domingo, 30 de março de 2008

ESTRELA DE BELÉM ANUNCIA O TRI

Palco do Jogo: Estádio do Restelo - Lisboa
Competição: Bwin Liga - 24º jornada
Hora do jogo: 19:00 h
FC Porto: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile; Paulo Assunção, Raúl Meireles (Kazmierczak 86' ) e Lucho Gonzalez; Quaresma, Farías (Adriano 68') e Lisandro Lopez
Suplentes não utilizados: Nuno, João Paulo, Lino, Bolatti e Hélder Barbosa
Treinador: Jesualdo Ferreira
Árbitro: Lucílio Baptista - Setúbal
Marcadores: Lisandro Lopez (49') e Lucho Gonzalez (90' g.p.)
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Pedro Emanuel (73')


Depois de uma paragem de quinze dias, havia alguma expectativa sobre o estado do ritmo competitivo que os bicampeões apresentariam no Restelo, sabendo-se que os Dragões não costumam dar-se muito bem com este tipo de paragens. Pelo menos da minha parte ela existia.

Confesso que temia também os frequentes desacertos de que o Porto tem sido vítima por parte do árbitro indigitado para o encontro.

Porém, felizmente, as respostas às minhas dúvidas foram dadas de forma positiva quer pela equipa do FC Porto, quer pelo arbitro que até, pasme-se, assinalou uma grande penalidade a favor, contrariando a sua tendência bem como a de outros artistas do apito que nos vão escamoteando de forma despudorada lances que não suscitam quaisquer dúvidas.

Na primeira parte o Belenenses teve o mérito de ocupar bem os espaços, trocou melhor a bola, criou o primeiro lance de perigo, esteve bem melhor nas transições pelo que o resultado parcial de 1-0 a seu favor foi merecido, apesar do Porto ter "acordado" a partir talvez dos 25' com três remates muito perigosos, de Bosingwa e Lisandro que o guarda-redes lisboeta desviou para canto e por Raúl Meireles num centro-remate que levou a bola a embater na barra.

A disposição portista na segunda metade foi completamente diferente. A atitude de campeão veio ao de cima com Lucho e Lisandro a acelerarem o ritmo e então as oportunidades começaram a aparecer.

Foi o melhor período do jogo tanto mais que o Belenenses nunca virou a cara à luta, mesmo depois do empate alcançado pelo incontornável Lisandro Lopez que arrancou mais um belo momento de futebol, recebendo um passe de Lucho, numa posição central da entrada da área, dominou o esférico, evitou um adversário e fuzilou por entre as pernas de Rolando, batendo o guarda-redes contrário.

Outras oportunidades surgiram para ambos os lados. Farías e Quaresma estiveram perto de fazer o segundo, que acabaria por surgir num dos últimos lances do encontro quando Quaresma foi derrubado por Rolando dentro da área de rigor. Lucílio desta vez assinalou! Milagre!
Lucho chamado a cobrar não perdoou. Estava consumada mais uma vitória, tão difícil quanto saborosa, que nos coloca a uma vitória do TRI.

Os destaques positivos vão para Helton, Lisandro e Lucho Gonzalez. Os negativos para o abúlico Farías, que regressou à mediocridade das primeiras jornadas e também para Quaresma que apareceu muito pouco em jogo, continuando a esbanjar livres directos! Quem lhe disse que tinha jeito para esse tipo de lances enganou-o.

A festa está cada vez mais próxima pelo que o Dragão vai vestir fato de gala na próxima jornada.

sábado, 29 de março de 2008

PASTEIS DE NATA ANTES DO CHAMPANHE

Depois de mais um interregno, o caminho do título tem este Domingo passagem pelo Restelo onde os Dragões se vão deslocar para defrontar a equipa da Cruz de Cristo.

Deslocação que se afigura de dificuldades acrescidas, tendo em conta em primeiro lugar, que o Belenenses foi, até agora, a única formação que não saiu derrotada do Estádio do Dragão, conseguindo um empate a uma bola; A presença de um "artista" do apito de quem mantenho sempre uma elevada reserva e absoluta desconfiança; E por último esta paragem de quinze dias, que espero, não tenha servido para danificar o ritmo que a equipa apresentava. Sabemos quão nefastas têm sido as paragens longas.

Jesualdo Ferreira já vai poder contar com Bosingwa que esteve lesionado e com Paulo Assunção que esteve castigado mas não terá Tarik, engripado nem Cech, lesionado.

Lista dos convocados: Helton, Nuno, Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Fucile, João Paulo, Lino, Paulo Assunção, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Bolatti, Kazmierczak, Quaresma, Farías, Lisandro Lopez, Hélder Barbosa, Adriano e Rabiola.

EQUIPA PROVÁVEL


O jogo da 24ª jornada da Bwin Liga começará às 19:00 h, será apitado pelo setubalense Lucílio Baptista e transmissão televisiva na SporTv1.

Confesso que não estou à espera de assistir a um grande jogo pelas três razões evocadas acima mas, com maior ou menor dificuldade, espero amealhar os três pontos, para podermos festejar frente ao Estrela.

quarta-feira, 26 de março de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

O slogan da campanha de Pinto da Costa à presidência do FC Porto, em Abril de 1982 era: «SE QUERES UM FC PORTO FORTE EM PORTUGAL E NA EUROPA, VOTA NA LISTA B»

E realmente o Presidente cumpriu a promessa.

A CONQUISTA DA EUROPA

Conseguída a supremacia a nível nacional, a ambição de Pinto da Costa e sua equipa renovava-se e crescia a cada dia.

Demonstrar que a performance manifestada em termos europeus na época de 1983/1984 com a disputa da final da Taça das Taças, não tinha acontecido por acaso, era agora um dos objectivos prioritários.

Com Artur Jorge ao leme, apoiado pelos dirigentes e massa associativa, o FC Porto foi refinando os métodos de treino, reforçando o plantel devidamente e partiu definitivamente à conquista da Europa.

1986/1987 foi a época da concretização desse objectivo que foi sendo cimentado à medida que os adversários foram caindo, um após o outro até à vitória final.

O primeiro a tombar foi o acessível clube maltês Rabat Ajax.

Na primeira-mão, jogada em casa emprestada, no Estádio dos Arcos em Vila do Conde, face às obras do rebaixamento do Estádio das Antas, o desempenho portista foi de tal forma avassalador que o resultado final de cifrou nuns claros 9-0, ficando desde logo sentenciada a sorte da eliminatória.

O Porto voltou a ganhar na visita a La Valleta mas apenas por 1-0. O resultado do primeiro jogo aliado ao mau estado do relvado, bem como a exibição do guarda-redes maltês explicam a magreza do resultado.

Seguiu-se o campeão da Checoslováquia, o Vitkovice, que tinha eliminado o Paris Saint German. Praticante de um futebol mais evoluído, tornou-se um "osso" duro de roer.

A jogar em casa na primeira-mão os campeões checos foram uma equipa perigosa e difícil, infligindo a única derrota nesta campanha ao FC Porto. Os Dragões perderam por 1-0, ficando obrigados a corrigir nas Antas.

E o Porto rubricou efectivamente uma exibição de luxo, perante uma assistência de cerca de 80.000 pessoas (é verdade, o renovado Estádio das Antas permitia tal lotação). Aos rasgos de génio individual juntou-se uma notável mecanização do conjunto, numa harmonia perfeita que embelezou o espectáculo. Que belo jogo e que resultado. 3-0, mas até podiam ter sido mais!

Nessa noite saímos das Antas convictos que com este futebol poucas equipas seriam capazes de nos travar.

O sorteio para os quartos-de-final ditou o campeão dinamarquês, o Brondby.

Embora desconhecidos, os dinamarqueses mostraram muita qualidade e deram muito trabalho.
No primeiro jogo, nas Antas, o FC Porto não foi além do magro 1-0, apesar de ter tido hipótese de conquistar um resultado bem mais tranquilo. Mas também neste jogo a exibição do guarda-redes contrário aliado a alguma ineficácia nos remates ditaram o resultado.

Esperava-se tarefa complicada em Copenhaga, num clima adverso, com um frio de arrepiar. Mas a formação azul e branca apresentou-se disposta a ultrapassar as contrariedades, que se foram avolumando com a lesão de Casagrande e o golo dinamarquês que igualava a eliminatória.

Aos 70' Juary tornou-se no herói ao concretizar o golo que nos colocou nas meias-finais.
Foi um jogo onde imperou a experiência, valor, humildade, talento e ambição dos atletas portistas.

Nessa madrugada a equipa pode sentir à chegada o calor e o reconhecimento de uma pequena multidão que se deslocou ao aeroporto.

O sorteio de Zurique colocou-nos no caminho um teste ainda mais difícil para esgrimir nas meias-finais: O Dínamo de Kieve, o mais lidimo representante do futebol soviético. Era na altura uma das melhores equipas do mundo, servida por vários jogadores internacionais com destaque para Belanov e Blokhine.

O primeiro jogo disputou-se nas Antas e o Porto conseguiu mais uma excelente exibição, tendo tido momentos de grande brilhantismo e criando inúmeras ocasiões para construir um resultado condizente e tranquilo. Contudo, umas vezes por manifesta infelicidade outras por menor acerto no remate , os azuis e brancos concretizaram apenas por duas vezes e ainda sofreram um comprometedor golo adversário deixando aos soviéticos margem para algumas esperanças de rectificação na URSS.

Mas a equipa portista era ambiciosa e não se limitou a jogar para o empate. Celso, o defesa central do Porto, quase no início da partida, na marcação de um livre directo, abriu o activo. Os soviéticos ficaram atarantados e Madjer logo a seguir quase fazia novo golo. A confiança subia à medida que o tempo avançava. Gomes, uns minutos mais tarde fez o segundo. Foi o delírio! O sonho estava cada vez mais perto. Mikhailitchenco ainda reduziu mas os Dragões já controlavam a partida e o resultado não mais se alterou.

Estava consumada a passagem a mais uma final nas competições europeias, a segunda em três anos do historial portista.

Bayern de Munique era o colosso, o Golias com que tínhamos de medir forças na grande final.
O seu historial não deixava dúvidas: Tri campeão europeu, vencedor de um Taça das Taças e de uma Taça Intercontinental, os alemães pareciam condenados ao triunfo.

27 de Maio de 1987 foi o dia que ficou gravado a letras de ouro na história do FC Porto e na vida dos seus adeptos.

Disputado no Estádio do Prater, em Viena de Austria, paredes meias com a Alemanha, os adeptos bávaros encontravam-se em esmagadora maioria nas bancadas.

O Porto entrou timidamente a estudar os movimentos alemães que encararam esta partida com alguma arrogância e sobranceria, convencidos da fragilidade dos seus opositores.

Marcaram primeiro num lance fortuito e esse facto ainda mais os convenceram, chegando ao intervalo com essa vantagem.

Na segunda parte os Dragões transfiguraram-se por completo. Entraram a mandar no jogo pois só restava tentar dar a volta ao resultado, partindo para uma exibição memorável, com lances bem construídos protagonizados por Frasco, Futre, Madjer e Juary, num espectáculo de rara beleza que todo o mundo apreciou.

O corolário dessa bela transfiguração foi a marcação de dois golos de belo recorte técnico que vale a pena recordar.

O primeiro ficaria no compêndio do futebol por ter sido marcado de calcanhar, de costas para a baliza, pelo argelino Madjer, depois de uma bonita jogada colectiva.

Só uma equipa com grande ambição poderia ter capacidade para construir uma nova logada, mais uma vez por Madjer, que lançado pela esquerda conseguiu cruzar, no limite, colocando a bola na área à disposição do ladino, rápido e oportunista Juary que não perdoou.

Estava consumada uma saborosa e brilhante vitória, frente aos atordoados e incrédulos alemães, dando a conhecer ao mundo a existência de um clube do Norte de Portugal, capaz de ser o melhor da Europa e com a ambição de se tornar o melhor do mundo.

A loucura que se seguiu por todo o mundo onde se encontravam portugueses foi indescritível.

Na cidade do Porto festejou-se até às tantas da madrugada à espera dos heróis que se deslocaram ao Estádio das Antas para receberem as merecidas e calorosas homenagens, onde exibiram o troféu

sábado, 22 de março de 2008

FESTEJAR É A NOSSA VOCAÇÃO

Festejar passou a ser, principalmente desde que Pinto da Costa assumiu a presidência do Clube (vai para 26 anos), para os adeptos e simpatizantes azuis e brancos, um hábito cada vez mais frequente.

De tal forma se enraizou, que nos últimos anos temos tido sempre motivos para sair à rua.

Até mesmo na época mais atípica em termos nacionais, o ano de Del Neri, Fernandez e Couceiro, um triunfo na Supertaça e outro na Taça Intercontinental fizeram as nossas delícias e deram-nos oportunidade para manifestarmos o nosso contentamento, ainda que estivéssemos à espera de mais.

Ganhar é o lema da equipa e do Clube. Apoiar e festejar, a nossa vocação!

Este ano não será diferente. As reservas do champanhe estão já preparadas pra que o estoiro das rolhas se façam ouvir e mais jornada menos jornada o povo sairá às ruas numa exultação e comunhão de felicidade.

A Alameda das Antas voltará a ser o palco privilegiado da festa. E que melhor cenário poderíamos nós ambicionar tendo como fundo o maravilhoso templo dos sonhos, onde os atletas irão receber os aplausos da multidão.

Festejei muitos títulos na Av. dos Aliados, considerada a sala de visitas da cidade.
Mas a existência da Alameda constitui para mim o local ideal para as comemorações.

A festa dos campeões não tarda. Eu estou preparado! E tu?

Por falar em festa, aproveito para desejar a todos uma feliz Páscoa.

quarta-feira, 19 de março de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Nem só de futebol se cimenta prestígio aquém e além fronteiras do FC Porto. Também as modalidades de alta competição têm dado a sua contribuição.

O Hóquei em patins há muito que era uma modalidade querida dos adeptos portugueses em geral e dos portistas em particular. Pinto da Costa passou mesmo pela secção em 1952, no início do seu percurso de dirigente desportivo.

O CONSUMAR DE UM SONHO

Quando tomou posse como Presidente, com a colaboração de Ilídio Pinto, Director da secção de hóquei em patins, acarinhou de forma muito especial e dotou-a de argumentos para discutir a hegemonia que o Clube viria a conquistar.

A partir da época de 1981/1982, o FC Porto encetou uma caminhada imparável rumo à invejável colecção de títulos nacionais e internacionais que hoje possui. Tornou-se numa potência mundial na modalidade.

Começou a nível nacional logo com um "Penta" (1982/1983 a 1986/1987), enquanto isso teve ainda arte e engenho para vencer duas Taças das Taças (1981/1982 e 1982/1983), várias Taças de Portugal e Supertaças nacionais.

Faltava-lhe a mais cobiçada: A Taça dos Clubes Campeões Europeus.

28 de Junho de 1986 foi então uma data inesquecível. Finalmente o tão desejado troféu viajava para as Antas!
Comandados por Cristiano, um ex-atleta prodigioso, que dava os seus primeiros passos como treinador, os jogadores portistas (na imagem de cima para baixo) Alves, Tó Neves, Domingos Carvalho, Vítor Bruno, Realista, Almas, Vale, Domingos, Franquelim e Vítor Hugo, depois de terem afastado nas meias-finais o colossal Barcelona, receberam a 21 de Junho a equipa italiana do Novara, no pavilhão Dr. Américo de Sá, na primeira-mão da final. O resultado foi de 5-3 para as nossas cores. Demasiado curto para o inferno que previsivelmente iríamos encontrar em Itália.

A segunda-mão foi mesmo o que se esperava.Um ambiente hostil e assustador marcaram demasiadamente o desenrolar da partida com o Porto a sair para o intervalo com o resultado desfavorável de 5-1. O Novara conseguíra anular e superar a desvantagem da primeira-mão. Chegamos a pensar que o sonho iria ser mais uma vez adiado.

Porém é na adversidade que se mede a estatura de uma equipa. O "cinco" portista regressou ao rinque disposto a alterar o rumo dos acontecimentos. Com quatro golos em 13 minutos chegou à igualdade.

O Porto passava então a respirar capacidade física, anímica e desportiva e não foi com surpresa que a sua performance rendeu mais dois golos fixando o resultado final em 5-7.

Os Tiffosi italianos exageraram no seu mau perder, inviabilizando o prosseguimento do jogo que esteve interrompido durante 10 minutos, no fim dos quais, por falta de condições para prosseguir, o árbitro suíço Francis Brulhart, cumprindo os regulamentos, deu por concluída a partida.

O público não consentiu a cerimónia de entrega da Taça que foi entregue no balneário.

Estava consumado o sonho!

ILÍDIO PINTO

Dirigente dedicado e exemplar, comandou a secção de Hóquei em Patins desde 1973. Projectou a secção a um nível invejável criando uma verdadeira escola.

É o mentor de todos os êxitos da sua modalidade de eleição, cujo departamento organizou, apetrechou com recursos humanos de muita competência, valorizou e modernizou, transformando o Clube numa referência mundial no hóquei patinado e a segunda modalidade em ordem de preferência dos associados, coleccionando títulos sem parar, razão pela qual é conhecido por "papa títulos".

Em 1986 viu o seu trabalho reconhecido pelo Clube ao ser galardoado com um DRAGÃO DE OURO, prémio para o Dirigente do ano.
Actualmente faz parte da Administração da Sad.

sábado, 15 de março de 2008

EM MAR REVOLTO COM O TRI À VISTA

Palco do jogo: Estádio do Mar - Matosinhos
Competição: Bwin Liga - 23ª jornada
Hora do jogo: 21:15 h
FC Porto: Helton; Fucile, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Marek Cech (Kazmierczak 75'); João Paulo (Tarik Sektioui 54'), Raúl Meireles e Lucho Gonzalez; Quaresma, Farías (Adriano 67') e Lisandro Lopez
Suplentes não utilizados: Nuno, Stepanov, Lino e Castro
Treinador: Jesualdo Ferreira
Árbitro: Jorge Sousa - Porto
Marcadores: Lisandro Lopez (76') e Tarik Sektioui (85')
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Fucile (83')


Que as deslocações ao Mar são tradicionalmente difíceis já todos o sabíamos. O Leixões a necessitar de pontos como de pão para a boca conseguiu em alguns períodos colocar o Porto em dificuldades, que até eram escusadas se nos primeiros vinte minutos, em que o domínio do jogo pertenceu inteiramente aos Dragões, Quaresma e Lisandro tivessem conseguído bater o destemido Beto que se impôs nesses dois lances. Já para não falar dos lances perigosos que o incompetente árbitro auxiliar interrompeu por pretensos fora de jogo.

Os matosinhenses saíram inspirados para o segundo tempo e obrigaram o Porto a árduo trabalho defensivo, como ainda não se tinha visto. O golo inaugural foi o corolário desse maior atrevimento, resultante do único lance perigoso criado pelos leixonenses em toda a partida.

Foi um período de menor acerto dos azuis e brancos.
Jesualdo respondeu com a entrada de Tarik para a saída de João Paulo e um pouco mais tarde com a saída de Farías, de novo mergulhado na penumbra da mediocridade que já mostrara nas primeiras utilizações, para a entrada de Adriano, concluindo com a retirada do jogo de Marek Cech para a entrada de Kazmierczak.


A resposta foi eficaz na medida em que não só devolveu o domínio do jogo ao FC Porto como também permitiu que o marcador se alterasse positivamente por duas vezes, por Lisandro assistido por Tarik Sektioui e pelo marroquino, bem desmarcado por Lucho Gonzalez, ainda que em posição irregular que o bandeirinha não vislumbrou.

Exibição com altos e baixos, mais contrariada pela arbitragem que pelo próprio adversário, ainda que a reacção do Leixões na segunda parte tivesse algum mérito.

Embora não tivesse feito esquecer Paulo Assunção, gostei do João Paulo. Tarik Sektioui e Lucho Gonzalez estiveram também em maior evidência.

sexta-feira, 14 de março de 2008

IR AO MAR... E NO TRI PENSAR!

O caminho do Tri tem passagem por Matosinhos, no Estádio do Mar, onde o FC Porto se vai deslocar para defrontar o Leixões na 23ª jornada da Bwin Liga.

Os Dragões não podem contar com Bosingwa (lesionado) e Paulo Assunção (a cumprir castigo por limite de amarelos).

O jogo antevê-se de alguma dificuldade face à rivalidade e também à costumada entrega que os vareiros costumam utilizar no seu reduto.

A equipa parece estar preparada para enfrentar a oposição e ultrapassar com maior ou menor dificuldade os obstáculos que vão encontrar. O discurso da semana aponta para uma vontade de conquistar os pontos que faltam para mais um título o mais depressa possível. A ambição passa por mais uma vitória.

Jesualdo convocou os seguintes jogadores: Helton, Nuno, Fucile, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Marek Cech, João Paulo, Stepanov, Lino, Kazmierczak, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Castro, Quaresma, Lisandro Lopez, Tarik Sektioui, Farías e Adriano.

EQUIPA PROVÁVEL

Não creio em surpresas na composição da equipa, mas com Jesualdo podem acontecer.

O jogo realizar-se-à amanhã pelas 21:15 h, será apitado pelo portuense Jorge Sousa e será transmitido pela TVI.

quarta-feira, 12 de março de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Na continuação da evocação dos momentos de glória do nosso querido FC Porto vividos por mim com muito entusiasmo, deixo-vos com mais uma página inesquecível.

1985/1986 O BICAMPEONATO

Depois de um início prometedor frente ao Benfica, ao qual se impôs com uma vitória por 2-0 no jogo de abertura do Campeonato e onde deixou bem patente a força e ambição que norteava os campeões nacionais, o FC Porto cedeu o primeiro ponto na segunda jornada, em Vidal Pinheiro frente ao Salgueiros.

Sem rubricar exibições fulgurantes, fustigada por lesões em série, a equipa de Artur Jorge soube responder ao infortúnio com muito querer e determinação, mantendo-se nos lugares cimeiros e aproximando-se semana a semana das exibições de grande classe patenteadas na época anterior.

O FC Porto chegou ao final da primeira volta com dois pontos de atraso em relação aos seus rivais de Lisboa. Nessa altura, a recuperação de lesões de alguns jogadores que se viram privados de dar o seu contributo, como a de Eurico, por exemplo, bem como o maior entrosamento das aquisições (Eloi, Juary, Madjer, Laureta, Casagrande...) davam novo alento à formação.

A vantagem dos rivais deixava os pasquins eufóricos, apontando-os como futuros campeões. Artur Jorge, sempre muito fleumático afirmava que as contas se faziam no fim, deixando transparecer um clima de confiança que contagiava os seus jogadores. O campeonato é uma prova de regularidade e o FC Porto acabou mesmo por ser o mais regular, chegando à 28ª jornada no comando da classificação. Cada jogo era uma final, pois não se podia perder pontos. Setúbal no Bonfim e Covilhã nas Antas eram as jornadas finais. O campeonato estava ao rubro.

No Bonfim os Dragões confirmaram a sua vontade de serem campeões triunfando por 0-1.

No último jogo o Estádio das Antas engalanou-se e tornou-se pequeno para albergar todos quantos queriam assistir à consagração dos campeões.

O Jogo foi terrível. O Sporting da Covilhã não veio para facilitar, bem ao contrário. Houve muito esforço, muita expectativa, muito sofrimento e no final muita alegria.

O jogo até começou bem com o Porto a dominar e a chegar ao golo muito cedo, por André na marcação de uma grande penalidade. Em contra-ataque o Covilhã empatou terminando a primeira parte com esse resultado.

Os adeptos mantinham-se confiantes, porque o Porto jogava bem, embora não estivesse a ser eficaz. Os serranos fizeram o segundo golo e por momentos a multidão ficou incrédula, silenciosa e apreensiva. Será que o sonho se iria tornar em pesadelo?

Fernando Gomes, o Bi-bota, deu a resposta. Abriu o livro e marcou um golo de antologia. O povo não resistiu e exultou de alegria. Os bombeiros entraram então em grande azáfama para socorrer os menos resistentes a tanta emoção.

Mas o empate não era suficiente e o Covilhã continuava perigoso, nos cada vez menos frequentes contra-ataques venenosos.


Gomes voltou então a fazer o gosto ao pé, apontando o terceiro golo e lançando definitivamente a equipa para a vitória que viria a ser alicerçada com novo golo, agora por Eloi, fixando o resultado final em 4-2.

Um ano depois, as gentes do Porto voltaram a sair à rua para festejar o segundo título consecutivo, que premiou a regularidade da equipa, a organização do departamento de futebol que soube sempre responder eficazmente aos inúmeros problemas que se lhe depararam ao longo da temporada, nomeadamente através do reforço do plantel, anormalmente assolado por problemáticas lesões. O "bis" foi pois a recompensa merecida dos dirigentes, técnicos e jogadores, que formaram uma "máquina" quase impossível de travar.

Artur Jorge utilizou 28 jogadores ao longo das 30 jornadas: André, Celso, Edevaldo, Eduardo Luís, Elói, Eurico, Festas, Frasco, Futre, Gomes, Inácio, Jaime Magalhães, João Pinto, José Albano, Juary, Laureta, Lima Pereira, Madjer, Matos, Mlynarczyk, Paquito, Paulo Ricardo, Quim, Semedo, Vermelhinho, Vitoriano, Walsh e Zé Beto.


O Porto somou 49 pontos, em consequência de 22 vitórias, 5 empates e 3 derrotas. Marcou 64 golos (melhor ataque com os mesmos golos do Sporting) e sofreu 20 (2ª melhor defesa, atrás do Benfica com 13). Benfica a dois pontos e Sporting a três, foram os 2º e 3º classificados, respectivamente.

PAULO FUTRE

Atleta da formação do Sporting, foi contratado por Pinto da Costa em 1984, numa operação relâmpago, em resposta à investida dos leões aos dois jogadores do Porto, Sousa e Jaime Pacheco, que tornaram tensas as relações entre os dois clubes.

O clube lisboeta propunha-se emprestar o jogador, nessa época, à Académica de Coimbra.

Dotado de um pé esquerdo fabuloso, rapidez de execução e drible fácil, Futre encantou as Antas, Portugal e a Europa.

Foi bicampeão nacional pelo FC Porto (1984/85 e 1985/86), ganhou duas supertaças (1983/84 e 1985/86) e foi campeão europeu (1987), onde viria a ter uma exibição memorável, despertando a cobiça de grandes clubes europeus.

Foi transferido para o Atlético de Madrid por 100 mil contos (500 mil euros), protagonizando a transferência mais cara até então do futebol português. Também em Espanha Futre foi uma referência do Atlético onde ficou como um dos mais exuberantes jogadores que por ali passaram.

domingo, 9 de março de 2008

A DEZ PONTOS DO TRI


Palco do Jogo: Estádio do Dragão - Porto
Assistência: 31.109 espectadores
Competição: Bwin Liga - 22ª jornada
Hora do jogo: 19:00 h
FC Porto: Helton; Fucile, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Marek Cech; Paulo Assunção, Raúl Meireles (Lino 90') e Lucho Gonzalez; Quaresma Mariano Gonzalez 80'), Lisandro Lopez e Tarik Sektioui (Farías 71')
Suplentes não utilizados: Nuno, João Paulo, Kazmierczak e Adriano
Treinador: Jesualdo Ferreira
Árbitro: Cosme Machado - Braga
Marcadores: Quaresma (31')
Acção disciplinar: Cartões amarelos para Quaresma (69'), Paulo Assunção (81') e cartão vermelho para Mariano Gonzalez (90')




Quem se deslocou ao Dragão na expectativa de assistir a um jogo de futebol bem disputado, terá saído defraudado, tal foi o apagão colectivo com que a equipa do FC Porto brindou os seus adeptos.

Frente a uma Académica muito fechada na primeira parte, demasiado retraída e incapaz de importunar a defesa portista, os Dragões optaram por uma toada morna, relaxada e pouco inspirada, assim a modos que de um treininho para desentorpecer os músculos, demasiado castigados pelos 120' do jogo de Quarta-feira passada.

E neste ritmo sonolento o Porto foi controlando qb o jogo, que levou um safanão cerca do primeiro quarto de hora, altura em que Lucho desmarcou o seu compatriota Lisandro para este atirar para as malhas, obtendo um golo de boa execução técnica. Mas o árbitro assistente entendeu que a exibição portista não merecia tal prémio e decidiu levantar a bandeirola, assinalando um fora de jogo inexistente (mais um!).

Foi necessário esperar mais outro quarto de hora, depois de várias tentativas frustradas de colocar bem a bola ao alcance dos rematadores, para que as redes voltassem a ser violadas. Desta vez por Quaresma que disparou forte contando com a colaboração do guarda-redes Pedro Roma que ficou muito mal na fotografia (felizmente este não é dos emprestados pelo FCP, senão lá tínhamos motivos para mais um processo do Apito Dourado).

A primeira parte acabaria sem grandes motivos de interesse, a revelar muita falta de concentração.

O segundo tempo começou ainda pior. Mais confuso, mais desligado e com a mesma falta de inspiração o Porto foi-se arrastando no relvado. O resultado era favorável e os jogadores entenderam que não necessitavam de forçar muito.

A Académica aproveitou para se adiantar um pouco mais, mas sempre sem intimidar. Não conseguiu criar um único lance de perigo.

Jesualdo parecia resignado com a exibição e talvez por isso só fez alterações a partir do minuto 71. A entrada de Farías mexeu um pouco com a dinâmica atacante e os azuis e brancos, especialmente nos últimos dez minutos conseguiu finalmente criarem mais duas boas situações de golo, por Lucho e Lisandro. O primeiro atirou por cima e o segundo obrigou Pedro Roma a redimir-se do golo sofrido.

Até final ainda houve tempo para o árbitro dar o seu contributo ao fraco espectáculo, exagerando na amostragem do cartão vermelho a Mariano Gonzalez.

Salva-se o resultado, muito melhor que a performance.

O Porto fica agora a dez pontos do êxito.

sábado, 8 de março de 2008

GANHAR PARA... ESQUECER

Joga-se amanhã a 22ª jornada da Bwin Liga.
O FC Porto vai receber no seu Estádio a Académica de Coimbra, treinada pelo nosso conhecido Domingos.

É um jogo em que Jesualdo só não pode contar com Bosingwa que se lesionou frente ao Schalke 04.

Embora esse jogo europeu tenha provocado algum desgaste, face ao prolongamento a que os portistas tiveram de se sujeitar, espera-se que os atletas se apresentem com força física e anímica suficientes para levar de vencida os estudantes e dar mais um passo rumo ao tri.

Lista dos convocados: Helton, Nuno, Fucile, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Mareck Cech, João Paulo, Lino, Paulo Assunção, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Kazmierczak, Quaresma, Lisandro Lopez, Tarik Sektioui, Mariano Gonzalez, Farías e Adriano.

EQUIPA PROVÁVEL
O jogo terá início pelas 19:00 h e será apitado pelo arbitro bracarense Cosme Machado.
Será transmitido na TVI.

quinta-feira, 6 de março de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Depois de falhado o tri, por uma unha negra, ainda com Pedroto no comando e Pinto da Costa na chefia do Departamento de Futebol, tendo como pano de fundo o célebre jogo entre o Guimarães e o Sporting , em que Manaca, ex-jogador leonino marcou na própria baliza com uma cabeçada digna de um ponta de lança, oferecendo o campeonato ao seu anterior clube, surgiram alguns desencontros entre o Departamento de Futebol e o Presidente da Direcção do Clube Dr. Américo de Sá.

O clima não era o melhor, sendo evidente a discordância do Presidente com a forma corajosa e atrevida com que os responsáveis pelo futebol portista enfrentavam o poder centralista que tudo fazia para manter os clubes de Lisboa na crista da onda. O Dr. Américo de Sá, deputado do CDS na Assembleia da República era literalmente pressionado para desmobilizar essa luta. Ao verificarem que o Presidente privilegiava os seus interesses políticos em detrimento dos clubista, Pedroto e Pinto da Costa renunciaram aos seus cargos, adiando desta forma, felizmente por pouco tempo, a missão de transformar o FC Porto no melhor clube português e um dos melhores do mundo.

1984/1985 DE NOVO NO TRILHO DO SUCESSO

Esse interregno durou até à época de 1982/1983, altura em que Pinto da Costa foi eleito Presidente do Clube.

Novamente com Pedroto ao leme, o FC Porto não foi além do 2º lugar desse campeonato, num ano financeiramente difícil para o Clube.

Na época seguinte Pedroto adoeceu gravemente e entregou a equipa ao seu adjunto António Morais, conduzindo-a na luta pelo título, acabando no 2º lugar a três pontos do Benfica mas garantindo as vitórias na Taça de Portugal frente ao Rio Ave por 4-1 e na Supertaça.

O ponto mais alto desta época ficou marcada pela primeira presença numa final europeia, a Taça das Taças, que viria a perder ingloriamente frente aos italianos da Juventus.

Urgia retomar o trilho do sucesso. As bases estavam lançadas.

Havia contudo, a difícil tarefa de encontrar o treinador ideal para substituir o "Mestre", cada vez mais entregue ao seu penoso destino.

Artur Jorge foi o nome aconselhado por Pedroto. Apesar da sua ainda curta experiência no cargo, levantar divergências no seio da Direcção, Pinto da Costa seguiu a sugestão do seu amigo e decidiu contratá-lo.

A pré-época 1984/1985 foi um autêntico vendaval. Jaime Pacheco e Sousa, dois jogadores do meio campo portista que tão bem tinham jogado, tornando-se jogadores chave na manobra da equipa, foram assediados pelo Sporting que os contratou ao abrigo de famigerado artigo então vigente - falta de condições psicológicas!

Em resposta, Pinto da Costa contratou o jovem Futre aos leões, deixando-os, bem como à Imprensa lisboeta, à beira de um ataque de nervos. Para colmatar a saída dos centro-campistas vieram Quim e André.

Os pasquins davam como certa a vitória do Sporting mesmo antes do campeonato começar.

Apesar de derrotado pelo Boavista na 2ª jornada, única diga-se, o Porto ia demonstrando ser capaz de lutar pelo título até ao fim. As exibições rubricadas pela equipa provavam que as aquisições feitas pelos dragões permitiam acalentar ambições. A deserção dos "insubstituíveis" pouco ou nada afectou. A equipa ganhava entrosamento e assimilava da melhor forma as características introduzidas por Artur Jorge.

À 7ª jornada o FC Porto assumiu a liderança isolada para não mais a ceder. À 18ª foi à Luz vencer o Benfica, deixando o Sporting mais directo perseguidor a 4 pontos.

A cinco rondas do final a vantagem portista era de seis pontos e competia-lhe deslocar-se a Alvalade para discutir o título. Era o jogo do tudo ou nada para os leões. A Comunicação Social procurava, com elogios e incitações, insuflar confiança nos lisboetas no sentido de encurtar distâncias, convencidos que ainda era possível destronar o Porto.

Os adeptos portistas responderam a essas provocações com uma presença maciça, encetando uma autêntica invasão a Lisboa. O topo norte do Estádio de Alvalade pintou-se de azul e branco. Era uma loucura. Parecia que estávamos a jogar em casa. Todos sabíamos que um resultado positivo era sinónimo de festa.

E assim aconteceu, o Porto empatou a zero mas passeou a sua classe, mantendo a vantagem pontual, liquidando de vez as aspirações do seu rival, aprestando-se para conquistar com brilho mais um Campeonato Nacional, feito perfeitamente justificado após uma época de domínio avassalador. Artur Jorge, seguindo o trilho do "Mestre" soube formar uma equipa coesa, homogénea e personalizada. A festa aconteceu, espontânea, pintada de azul e branco, no reduto dos leões.

Zé Beto, João Pinto, Eurico, Lima Pereira, Inácio, André, Frasco, Quim, Jaime Magalhães, Fernando Gomes, Futre, Eduardo Luis, Semedo, Vermelhinho, Quinito, Mike Walsh, Costa e Paulinho Cascavel foram os principais protagonistas da equipa.


A festa efectiva do título aconteceu nas Antas frente ao Belenenses, na 27ª jornada, a três do fim. O Sporting tinha cedido um empate em Vila do Conde e ao Porto bastava vencer para se sagrar desde logo Campeão Nacional. O Estádio encheu pelas costuras! Adivinhava-se o triunfo. A equipa não desiludiu. O Porto venceu e o povo vibrou a festa arrastando as manifestações de júbilo por toda a cidade, num S. João antecipado.

Com 26 vitórias, 3 empates e uma derrota, somando 55 pontos contra 47 do Sporting, se fez a história deste campeonato. 78 golos marcados contra 13 sofridos rendeu o melhor ataque e a melhor defesa. Fernando Gomes apontou 39 golos e juntou à bola de prata a sua segunda bota de ouro, galardão que premeia o melhor marcador da Europa. A primeira tinha sido em 1982/1983 com 36 golos.


FERNANDO GOMES

Atleta proveniente das camadas jovens, cedo começou a envergar as cores azuis e brancas. O seu nome está associado a alguns dos maiores feitos do FC Porto, o clube que ama e serviu com devoção. Foi um dos melhores pontas de lança de todos os tempos do futebol português. Para além dos Dragões representou ainda o Sporting de Gijon (Espanha) e o Sporting Clube de Portugal. No FC Porto foi campeão nacional por cinco vezes, tendo ganho ainda uma Taça dos Campeões Europeus, uma Supertaça Europeia, uma Taça Intercontinental e três taças de Portugal. Jogador internacional, representou a selecção 48 vezes, ao serviço da qual marcou 13 golos. Fez parte da selecção que disputou a fase final do Campeonato do Mundo de 1986. Marcou 318 golos no campeonato português, 288 dos quais pelo FC Porto, sendo o maior goleador de sempre e uma das mais populares figuras deste Clube.

Ganhou seis vezes o troféu de melhor marcador nacional e foi por duas vezes o melhor marcador da Europa, ganhando por isso a alcunha de Bi-bota de ouro.

quarta-feira, 5 de março de 2008

NOITE DE SÃO NEUER!...

Palco do jogo: Estádio do Dragão - Porto
Assistência: 45.316 espectadores
Competição: Champions League - Oitavos-final
Hora do jogo: 19:45h
FC Porto: Helton; Bosingwa (Mariano Gonzalez 54'), Pedro Emanuel, Bruno Alves, Fucile; Paulo Assunção, Raúl Meireles (Marek Cech 97'), Lucho Gonzalez; Quaresma, Lisandro Lopez e Tarik Sektioui (Farías 58')
Suplentes não utilizados: Nuno, João Paulo, Kazmierczak e Adriano
Treinador: Jesualdo Ferreira
Árbitro: Howard Webb - Inglaterra
Marcadores: Lisandro Lopez (86')
Grandes Penalidades: Marcou Lucho Gonzalez. Falharam Bruno Alves e Lisandro Lopez
Acção disciplinar: Cartão vermelho para Fucile (82'); Cartão amarelo para Lucho Gonzalez (103')


Não foi feliz o FC Porto nesta sua participação nos oitavos-final da Liga dos Campeões.
Com necessidade de virar o resultado negativo que trouxera de Gelsenkirchen, os Dragões apresentaram-se na sua máxima força e entraram no jogo com uma força anímica elevada que logo fez recuar os alemães para junto do seu reduto defensivo, na procura de evitar o golo portista.

Após doze minutos de clara supremacia, surgiram duas óptimas oportunidades para inaugurar o marcador que o excelente guardião alemão negou com rara felicidade. No primeiro lance Lucho desmarcou Lisandro que surgiu muito oportuno a rematar forte e na insistência Tarik apareceu solto de marcação a cabecear (julgo que excessivamente confiante no golo) para Neuer defender instintivamente.

A procura do golo continuou numa galopada insistente que durou cerca de vinte minutos de fulgor azul e branco, grande empenhamento defensivo alemão e muito brilhantismo do guardião germânico. O homem defendia tudo!

Só à meia hora de jogo, o Schalke conseguiu libertar-se um pouco do sufoco.

O primeiro tempo terminou com a terrível sensação que era impossível marcar um golo àquele guarda-redes! Nos avançados portistas notava-se a falta de centímetros para discutir os lances aéreos, a defesa muito povoada não dava muitos espaços e o guardião...

No segundo tempo o FC Porto entrou com a mesma disposição de atacar e procurar o golo para igualar a eliminatória.

A sorte foi madrasta e assim, por volta dos 50' Bosingwa depois de uma arrancada pediu a substituição por lesão muscular.

Jesualdo, leu bem o jogo e mandou entrar Mariano Gonzalez, pois os alemães quase nunca chegavam lá à frente.

O Porto continuou a atacar embora com menos fulgor e inspiração até que novo revés aconteceu.
O árbitro inglês mostrou o vermelho directo a Fucile aos 82', punição excessiva, já que o lance disputado a meio campo não teve a gravidade que o juiz lhe atribuiu, prejudicando de forma irreparável o FC Porto.

Parecia tudo perdido, mas os Dragões não se deram por vencidos e quatro minutos volvidos Lisandro pôs o Dragão em delírio. Combinação com Lucho, recebeu a bola de costas para a baliza, virou-se e desferiu uma bomba, desta vez sem hipóteses para o São Neuer.

O Porto voltava a creditar e a massa adepta também, mas o tempo regulamentar chegou ao fim sem outras oportunidades.

No prolongamento o Porto voltou a ter a oportunidade mais clara do jogo. Quaresma só com o guarda-redes pela frente, quando todos esperavam o golo atirou de forma que o guarda-redes ainda tocasse evitando o que parecia impossível. Desilusão.

Depois, até ao fim foi um jogo de músculo ou falta dele. Pedro Emanuel ainda tentou de longe evitar as grandes penalidades, mas sem resultado.

Na lotaria, a taluda saiu ao Schalke 04. Neuer voltou a ser decisivo ao defender as penalidades marcadas por Bruno e Lisandro.

E lá se foi, de forma injusta, o sonho dos quartos, aos pés dum adversário inferior que nada fez para justificar o prémio. Futebol!
Para o ano há mais!

terça-feira, 4 de março de 2008

O JOGO MAIS ANSIADO

Começou a contagem decrescente para o tão desejado jogo da Liga dos Campeões que se vai disputar amanhã no Estádio do Dragão, que se espera, tenha uma moldura humana condizente com a importância do encontro.

Segundo o professor Jesualdo, todos estão conscientes das dificuldades que os esperam, mas também confiantes nas suas capacidades, sabendo bem o que é necessário fazer para as ultrapassar.

Naturalmente que o apoio dos adeptos será muito importante. Conhecendo o entusiasmo e a força que todos juntos seremos capazes de transmitir aos nossos guerreiros, não será difícil augurar um desfecho que satisfaça as nossas ambições.

Jesualdo tem todos os jogadores mais cotados à disposição e por isso pode apresentar-se na máxima força.

Lista dos convocados: Helton, Nuno, Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Fucile, João Paulo, Marek Cech, Paulo Assunção, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Kazmierczak, Quaresma, Lisandro Lopez, Tarik Sektioui, Mariano Gonzalez, Farías e Adriano.

Não creio em surpresas na equipa inicial.


EQUIPA PROVÁVEL

O jogo está aprazado para amanhã no Estádio do Dragão pelas 19:45h.
O árbitro do encontro será o inglês Howard Webb.
Transmissão na RTP1

Oxalá a sorte que costuma acompanhar os audazes nos faça companhia.

sábado, 1 de março de 2008

PROFESSOR QUIS, PROFESSOR TEVE

Palco do jogo: Estádio do Bessa XXI
Competição:
Bwin Liga - 21ª jornada
Hora do Jogo
: 21:15 h
FC Porto: Helton; Fucile, João Paulo, Stepanov e Marek Cech; Paulo Assunção Raúl Meireles 78'), Kazmierczak e Lucho Gonzalez (Quaresma 46'); Mariano Gonzalez, Adriano e Farías (Tarik Sektioui 71')
Suplentes não utilizados: Nuno, Bruno Alves, Lino e Hélder Barbosa
Treinador:
Jesualdo Ferreira
Árbitro:
Duarte Gomes - Lisboa
Acção disciplinar:
Cartões amarelos para Adriano (10'), Lucho Gonzalez (28'), Raúl Meireles (86') e Tarik Sektioui (92')

Em noite de poupanças, Jesualdo fez questão de confirmar que o jogo mais importante é o de Quarta-feira frente ao Schalke. O FC Porto não escapou também à poupança no resultado e à consequente cedência de pontos. Poderei mesmo afirmar, pelo que o jogo deu, que o professor foi um bom amigo do Boavista.

Apesar de tudo o FC Porto até podia ter ganho pois teve as melhores oportunidades, mas creio que o resultado final não escandaliza tendo em conta a entrega dos axadrezados, como se esperava.

Ficou, contudo mais uma vez patente que os habituais titulares são peças praticamente insubstituíveis, principalmente quando duma assentada ficam de fora tantos e tão bons. Desse exagero dependeu a exibição de hoje, naturalmente muitos furos abaixo das expectativas. Se a defesa não comprometeu, ainda que não se possa considerar imaculada, daí para a frente, pese embora as boas prestações de Paulo Assunção e Lucho Gonzalez, a organização ofensiva pecou por demasiados passes transviados com Kazmierczak a não acertar um passe e a insistir na colocação longa da bola, que invariavelmente morreu nos pés dos adversários. Surpreendentemente jogou o tempo todo!

Lá na frente, quase sempre mal servidos, Farías e Adriano andaram perdidos. Mariano Gonzalez alternou o bom com o mau e só se assistiu a um Porto de qualidade quando Quaresma (que entrou na segunda parte) puxou dos galões, numa altura em que o Boavista passou a jogar com dez, por expulsão de Diakité, quando decorria o minuto 76. Aí sim, surgiram as mais flagrantes oportunidades de golo. A bola chegou a ser introduzida na baliza boavisteira, por Stepanov, golo prontamente anulado por pretenso fora de jogo. Também Quaresma fez esbarrar a bola na barra, gorando-se a oportunidade.

Agora só resta esperar que Jesualdo confirme positivamente a sua perspectiva e que a economia de hoje se reverta num resultado favorável na Quarta-feira. A ver vamos.