva para a constante movimentação de atletas que de forma geral vai proliferando na maioria dos clubes nacionais.

O FC Porto, considerado muito justamente um modelo de clube organizado não se encontra imune a este fenómeno. Apesar dos êxitos desportivos que normalmente vem acumulando, fruto de um trabalho de preparação prévia de qualidade, não tem sabido evitar as saídas e entradas mais ou menos contingentadas do seu plantel.

Todos os anos assistimos, com alguma preocupação, às carradas de contratações e empréstimos, naquilo que julgamos ser um contributo importante para o enfraquecer das finanças da Sad, pese embora as vendas milionárias que ciclicamente se vão concretizando.

Seria normal que num grupo de atletas normalmente campeões nacionais se fizessem alguns ajustes cirúrgicos, em função das vendas irrecusáveis por um lado e à correcção de falhas por inadaptação e/ou erros de casting por outro.

Esta época, era suposto que a equipa técnica e Administração colmatassem as saídas de Bosingwa, Marek Cech e Paulo Assunção, bem como salvaguardassem a hipotética saída de Quaresma e ainda eventualmente corrigissem algumas situações que não ficaram bem resolvidas a época passada.

Estamos a falar portanto de cinco ou seis contratações, que no concreto se transformaram em dez (Sapunaru, Benitez, Guarín e Cristian Rodriguez + Rolando, Fernando, Tomás Costa e Hulk a que e juntaram Candeias e Tengarrinha).

Este tipo de gestão deixa-me confuso se pensar que desde 2003/2004 já se introduziram no plantel 87 novos atletas à média de 14,5 por época: 13 (2007/2008), 11 (2006/2007), 19 (2005/2006), 20 (2004/2005) e 14 (2003/2004), sendo que o pelotão de emprestados tem aumentado de ano para ano.

Creio que está na hora de arrepiar caminho e proceder apenas às alterações que as necessidades e interesses da equipa impuserem, ignorando a pressão dos empresários e jogadores.

domingo, 27 de julho de 2008

WHISKY ESCOCÊS, COM GELO, NA FESTA DO DRAGÃO


Ontem foi dia de rumar até ao palco dos sonhos para matar as saudades que o defeso sempre provoca, rever os tricampeões e esquecer por momentos as manobras de bastidores que tem animado o pobre futebol português.

A festa de apresentação do plantel 2008/2009 do FC Porto começou bem cedo no Estádio do Dragão com um programa recheado, a convidar os adeptos a "acampar" nas bancadas para viver cada momento do evento.

Desse programa constava um jogo de futebol entre a equipa de sub-19 do FC Porto e os sub-20 do Valência, o único momento da gala a que não assisti, que terminou com o resultado desfavorável de 0-2.

Seguiu-se a dança do Dragão e a entrada em cena do Mundo portista representado por um enorme globo terrestre e o desfile das bandeiras nacionais dos países onde há portistas.

Já com o Estádio bem composto de público (42.308 espectadores) foi apresentado o plantel por sectores. Primeiro os guarda-redes, depois os defesas, os médios e finalmente os atacantes, com os atletas a aparecerem dos dois lados da bancada central para descerem até ao relvado.

Lucho Gonzalez, Lisandro Lopez e Quaresma foram os mais entusiasticamente ovacionados como os atletas mais valiosos deste plantel. Rodríguez foi especialmente acarinhado.

Sem surpresas portanto, o que me fez pensar no ridículo em que caíram alguns "bloguistas" que numa tentativa de protagonismo e/ou de afirmação, lançaram nomes sonantes (alguns até impossíveis para o suporte financeiro do Clube), garantindo terem informações privilegiadas!

Seguiu-se então o momento alto do certame. A "borrachinha" a evoluir no relvado, previamente regado, com os tricampeões a mostrarem-se ao seu público.

O Celtic de Glasgow foi o parceiro da festa a fazer recordar essa maravilhosa jornada de Sevilha.

Na equipa da primeira metade não houve grandes mudanças, em relação à equipa da época passada. Jogando com o equipamento principal o FC Porto apresentou a seguinte equipa: Helton; Sapunaru, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Lino; Fredy Guarín, Raúl Meireles e Lucho Gonzalez: Mariano Gonzalez, Lisandro Lopez e Cristian Rodríguez.

Os escoceses adoptaram uma atitude passiva, procurando fazer correr o tempo, tapando o caminho da sua baliza, empregando o físico e sem preocupações atacantes, dificultando a manobra ofensiva dos dragões. Nesta fase a superioridade portista foi evidente mas era notória ainda alguma falta de ritmo, de ligação e especialmente de eficácia. Sapunaru, Lisandro e Rodríguez tiveram boas oportunidades para marcar. O romeno apareceu oportuno na área a cabecear com muito perigo mas sem a direcção devida; O argentino trabalhou bem um lance ficando na cara do guarda-redes que instintivamente lhe negou o golo e o uruguaio, bem lançado pela direita por Lucho, recolheu bem a bola e em boa posição falhou o alvo.

Na segunda metade Jesualdo fez muitas alterações e com o equipamento alternativo o FC Porto apresentou: Nuno; Fucile, Rolando, Bruno Alves e Benitez; Bolatti, Tomaz Costa e Lucho Gonzalez; Mariano Gonzalez, Farías e Lisandro Lopez.

Jogaram ainda: Fernando e Candeias

As alterações na equipa influenciaram o seu rendimento e a produção não foi tão segura. Foi evidente as faltas de ritmo e entrosamento. Lisandro voltou a ter possibilidades de facturar num golpe de cabeça que saiu por cima do travessão. Aos 87' Hesselink apareceu solto no coração da área cabeceando um cruzamento da esquerda que deixou Nuno sem hipóteses de defesa. O jogo acabaria pouco depois.

Apesar de ainda considerar prematuro tirar conclusões, entendo que continua a faltar um jogador de área, com peso e altura para lutar e ganhar lances na área. Será o tal Hulk? Sem essa referência dificilmente conseguiremos o salto qualitativo para enfrentarmos com optimismo os confrontos internacionais.

Das aquisições achei positivas as actuações de Sapunaru, Guarín e Rodríguez. Candeias deixou alguns bons momentos.

A festa terminou com um festival de fogo de artifício muito aplaudido pelo público presente.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Depois de uma época de ouro, as expectativas mantinham-se altas, com José Mourinho cada vez mais confiante no trabalho desenvolvido.

2003/2004 - O 6º BICAMPEONATO

Ciente das dificuldades crescentes que os adversários pretendiam colocar-lhe, o treinador procedeu a algumas alterações na composição do plantel, de onde tinham saído Postiga (Tottenham), Capucho (Glasgow Rangers), Cândido Costa (Derby County) e Clayton (Sporting). Sérgio Conceição regressou de Itália e juntou-se aos reforços Bosingwa (ex-Bosvista), Ricardo Fernandes (ex-Sporting), Pedro Mendes (ex-Guimarães), Bruno Morais (ex-Santos), McCarthy (ex-Celta de Vigo), Evaldo (ex-Atlético Pr.), Bruno Vale (Equipa B) e mais tarde em Janeiro, Maciel (ex-U. Leiria) e Carlos Alberto (ex-Fluminense).

Na foto da esquerda para a direita, em baixo: Pedro Mendes, Maniche, Carlos Alberto, Deco e Derlei; Em cima: Víctor Baía, Jorge Costa, Nuno Valente, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho e Costinha

A 10 de Agosto ganhou a primeira competição da época, a Supertaça Cândido de Oliveira, frente ao União de Leiria, por 1-0 com um golo de Costinha aos 54', mas perdeu a segunda competição, a Supertaça europeia, jogada no Mónaco no dia 19 do mesmo mês, frente ao AC Milan por 0-1.

O Campeonato nacional, designado por Super Liga, iniciou-se nas Antas frente ao Braga, com o triunfo portista por 2-0. McCarthy foi o primeiro a marcar neste campeonato e curiosamente haveria de ser o último, ao apontar os três golos com que o FC Porto brindou o Paços de Ferreira, no encerramento da prova.

Os Dragões cedo deram mostras de querer repetir as performances da época anterior, goleando o Sporting por 4-1, na 3ª jornada. Derlei, Jankauskas, Maniche e McCarthy foram os autores dos golos, de um jogo em que o Porto esteve imparável a dominar, a controlar e a marcar. Na 5ª jornada recebeu e bateu o Benfica por 2-0, num início de campeonato exigente, tanto mais pela competições europeias que se alternaram num ritmo sufocante (Supertaça Europeia e Liga dos Campeões), obrigando Mourinho a um exercício de gestão do plantel, sem perda de consistência e eficácia.

A 7 de Fevereiro de 2004, o Estádio do Dragão passou a ser o palco oficial dos sonhos portistas. Depois de inaugurado numa cerimónia especialmente preparada que teve como epílogo um jogo frente ao Barcelona, coube ao União de Leiria estrear o bonito e moderno anfiteatro, em provas oficiais. Foi o jogo da 21ª jornada da Super Liga que os azuis e brancos ganharam, por 2-1. O estado lamentável do relvado terá prejudicado a equipa mais tecnicista reflectindo-se no resultado final. Relvado que viria a ser substituído dez dias depois. Para trás tinham ficado os empates em Alvalade e na Luz, ambos por 1-1.

Já no novo e espectacular tapete proveniente da Holanda, colocado por uma empresa inglesa especialista na substituição de relvados, o FC Porto recebeu e goleou o V. Guimarães por 3-0.

O título foi festejado no hotel, antes dos jogadores entrarem em campo para defrontar o Alverca, na 32ª jornada. O Sporting perdera pontos com o Leiria e deixara o FC Porto a uma distância matemática impossível de igualar. Por isso, a equipa subiu ao relvado do Dragão com pose de bicampeão. Venceu por 1-0 com golo de Bosingwa, num jogo que ficou marcado também pelo regresso de Derlei à competição, após prolongada lesão.

A apoteose aconteceu no Dragão onde os campeões bateram o Paços de Ferreira por 3-1, com os golos já referenciados do melhor marcador do campeonato, o sul-africano Beny MacCarthy. Os jogadores apresentaram-se de caras pintadas e contribuíram para mais uma festa inesquecível. Foi o 20º título de campeão nacional.

O FC Porto terminou com 82 pontos resultantes de 25 vitórias, 7 empates e 2 derrotas. O segundo (Benfica) ficou a 8 pontos e o terceiro (Sporting) a 9.

JOSÉ MOURINHO

Filho do antigo guarda-redes do Vitória de Setúbal Félix Mourinho, tentou como atleta mas sem nunca o conseguir, ter o mesmo sucesso do seu pai.

Cedo porém, demonstrou capacidade inata para organizar e preparar relatórios e dossiers das equipas adversárias do seu progenitor.

Não foi feliz como jogador mas colmatou essa inaptidão licenciando-se em Educação Física no ISEF, onde concluiu o curso com distinção.

Desempenhou várias funções no Vitória de Setúbal até ser contratado como tradutor de Bobby Robson no Sporting.

Bebendo da sabedoria do seu mestre, Mourinho rapidamente se transformou em técnico-adjunto do britânico, exercendo essa função no FC Porto, contribuindo para os dois primeiros títulos do Pentacampeonato, findo os quais rumou, ao lado de Robson, para o Barcelona.

Mourinho aproveitou a sua estadia em Espanha para adquirir conhecimentos mais vastos sobre o futebol mantendo-se no clube da Catalunha com adjunto principal de Louis Van Gaal, altura em que lhe foi confiado um papel mais activo na preparação dos jogos.

No seu regresso a Portugal, para abraçar o projecto como treinador principal ao serviço do Benfica, Mourinho, aproveitando um resultado muito positivo frente ao Sporting, quis forçar a ampliação do seu contrato e o resultado dessa tentativa redundou no seu afastamento do clube, tendo então passado para o União de Leiria.

Pinto da Costa, sempre atento, não hesitou em endereçar-lhe o convite para se mudar para as Antas a que o treinador não se fez rogado, numa altura em que a equipa do FC Porto atravessava uma fase menos condizente com os seus pergaminhos. Veio a meio da época 2001/2002 para substituir Octávio Machado.

Nas duas épocas seguintes transfigurou o FC Porto dotando a equipa de nível internacional, vencendo quase todas as provas internas, mais a Taça Uefa e a Champions League, provando ser possível vencer em simultâneo o campeonato nacional e as provas da Uefa.

O seu trabalho no FC Porto não passou despercebido, granjeando-lhe a cobiça dos grandes emblemas europeus. O milionário Roman Abramovich acenou-lhe com um contrato irrecusável para treinar o Chelsea de Inglaterra, ainda antes da final de Gelsenkirchen. O comportamento do treinador nesta fase foi de algum modo deplorável, não tanto pelo compromisso que assumiu mas principalmente pelas atitudes que tomou, nomeadamente depois de terminado o jogo da final da Liga dos Campeões que o FC Porto venceu, recusando-se a festejar com a equipa, refugiando-se em desculpas de mau pagador.

Profetizaram alguns portistas que essa atitude lhe terá custado a maldição de nunca mais poder saborear o doce paladar da vitória na prova rainha do futebol europeu. A ver vamos.

Juntamente com Artur Jorge, também pelo FC Porto, são os únicos treinadores portugueses que contam no seu palmarés a Taça dos Campeões Europeus.

Palmarés ao serviço do FC Porto:

Campeonato Nacional: 2002/2003 e 2003/2004
Taça de Portugal: 2002/2003
Supertaça Cândido de Oliveira: 2002/2003
Liga dos Campeões Europeus: 2003/2004
Taça Uefa: 2002/2003


segunda-feira, 21 de julho de 2008

À PROCURA DA PERFEIÇÃO

Terminou o estágio de preparação para a nova temporada, realizado na Alemanha, mais precisamente em Marienfeld, onde o FC Porto desenvolveu um trabalho de qualidade com vista a encontrar a forma desejada e a integração das aquisições para encarar com o optimismo habitual todas as provas em que vai estar envolvido.

Dos jogos-treinos disputados ficaram alguns indicadores preciosos quanto às capacidades individuais e colectivas, que naturalmente necessitarão de tempo para uma perfeita harmonização e performance.

Apesar de considerar prematura qualquer tipo de apreciação não resisto a partilhar algumas considerações próprias do "treinador de bancada" que há (?) em cada um de nós. Confesso que não me foi possível acompanhar todos os jogos de preparação, pelo que este ensaio enferma dessa limitação. Contudo, pelo que vi e pela leitura do que não vi, parece-me que Jesualdo Ferreira tem um longo e árduo trabalho pela frente. Isto evidentemente se pretender dar um salto qualitativo, que é como quem diz, ter ambições mais alargadas no que diz respeito à nossa participação na Champions League.

No imediato, tal desiderato passará pela manutenção da espinha dorsal da equipa do ano transacto. Às saídas de Bosingwa e Paulo Assunção pode ainda juntar-se a de Quaresma e eventualmente de Lucho Gonzalez que continua a apregoar a sua vontade de sair. Se a venda do "Mustang" me parece consensual, tendo em conta o seu desejo e principalmente o reconhecimento geral de que se poderá transformar num foco desestabilizador, ou seja, a reedição do Maniche ou Costinha da época de 2004/2005, já a do "El Comandante" me parece demasiado forçada e mais prejudicial, face à importância e clarividência que o seu futebol representa para a equipa.

Segurar e motivar o argentino é pois, em meu entender, um passo fundamental para assegurar a tal espinha.

Na baliza, Helton e Nuno são atletas de qualidade reconhecida que dão todas as garantias de trabalho exemplar. Ventura continua na sua condição de aprendiz e se continuar com a humildade e vontade que tem manifestado poderá ser a curto prazo uma certeza.

Na defesa Pedro Emanuel e Bruno Alves são titulares indiscutíveis. Rolando parece-me ter muita qualidade mas teremos de lhe dar tempo para se entrosar com os companheiros. Já Stepanov vem evidenciando os defeitos e virtudes expostos na época passada. É um jogador intermitente que aparece intimamente ligado às falhas da defesa e aos golos sofridos. À direita e à esquerda encontram-se as grandes interrogações. Fucile tem a raça, a coragem e muita ousadia ofensiva e defende com alguma destreza. Lino começou a aparecer na parte final da última época e continua a patentear mais queda para o ataque do que para a defesa. Neste estágio fez dois golos na marcação de livres directos, situação em que os Dragões têm apresentado sérias carências, a que a exclusividade de Quaresma não deverá ser alheia. Sobre Sapunaru e Benitez pouco ou nada vou adiantar porque o tempo que os vi jogar não foi conclusivo, apesar de me parecer que o romeno é mais decidido e corajoso.

No meio campo o leque de escolhas é agora mais alargado. Bollati, Fernando e Guarín disputam o lugar que era de Assunção, ainda que possam fazer outras posições. Deste trio acho o brasileiro mais dotado para o lugar pois alia o bom posicionamento defensivo à qualidade ofensiva. Bollati manifesta a habitual capacidade técnica prejudicada pela falta de velocidade física e pela lentidão a pensar o jogo. Já Guarín apresentou credenciais técnicas evoluídas e capacidade ofensiva muito interessante. Parece-me que vai ser uma boa alternativa a... Meireles. A defender talvez não seja tão perfeito. Tomás Costa, ainda anda à procura do seu espaço, pareceu-me retraído e ainda não vi essa capacidade de colocação de bola à distância de que vinha rotulado. Lucho é o comandante e não tem rival.

Na frente, Lisandro Lopez parte em vantagem. A sua atitude dentro do campo faz dele um jogador de eleição, já para não falar do seu sentido de oportunidade e eficácia. Será certamente a referência portista no ataque. Para o acompanhar vamos ter Quaresma ou Tarik à direita e Rodriguez à esquerda, dependendo da situação do português. O uruguaio parece ter pegado de estaca, como se previa. Tem qualidade e será um grande reforço. Alan e Mariano continuam muito esforçados mas muito trapalhão, o argentino e perdulário o brasileiro. Muito sinceramente continuo a pensar que ambos são jogadores para clubes com menos responsabilidades. Farías é, para já, a alternativa mais válida a Lisandro.

Faltam Tengarrinha, Candeias e Rabiola cujo papel parece destinado à Intercalar (se houver).

quarta-feira, 16 de julho de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Uma das mais belas páginas da história do Dragão foi, sem dúvida alguma, escrita em Sevilha, nessa tarde tórrida de 21 de Maio de 2003.

SEVILHA/2003 - EPOPEIA DRAGONIANA

O FC Porto apresentou-se no Olímpico de Sevilha, devidamente apoiado por uma multidão de adeptos azuis e brancos, que apesar de tudo representavam 1/3 da lotação do estádio, para defrontar o Celtic de Glasgow. A confiança na equipa era total e por isso os que assistiram ao vivo não se cansaram de vibrar com o jogo espectacular que os jogadores de ambas as equipas proporcionaram.

O Porto vira-se desfalcado dos seus pontas-de-lança, Hélder Postiga a cumprir castigo e Jankauskas lesionado no treino da véspera. Também Costinha, logo aos 9' teve de ser substituído por não se encontrar nas melhores condições. Contrariedades a mais para um jogo de tamanha responsabilidade.

Na foto da esquerda para a direira, em baixo: Alenitchev, Maniche, Deco, Derlei e Paulo Ferreira; Em cima: Vítor Baía, Jorge Costa, Capucho, Nuno Valente, Ricardo Carvalho e Costinha.

O FC Porto apresentou a seguinte formação: Vítor Baía; Paulo Ferreira, Jorge Costa (Pedro Emanuel 71'), Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Costinha (Ricardo Costa 9'), Maniche e Deco; Capucho (Marco Ferreira 97'), Derlei e Alenitchev.

Marcha do resultado: 1-0 Derlei (45'), 2-1 Alenitchev (54') e 3-2 Derlei (115').
Acção disciplinar: Cartões amarelos para Nuno Valente (63' e 120'), Maniche (120') e Marco Ferreira (120'); Cartão vermelho para Nuno Valente (120').


Os Dragões sob a batuta do mágico Deco foi no entanto a equipa que mais controlou o jogo criando melhores oportunidades. Derlei aos 46' inaugurou o marcador. Deco recolheu uma bola aliviada pela defesa escocesa e picou para Alenitchev que rematou forte. Douglas defendeu com dificuldade, a bola ressaltou para Derlei aparecer oportuno a fazer o golo. Logo a seguir o árbitro apitou para o intervalo.

O segundo tempo foi uma autêntica cavalgada de parte a parte. Larsson logo aos 47' fez a igualdade. O Celtic transfigurou-se e começou a criar imenso perigo. O Porto recompôs-se e Alenitchev, bem servido por Deco voltou a por o FC Porto na frente do marcador ao apontar o 2º golo aos 54'. Sol de pouca dura pois três minutos depois Larsson voltou a igualar a partida.

Nas bancadas vibrava-se a cada golo e a cada oportunidade falhada.Um espectáculo dentro do terreno mas também nas bancadas.

O tempo regulamentar chegou ao fim com o empate a dois golos. Seguiu-se o prolongamento de 30'. Os escoceses passaram a jogar reduzidos a dez unidades por expulsão de Balde aos 6' do tempo extra (acumulação de amarelos).

O Porto aproveitou bem esse contra-tempo adversário para tomar conta do jogo. Ao minuto 25 do prolongamento Derlei provocou o delírio nas bancadas do Olímpico de Sevilha e certamente em todos os locais onde havia portistas e quiçá outros portugueses a seguírem o encontro pela TV.

Douglas tentou segurar uma bola com Marco Ferreira por perto, Derlei sempre oportuno recolheu o esférico, contornou o defesa e atirou com êxito para a baliza onde estavam o guarda-redes e mais dois defesas do Celtic sobre a linha, completamente impotentes para deter o remate vitorioso do brasileiro.

Aos 33' Nuno Valente ainda viu o cartão vermelho, depois do 2º amarelo, mas já era tarde demais para o resultado sofrer alteração.

O árbitro Lubos Michel deu por encerrado o encontro aos 34' e a festa que se seguiu foi indescritível.

Ficou na retina um verdadeiro hino ao futebol. pela qualidade do jogo, pelo evoluir do resultado, pelo número de golos e pela festa sempre ordeira do público presente. Foi sem sombra de dúvidas a mais espectacular final a que assisti.

A equipa foi recebida no aeroporto onde se juntaram milhares de adeptos e simpatizantes, num clima apoteótico e de grande fervor clubista. Gritou-se bem alto PORTO! PORTO! PORTO! ÉS A NOSSA GLÓRIA, DÁ-NOS NESTE DIA MAIS UMA ALEGRIA, MAIS UMA VITÓRIA.

Entretanto vale a pena recordar o caminho que o FC Porto teve de percorrer para chegar ao triunfo final:


terça-feira, 15 de julho de 2008

LÁGRIMAS DE CROCODILO!

No Jornal da Tarde da RTP1 de hoje, o presidente da Liga Profissional de Futebol, Hermínio Loureiro mostrou-se desencantado com o rumo do futebol português.

Como vem sendo prática entre os responsáveis máximos pelas estruturas da modalidade, também ele enveredou pelo caminho mais fácil, sacudindo a água do capote e atirando o odioso para os elementos da disciplina.

Oh shô doutor! O senhor deve estar convencido que andamos todos a nanar! Por acaso já se esqueceu de quem foi que se "aninhou" perante as exigências de um certo presidente de clube, que ameaçou impedir a sua equipa de participar na prova que V. Exa. entendeu criar, como contributo importante para o progresso do futebol, se o Apito Dourado, ainda em fase de instrução, não fosse prematuramente apreciado e julgado em termos desportivos? Não percebeu que os elementos da CD do Organismo a que preside lhe estão hipotecados? Não se sente responsável pela promessa que fez a essa figura? Como ousa alhear-se e lavar as mãos como Pilatos?

A imagem do futebol profissional não é mais que o resultado da política de cedências e influências a que o seu presidente foi permeável. Não adianta tapar o Sol com a peneira.

sábado, 12 de julho de 2008

COM O TETRA NO HORIZONTE

Os nossos guerreiros trabalham já no duro, no estágio iniciado hoje em Marienfeld - Alemanha, tendo em vista a preparação da equipa que vai tentar vencer o tetra.

Klosterpforte é o quartel-general que abriga o plantel azul e branco que se encontra recheado de caras novas, maioritariamente originárias do Sul da América, sendo que o nome mais sonante é o do nosso conhecido Cristian Rodriguez, que num acto de inteligência e bom gosto decidiu trocar o clube da ave de rapina pelos Dragões.

Rolando, o central que veio do Belenenses é outra promessa de quem muito se espera. Dos restantes espero para ver, pois são para mim verdadeiras incógnitas. Naturalmente que desejo que esta nova fornada de reforços consiga superar a banalidade quase total dos da época passada.

Jesualdo tem a difícil tarefa de encontrar o substituto do influente Paulo Assunção e terá certamente ideias concretas para o fazer sem grandes prejuízos. Face ao plantel actual a equipa base não deverá sofrer grandes alterações, mantendo-se a espinha dorsal que esteve na base dos últimos êxitos: Helton, Fucile, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Tarik Sektioui, Lisandro Lopez e Quaresma (não acredito na sua saída) estarão de pedra e cal.

AS AQUISIÇÕES ATÉ AO MOMENTO

quarta-feira, 9 de julho de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Após a conquista do Pentacampeonato, o FC Porto submeteu-se a um jejum de três épocas, aproveitado pelo Sporting (2 títulos) e Boavista.

Primeiro Fernando Santos e o lavrador de Palmela depois, não foram capazes de dar continuidade à senda de vitórias.

Octávio Machado foi mesmo dispensado no decorrer da época, face aos resultados negativos averbados, pelas exibições descoloridas dos Dragões e ainda por polémicas de balneário, tendo como pano de fundo o afastamento do capitão Jorge Costa que se viu obrigado a emigrar para Inglaterra, representando o Charlton. O palmelense só resistiu até à 19ª jornada, ocupava o 4º lugar com menos 7 pontos que o líder da prova, o Sporting.

2002/2003 A ERA JOSÉ MOURINHO

Estava na hora de proceder à mudança de rumo e tentar inverter a situação.

O ciclo Mourinho começou pois em 26 de Janeiro de 2002 no jogo de estreia do treinador, contra o Marítimo nas Antas, na 20ª jornada do campeonato nacional de 2001/2002.

Apesar das melhorias verificadas, a época terminou com uma relativa recuperação, que apenas deu para chegar ao 3º lugar a 7 pontos do campeão Sporting, qualificando-se para a Taça Uefa.

Na foto da esquerda para a direita, em baixo: (Enfermeiro), Cândido Costa, Capucho, Alenichev, Maniche, Secretário, Deco, Costinha, Ricardo Carvalho, Postiga, Clayton e (Massagista); Ao meio: José Luis (Massagista), Bradão (Roupeiro), Rui Faria (Preparador Físico, Silvino e André (Adjuntos), Paulinho Santos, José Mourinho (Treinador), Pinto da Costa (Presidente), Reinaldo Teles (Director), Jorge Costa, Baltemar Brito e Aloísio(Adjuntos), Dr. Puga e Dr. José Carlos Esteves (Médicos); Em cima: César Peixoto, Tiago, Mário Silva, Pedro Emanuel, Paulo Ferreira, Paulo Santos, Vítor Baía, Nuno, Hilário, Jankauskas, Nuno Valente, Ricardo Costa, Derlei e Bruno.


Depois de conhecidos os cantos à casa, Mourinho e a sua equipa técnica tinham já diagnosticado as necessidades e escolhido os intérpretes ideais para tornar a equipa mais competitiva, determinada, coesa e ambiciosa.

Derlei (ex-Leiria), Bruno (ex-Marítimo), César Peixoto (ex-Belenenses), Jankauskas (ex-Benfica), Maniche (ex-Alverca), Nuno Valente (ex-Leiria), Paulo Ferreira (ex-Setubal) e Pedro Emanuel (ex-Boavista), foram os eleitos.

A época começou nas Antas, com um pequeno percalço frente ao Belenenses que defendeu o jogo todo e nas duas únicas saídas em contra-ataque fez dois golos e empatou o jogo.

Contudo, rapidamente os pupilos de Mourinho demonstraram as suas intenções e com toda a sua classe começaram a desbravar caminho rumo ao objectivo: o título de campeão nacional como o treinador no início tinha prometido, quando afirmou categoricamente : «Vamos ser campeões».

Em 34 jogos o FC Porto somou um número record de pontos (86), mais 11 que o segundo classificado, o Benfica, traduzidos em 27 vitórias, 5 empates e 2 derrotas, sendo que a última já o campeonato estava decidido (Paços de Ferreira por 1-0, na 31ª jornada). Marcou 73 golos e sofreu 26. No Estádio das Antas apenas consentiu o empate já acima referido. O Porto fez um campeonato em crescendo chegando à 30ª jornada com o campeonato resolvido, face aos 14 pontos de vantagem que na altura angariou e que lhe permitiu gerir o plantel para uma vitória ainda mais prestigiante, a Taça UEFA.

O último jogo do campeonato foi jogado nas Antas, contra o Sporting. O ambiente era de grande exaltação clubista, não só pela vitória no campeonato como também pela recente vitória europeia em Sevilha. Talvez também por isso, ninguém esperava outro resultado que não a vitória e os Dragões que pisaram o relvado, em tarde chuvosa, tudo fizeram para a conseguir. Venceram por 2-0 com golos de Hélder Postiga e Contreras na própria baliza. Paulinho Santos, que não jogou por lesão, deu o pontapé de saída simbólico, marcando o fim da sua carreira, numa cerimónia preparada com detalhe e sob uma estrondosa ovação. A festa estendeu-se até à baixa da cidade na certeza que não seria a última, pois faltava ainda disputar a final da Taça de Portugal, aprazada para 15 dias mais tarde. O adversário foi o U. de Leiria e o estádio do Jamor o palco de mais uma vitória portista, por 1-0, golo de Derlei. Treinados por Cajuda os leirienses apresentaram um esquema ultra-defensivo, raramente arriscando o ataque, tornando a missão azul e branca bastante difícil.

Os Dragões viram-se assim impedidos de explanar o futebol espectáculo que estava ao seu alcance mas funcionou como um rolo compressor fazendo crer que o golo seria uma questão de engenho, arte e paciência. E assim foi. Derlei, um jogador que se destacara em toda a época pela raça, oportunismo e eficácia, foi mais uma vez determinante ao apontar, aos 63', o golo da vitória, derrubando o castelo leiriense. Mais uma explosão de alegria a culminar uma época de ouro! O povo não se fez rogado e voltou a inundar as ruas da cidade numa festa continuada bem pintada de azul e branco.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

2008/2009 - SORTEIO DO CALENDÁRIO

Foi hoje sorteado o calendário de jogos relativo ao campeonato nacional de futebol (Primeira Liga) da próxima época.

A prova tem a sua primeira jornada em 24 de Agosto. Os Tricampeões nacionais começam e terminam a prova no Dragão. No arranque recebem o Belenenses e no fecho o Braga.

Os jogos contra os rivais começam logo à 2ª jornada com o FC Porto a deslocar-se ao galinheiro para defrontar o Aves de rapina (slb), prosseguindo na 5ª jornada com nova deslocação, desta vez ao WC dos Kalimeros (scp). Duas saídas na primeira volta à terra dos autocarros queimados onde, apesar de tudo, costumamos ser felizes.

A curiosidade deste calendário é a introdução de um clube rebaptizado, Boavista asteristico! (Ele há cada um!).

Espero naturalmente um bom começo e um encerramento ainda melhor para o FC Porto, com uma vantagem alargada para permitir que nos possam roubar na secretaria mais uns pontitos para que a tabela final possa mostrar algum equilíbrio.

Pode consultar o calendário completo aqui

domingo, 6 de julho de 2008

À TERCEIRO MUNDO!

A cada dia que passa Portugal vai evidenciando o estado lastimoso em que se encontra e que a mudança de regime político ainda não foi capaz de corrigir.

A incompetência, o oportunismo, a ganância e a falta de vergonha alastram de forma incontrolável em todos os sectores da vida nacional em geral e nos Organismos desportivos em particular, com a complacência do poder político, também ele gravemente minado.

A sede da Federação Portuguesa de Futebol foi o palco dos últimas decisões, emanadas por um grupo rebelde, que não olhou a meios para atingir os fins, bem ao estilo dos dirigentes prepotentes do terceiro mundo, dando provas do que acima escrevi.

Como foi largamente difundido, depois de uma reunião inconclusiva do Conselho de Justiça da FPF, liderada pelo seu presidente Gonçalves Pereira, da qual foi lavrada a respectiva acta, que terminou cerca das 18:00 h de Sexta-feira, cinco conselheiros decidiram, já de madrugada, proceder a nova reunião, sem os presidente e vice-presidente, numa espécie de «golpe de estado», ratificar as primeiras decisões da Comissão disciplinar da Liga, impondo a descida de divisão do Boavista FC e a suspensão por dois anos a Pinto da Costa.

Para tornar a sessão ainda mais vergonhosa, levantaram um processo disciplinar aos seus Presidente e Vice!

Mais um caso que vai certamente fazer correr muita tinta, tanto mais que está em causa, para além da justiça, a participação do FC Porto na Liga dos Campeões.

Por onde anda a justiça em Portugal?
Dão-se alvíssaras a quem a encontrar!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Pinto da Costa levava já 17 anos de presidência e o seu palmarés estava recheado de títulos de quase todas as modalidades, excepto do andebol cujo campeonato persistia em fugir-lhe, às vezes por uma unha negra.

31 ANOS DEPOIS, O TÍTULO QUE LHE FALTAVA

Este facto constituía uma curiosidade e até uma frustração, admitida pelo Presidente, tendo em conta o carinho que esta modalidade lhe merecia, resultado das alegrias que na sua juventude, as conquistas sucessivas do andebol (sobretudo o de onze) lhe proporcionaram.

Foi necessária a conjugação de esforços muito dedicados de meia dúzia de personalidades portistas (Nélson Almeida, Gil Santos, Sousa Ribeiro, Carlos Gomes, Rui Monteiro e Fernando Reis) liderados por Júlio Marques e Adelino Caldeira.

José Magalhães foi o técnico responsável não só pelo sucesso como também pela renovação da mística que atingiu todo o grupo de trabalho em geral e os atletas em especial. Depois das excelentes indicações transmitidas na primeira fase do campeonato nacional de andebol 1998/1999, os Dragões entraram num campeonato mais restrito envolvendo os quatro mais bem posicionados da primeira fase, com ABC, Sporting e Belenenses, dispostos a lutar pelo título.

Na imagem da esquerda para a direita, em baixo: Bruno Oliveira, Dragan Bogdanoviv, Hugo Vaz, Sérgio Morgado, Ricardo Candeias, Danilo Ferreira, Rui Rocha e David Tavares; Em cima: Ricardo Costa, Eduardo Filipe Coelho, Sjarhei Kavalenka, Pedro Eliseu Fernandes, Ricardo Tavares, Leandro Couceiro, Mário Soares, Manuel Arezes e José Pedro Coelho.

Aliando os resultados às exibições, os azuis e brancos começaram da melhor maneira: Venceram em Braga o ABC por 21-22. Logo a seguir em Alvalade bateu o Sporting por 22-29, repetindo a proeza agora nas Antas frente ao Belenenses por 24-21.

Foi uma primeira volta demolidora, só com vitórias.

A recepção ao ABC revestia-se de especial importância já que uma vitória nos daria o título.
Os adeptos encheram o Pavilhão Américo de Sá com apoio e vibração como há muito não se via nesta modalidade. Pinto da Costa não faltou e também ele vibrou com um delicioso espectáculo de andebol, muito disputado e renhido cujo resultado final sorriu para as nossas cores por 17-16. Estava finalmente concretizado um sonho antigo: CAMPEÃO NACIONAL DE ANDEBOL.

Jorrou o champanhe e as gargantas ficaram inflamadas. A emoção era mais que muita, uma loucura, lindo!


A competição haveria de terminar com nova vitória do FC Porto, nas Antas frente ao Sporting por 22-21 e derrota em Belém por 29-17.

terça-feira, 1 de julho de 2008

INDIGNAÇÃO!

Foi o sentimento que provocou em mim o recurso do Ministério Público (MP) relativo ao despacho do Tribunal de Instrução Criminal do Porto, sobre o processo que envolve Pinto da Costa no jogo FC Porto - Estrela da Amadora da época 2003/2004, que como foi ontem noticiado, acabou arquivado, pela segunda vez, por falta de indícios.

O Juiz de instrução ridicularizou a acusação ao concluir que «só ficcionando ou conjecturando se encontraria nexo de casualidade entre os factos» e que Carolina Salgado mentiu, enviando uma certidão das declarações prestadas para procedimento criminal por testemunho falso agravado.

Não compreendo,... ou talvez até compreenda, o que move o MP, capaz de subverter os valores, dando guarida a um ser com um passado e presente recheados de mentiras, assentando a sua sobrevivência em matreirices e expedientes, pondo em causa a cada momento a sua honra e credibilidade.

Pergunto-me como foi possível o MP basear a acusação em ficções, cujas ilustrações são o livro que eu não li e o filme que eu não vi (como canta o Rui Veloso), mas ambos amplamente divulgados pela Comunicação Social?

Só uma vontade muito forte (vá-se lá saber porquê) de condenar a qualquer preço justifica esta obsessão do MP, quando seria recomendável que se preocupasse apenas e só com a justiça.

Ninguém de bom senso perceberá as razões que levaram o MP a desculpar e desvalorizar as diversas contradições em que a sua testemunha-chave levianamente caiu, como por exemplo a da história da prévia destruição das câmaras de vigilância do parque de estacionamento da Alfândega do Porto, que como se sabe nunca existiram e principalmente do branqueamento das declarações da própria ao assumir ter mandado agredir Ricardo Bexiga.

Só neste país!

É pois com muitíssima preocupação que analiso a actuação do MP. Com este tipo de mentalidade quem se poderá sentir seguro em Portugal?

Não sei muito bem como esta história vai acabar mas o que parece é que o MP só ficará satisfeito quando algum juiz lhe fizer o frete.

Podem conferir a decisão instrutória aqui