quarta-feira, 30 de abril de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Como de costume às Quartas-feiras, a minha busca pelo baú de memórias levou-me hoje à evocação de mais um feito histórico na vida do FC Porto.

Desta vez no hóquei em patins, modalidade pioneira no clube em termos de grandes vitórias internacionais.

A EUROPA MAIS UMA VEZ RENDIDA

O hóquei portista voltou a ter a Europa a seus pés com o triunfo da segunda Taça dos Campeões Europeus, na época de 1989/1990.

Na foto, em baixo da esq. p/a dta.: Rui Félix, Franklim, Paulo Freitas e VÍtor Hugo. Em cima: Alves, Realista, Vítor Bruno, Diego, Nuno Leal e Tó Neves

Na base do êxito esteve todo o trabalho desenvolvido por um grupo coeso e organizado, de que fizeram parte não só os jogadores e equipa técnica, comandada por José Fernandes, mas também um grupo de personalidades dedicadas, com especial destaque para o chefe de secção João Baldaia, para o dirigente Ilídio Pinto e para o presidente Pinto da Costa, obreiros de uma hegemonia conquistada a nível nacional que vinha do princípio da década.

Depois de ultrapassar obstáculos de nomeada, como o Monza de Itália e o Igualada de Espanha, o FC Porto qualificou-se para a final, em duas mãos, contra o Nóia de Espanha.

Os Dragões rubricaram duas exibições de luxo que chagaram mesmo a cativar o público espanhol, rendido à superior classe dos hóquistas portistas , com as vitórias por 6-0 nas Antas e 5-2 em Barcelona.

A TV portuguesa alheou-se do acontecimento não transmitindo esta final que foi seguida em alguns locais pala TV Galiza, nomeadamente no Porto.

VÍTOR HUGO

Começou nas escolas da Académica de Espinho, de onde é natural, mas cedo ingressou no FC Porto onde integrou grandes equipas que marcaram a época dourada no hóquei do clube, estando nas duas conquistas da Taça dos Campeões Europeus.

Jogador dotado de técnica exemplar, patinava como poucos e tornou-se um dos mais geniais jogadores do mundo da modalidade, na linha de Livramento e Cristiano.

Ganhou todos os títulos que havia para ganhar, desde os regionais, aos nacionais, europeus e mundiais. Possui um palmarés impressionante.

Depois de pendurar os patins tornou-se treinador conseguindo juntar mais alguns títulos à sua colecção.


Abandonou o hóquei em patins aos 29 anos para se dedicar à profissão de médico dentista.

Vítor Hugo é sem dúvida alguma um nome incontornável da história do FC Porto.

domingo, 27 de abril de 2008

VÍCIO DE GANHAR!

Palco do Jogo: Estádio D. Afonso Henriques - Guimarães
Competição: Bwin Liga - 28ª jornada
Hora do jogo: 18:00 h
FC Porto: Helton; Fucile, Stepanov, Bruno Alves e Lino; Paulo Assunção (Kazmierczak 46'), Bolatti e Raúl Meireles (Farías 69'); Quaresma, Lisandro Lopez (Adriano 63') e Mariano Gonzalez
Suplentes não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, João Paulo e Hélder Barbosa
Treinador: Jesualdo Ferreira
Árbitro: Paulo Costa - Porto
Marcadores: Bruno Alves (53'), Quaresma (59' e 70'), Farías (77') e Adriano (82')
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Bruno Alves (92')

O vício de ganhar determinou a exibição do FC Porto neste jogo para cumprir calendário, em que Jesualdo apresentou quatro alterações na equipa inicial às quais se somaram mais três no decorrer da segunda parte.

Os dragões fizeram toda a primeira parte em ritmo de treino, dando a iniciativa ao adversário, que apesar de ter mais a bola nunca foi capaz de criar verdadeiro perigo, a não ser na marcação de um livre aos 19', que Helton desviou para canto.

No segundo tempo o caso mudou de figura. Os jogadores portistas puxaram dos galões, empertigaram-se e toma que aí vai disto: Uma mão cheia de golos. Nem foi necessário fazer uma exibição de gala. Apenas aceleraram o ritmo de jogo e as oportunidades apareceram em catadupa a tal ponto que, com mais uma pontinha de eficácia o resultado poderia ter chegado a números ainda mais escandalosos.

A curiosidade deste jogo era, para mim, aquilatar as reais capacidades dos jogadores menos utilizados, colocados num jogo à partida de dificuldade elevada.

A resposta foi positiva, embora com níveis diferenciados. Stepanov esteve geralmente seguro com uma ou outra imprecisão que não comprometeram; Lino esteve sóbrio e integrou-se bem nos movimentos ofensivos; Mário Bolatti menos esclarecido, algo lento e muito agarrado à bola; Kazmierczak entrou bem, contribuindo para o melhor futebol da segunda parte; Mariano Gonzalez, muito esforçado, lutador, fez várias posições mas esteve um pouco infeliz no segundo passe; Adriano procurou o golo como de costume, falhando uma clara oportunidade e aproveitando outra. Esteve ligado ao quarto golo fazendo a assistência para Farías; ErnestoFarías aproveitou os minutos concedidos marcando finalmente mais um golo e retribuindo a assistência para o golo de Adriano.

Quanto aos habituais, Fucile, Bruno Alves e Quaresma estiveram em grande plano juntamente com Helton que teve algumas intervenções de grande categoria.

O passeio continua com o dilatar da vantagem pontual que está agora em 23 pontos.

Uma nota final para o comportamento do Guimarães que denotou algum nervosismo e alguma desorganização, sobretudo depois do segundo golo, demonstrando ainda não estar pronto para fazer boa figura na Champions. Espero e desejo que, apesar de tudo, consiga o segundo lugar.

sábado, 26 de abril de 2008

NA CIDADE BERÇO SEM ADORMECER...

Já com as contas do título encerradas à 25ª jornada, a deslocação à cidade berço pode tornar-se num jogo desinteressante... ou talvez não.

Tudo depende do espírito da equipa que Jesualdo vai apresentar, certamente com algumas alterações, a pensar apenas e só na gestão do plantel face ao próximo jogo mais importante até final da época, mais precisamente a final da Taça de Portugal.

Espero naturalmente que o treinador portista não ceda a chantagens psicológicas vindas dos incompetentes do costume, que não sendo capazes de resolver os seus próprios assuntos em campo, pressionam para sejam terceiros a consegui-lo.

Os cães ladram e a caravana deve seguir o seu caminho alheia aos ruídos. É que não devemos explicações nem favores.

Jesualdo Ferreira deixou de fora Bosingwa, Lucho Gonzalez e Tarik Sektioui, convocando os seguintes jogadores:

Helton, Nuno, Fucile, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Lino, João Paulo, Stepanov, Paulo Assunção, Raúl Meireles, Bolatti, Kazmierczak, Mariano Gonzalez, Lisandro Lopez, Quaresma, Adriano, Farías e Hélder Barbosa.

Trata-se de um jogo que todos os portistas querem vencer para, quiçá, aumentar o avanço pontual aos perseguidores, eles sim envolvidos numa luta que não nos diz respeito.

EQUIPA PROVÁVEL


O jogo vai realizar-se no estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, amanhã pelas 18:00 h, será apitado pelo portuense Paulo Costa, com transmissão televisiva na Sportv1.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

ANIVERSÁRIO

Faz hoje um ano que nasceu este blog, espontaneamente, fruto da curiosidade e de alguma aventura.

Tudo começou quando lia um post sobre uma entrevista do Dr. Rui Moreira concedida ao Diário de Notícias, num dos blogs que já visitava, mais precisamente o «Portistas de Bancada» e, de repente, me apeteceu meter a colherada. O acesso encontrava-se restringido e vedado a anónimos (creio que ainda hoje é assim), mas um aviso do lado direito da página despertou a minha atenção (Se quer comentar e não sabe como, contacte-me).

Não hesitei. Depois seguiu-se uma troca de mails em que o Zirtaev, portista que eu não conheço pessoalmente (vi-o em Janeiro deste ano na Sportv, no programa de lançamento do jogo Sporting-Porto, onde se falou do seu blog), simpaticamente me elucidou dando-me as dicas para o registo no Blogger, abrindo-me as portas para as intervenções na blogoesfera e, sem saber, aguçando-me a vontade de ir mais além.

Daí até à criação deste blog foi um ápice!

As ideias começaram a fervilhar e pensei que, com a interessante vivência de 39 anos de associado aliada à ferverosa paixão clubista, poderia criar um espaço de divulgação e partilha.

Coloquei então o meu primeiro comentário no «Portistas de Bancada» e parti sofregamente de seguida para a construção deste projecto, que devo confessar, me tem dado um prazer em crescendo que jamais poderia imaginar.

Escolhido o nome e criado o primeiro baner, num intervalo de poucos minutos face à ansiedade que me invadiu o espírito, tolhendo-me de algum modo a inspiração, razão pela qual nasceu pouco elaborado, muito simples (conforme imagem abaixo), seguiu-se a escolha do tema a abordar.


Era o dia 25 de Abril e por isso foi fácil elaborar o texto, que pode se assim o entender ver ou rever AQUI

Ultrapassadas as emoções próprias que este parto me provocou, os momentos seguintes foram de contemplação, reflexão, de tomada de consciência do grau de responsabilidade que representa defender um Clube da grandeza do FC Porto e sobretudo, de uma indómita vontade de me superar, porque um Dragão é um insatisfeito por natureza, ambiciona sempre mais e melhor.

Ao longo destes 366 dias, em ritmo moderado mas seguro, o blog tem vindo a enriquecer-se com o contributo dos estimados visitantes que vão deixando os seus comentários bem como com as inovações que a experiência , o amor clubista e o empenho têm ajudado a criar.

Tem sido um exercício e um enriquecimento gratificantes pelo que aproveito para agradecer do fundo do coração a todos quanto partilham este desafio.

Um bem hajam! E viva o nosso querido FC Porto!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

1989/1990 A INFLUÊNCIA DO REGRESSO DO HERÓI

Depois de uma época atribulada sob o comando de Quinito, que deslumbrado com a grandeza de um clube que tinha ganho quase tudo , não foi capaz de manter o rumo, Pinto da Costa não hesitou em fazer regressar o treinador campeão europeu, ainda antes da época terminar, com a missão de reconstruir a equipa e devolver-lhe a ambição.

Artur Jorge surgia com o capital de prestígio que lhe concedia a autoridade moral para dispensar jogadores que tinham sido muito valiosos para o FC Porto e substituí-los por outros, mais novos e ambiciosos.

Esta renovação não foi pacífica, porque ninguém gosta de se ver desvalorizado, tendo a Comunicação Social do costume explorado até à exaustão o descontentamento dos visados para lhes conceder tempo de antena com sucessivas entrevistas, procurando assim criar um clima de desconfiança, de descrença e de divisão interna que os responsáveis portistas sabiamente geriram.

Eram muitas as caras novas vindas de outros clubes que se juntaram a algumas promoções oriundas dos júniores.

Na foto da esq. para a direita, em baixo: Ricardo (roupeiro), Kiki, Marito, Morato, Abilio, Caetano, Bandeirinha, João Pinto, Domingos, Jaime Magalhães, Barriga, Madjer e Brandão (roupeiro(; Ao meio: Diamantino (massagista), Agostinho(roupeiro), Rui Águas, Demol, H.Gonçalves (Prep.físico), Reinaldo Teles (D.Futebol), Artur Jorge (Treinador), Murça, Octávio (Adjuntos), Toni, Pingo, Dr. Domingos Gomes (Médico), ?? e Rudolfo Moura (Massagista); Em cima: Nascimento, Geraldão, Semedo, Silvino, Jorge Couto, Vítor Baía, Branco, André, Paulo Pereira e José Luís (Massagista)

A pré-época deixara indicações pouco animadoras pois tinha sido recheada de derrotas, o bastante para os Dragões serem imediatamente apontados com candidatos à luta por um lugar nas provas da Uefa, deixando para os rivais a luta pelo título, como aliás já era hábito.

A equipa técnica estava consciente das dificuldades e com a noção exacta do caminho a percorrer.
Tratou cada jogo especificamente aplicando-lhe a receita táctica mais conveniente.

O Campeonato começou nas Antas, que apesar dos sucessivos resultados negativos da fase de preparação, apresentou uma moldura humana muito interessante, transmitindo desde logo para o grupo, uma confiança absoluta da massa adepta que os atletas souberam merecer.

O Porto entrou bem, com quatro vitórias consecutivas, até que surgiu a primeira e única derrota da primeira volta, em Alvalade, frente ao Sporting, na sequência de um lance infeliz de André que fez auto-golo.

Depois, o FC Porto manteve-se 25 jornadas sem perder, demonstrando a superior capacidade de um conjunto bem moralizado para a vitória.

A candidatura ao título foi-se vincando no braço-de-ferro com o Benfica, que à 23ª jornada recebeu o FC Porto. Os Dragões deslocaram-se à Luz com uma vantagem pontual de três pontos e um resultado positivo significaria um passo quase decisivo para o objectivo final.

Por isso, Artur Jorge arquitectou um dispositivo táctico que surpreendeu Eriksson ao jogar para ganhar, quando todos esperavam que jogasse para não perder. O resultado foi um empate sem golos, apesar do grande susto que Rui Águas, jogador a envergar as cores azuis-e-brancas, resultado de uma transferência que incendiou as relações entre os dois clubes, provocou perto do fim do encontro ao disparar de cabeça um remate que Silvino desviou «in-extremis» para canto.

Até final o FC Porto ainda averbou nova derrota, no Restelo por 1-0 na 31ª jornada, adiando a festa para a jornada seguinte, nas Antas frente ao Setúbal.

Com a vitória nesse jogo a cidade voltava a viver o S. João antecipado, pintado de azul e branco, em pleno mês de Maio.

Seguíram-se os dois jogos finais, para cumprir calendário, com uma vitória em Guimarães e um empate nas Antas frente ao Beira-Mar, num fecho de campeonato que ficou na memória dos adeptos como o dia em que a barbárie da PSP desceu ao relvado para castigar de forma estúpida quantos pretendiam , como habitualmente, festejar no relvado junto dos seus ídolos mais um triunfo espectacular.

Na festa proporcionada pela Câmara Municipal do Porto, Pinto da Costa fez uma referência directa à conquista do título, referindo que foi obtido contra muita coisa: "O Porto soube resistir a tudo, até às agressões policiais".

ARTUR JORGE

Pertenceu como jogador às camadas jovens do FC Porto, que representou dos 15 aos 19 anos.

Passou depois pela Académica e Benfica, terminando a sua carreira no Belenenses em 1978. Foi várias vezes internacional.

No seu palmarés conta com 4 títulos de campeão nacional e 3 taças de Portugal, 2 bolas de prata de melhor marcador, tudo ao serviço do Benfica.

Com formação académica, Artur Jorge tirou o curso de treinador de futebol na Alemanha Oriental , obtendo com distinção o diploma na Escola de treinadores de Leipzig.


Treinou o Belenenses e o Portimonense, depois de ter sido adjunto de Pedroto, no Vitória de Guimarães.


Foi a aposta de Pinto da Costa depois da morte de José Maria Pedroto, vencendo dois campeonatos seguídos em 84/85 e 85/86. Em 86/87 conduziu o FC Porto ao Título de Campeão da Europa, desiderato que é partilhado com José Mourinho, únicos treinadores portugueses a consegui-lo e ambos ao serviço dos Dragões.

No final dessa época assinou pelo Matra Racing de Paris.
Regressou para substitui Quinito que não acabou a época e voltou a ser campeão pelo FC Porto em 89/90.

Como treinador é o único português com 3 campeonatos de futebol sénior ganhos, sempre no FC Porto.

Artur Jorge fica ligado ao Clube por ter sido um dos melhores treinadores de sempre na história do FC Porto.

domingo, 20 de abril de 2008

MALHAR NOS MOUROS FOI UMA CRUZADA

Palco do jogo: Estádio do Dragão - Porto
Assistência: 50.199 espectadores
Competição: Bwin LIga - 27ª jornada
Hora do jogo: 20:30h
FC Porto: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile; Paulo Assunção, Raúl Meireles (Bolatti 81') e Lucho Gonzalez; Quaresma (Farías 88'), Lisandro Lopez e Tarik Sektioui (Mariano Gonzalez 62')
Suplentes não utilizados: Nuno, Stepanov, Lino e Kazmierczak
Treinador: Jesualdo Ferreira
Árbitro: Bruno Paixão - Setúbal
Marcadores: Lisandro Lopez (7' e 80')
Acção disciplinar: Lisandro Lopez (7') e Fucile (67')


Todos sabíamos que este clássico se revestia de maior importância para o adversário, ainda na luta pelo 2º lugar, do que para os tricampeões.
Talvez por isso e pelo facto do FC Porto ter conseguído marcar cedo, a primeira parte foi algo incaracterística, com os Dragões a acalmar o ritmo procurando guardar a bola, fazendo-a rodar de pé para pé, sem grandes progressões no terreno. Disso tirou partido o adversário que aproveitou para ter mais a bola, para tentar organizar o seu jogo ofensivo, que diga-se em abono da verdade, nunca conseguiu fazer perigar a baliza de Helton.

Na segunda parte viu-se então um FC Porto ao seu melhor nível, comandado por Lucho Gonzalez a desbaratar de forma irreversível a fraca réplica dos candidatos ao segundo lugar, tendo rendido apenas mais um golo, umas vezes por ineficácia outras pelas intervenções do guarda-redes Quim, um dos melhores em campo.

Bruno Alves, Fucile, Paulo Assunção, Raúl Meireles, Lisandro Lopez, Mariano Gonzalez e lucho Gonzalez foram os expoentes dos Dragões.

Este resultado constituiu para mim mais do que a vitória num jogo de futebol. É também a vitória da organização versus desorientação, da classe versus vulgaridade, da consciência versus fanfarronice, dos pés assentes na terra versus megalomania, da política da aquisição de bons jogadores versus lugares na Liga, do reconhecimento versus inveja, do saber fazer versus incompetência, do melhor do futebol versus campanhas difamatórias, de um treinador vesus choramingas, de um Presidente versus pigmeu!

Faltam três jogos para o final do campeonato e agora sim, Jesualdo pode começar a pensar em preparar a final da Taça de Portugal, já que a distância pontual é por demais escandalosa.

Por isso será mais que natural começar a dar descanso aos mais desgastados.
Eu poria no próximo jogo os menos utilizados!

Notas finais:

1ª - Dos seis milhões da trêta só apareceram "meia dúzia"

2ª - Bonita coreografia das bancadas com a palavra tricampeões desenhada pelos adeptos

3ª - Grande e bonito painel da claque O Colectivo

4ª - O sonoplasta do Dragão merece este destaque por ter colocado logo a seguir ao apito final a música dos Trabalhadores do Comércio «CHAMEM A POLÍCIA, OH OH OH, CHAMEM A POLÍCIA» (As minhas desculpas a tão ilustres trabalhadores pela primeira incorrecção)



sábado, 19 de abril de 2008

A FESTA - PARTE III

Em mais um clássico sem qualquer interesse para a classificação do já tricampeão nacional, o FC Porto prepara-se para receber amanhã no seu Estádio, o quarto classificado, que continua na luta pelo segundo lugar, face ao empate do Vitória de Guimarães no jogo de ontem, no âmbito da 27ª jornada da Bwin Liga.

Jesualdo convocou os 18 melhores jogadores do plantel, pelo que poderá apresentar a equipa mais representativa.

Espera-se naturalmente casa cheia, não tanto pelo adversário em questão, como os seus adeptos sempre gostam de especular, mas principalmente pela continuidade da festa que até final do campeonato esperamos vir a fazer e que começou com o Estrela da Amadora, provocando um verdadeiro tsunami azul. Desenganem-se pois os lampiões megalómanos pois o Dragão encheria mesmo que fôssemos defrontar as Irmazinhas do Pinheiro Manso, ainda que a diferença de classe até nem seja assim tão evidente.

Evidente é mesmo o facto de se tratar de mais um jogo de futebol e como tal, nada estar garantido, apesar da diferença pontual que separa o FC Porto do seu adversário, pelo que todo o cuidado será pouco, até porque, ninguém está livre de levar uma facada de um cego.

Lista dos convocados: Helton, Nuno, Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Fucile, Stepanov, Lino, Paulo Assunção, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Bolatti, Kazmierczak, Quaresma, Lisandro Lopez, Tarik Sektioui, Mariano Gonzalez e Farías.

EQUIPA PROVÁVEL

O jogo vai disputar-se amanhã no Estádio do Dragão pelas 20:30h, sob a direcção do setubalense Bruno Paixão e terá transmissão televisiva na SporTv1.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

No Baú de hoje a gloriosa época que a todos nos orgulha.

1987/1988 A ÉPOCA DE TODOS OS TÍTULOS

A final da Taças do Campeões Europeus foi uma montra aberta para os clubes do continente que, com maior ou menor insistência pretendiam as nossas principais estrelas.

Pinto da Costa foi gerindo a cobiça mas não conseguiu evitar as saídas , primeiro de Paulo Futre para o Atlético de Madrid e do treinador Artur Jorge para o Matra Racing de França e mais tarde, em Dezembro, de Madjer para o Valência.


Da Jugoslávia chegou o treinador Tomislav Ivic, com currículo de campeão. O plantel foi reforçado com as entradas de Geraldão, Rui Neves, Barriga, Raudnei, Jorge Plácido e do regressado Rui Barros. Domingos e Best foram as promoções dos júniores.

Na fig. da esquerda para a direita, em baixo: Agostinho (roupeiro), Frasco, Jorge Plácido,Bandeirinha, Celso, Rui Barros, André, Jaime Magalhães, Jaime Pacheco, Barriga eFernando Brandão (roupeiro); ao meio: Dr. Domingos Gomes (médico), Rodolfo Moura (massagista), Inácio, Eduardo Luís, Raudnei, João Mota (adjunto), Tomislav Ivic (treinador), Octávio Machado (adjunto), José Neto (preparador físico), Semedo, Quim, Diamantino Moura e José Luis (massagistas); Em cima: Geraldão, Mlynarczyk, João Pinto, Rui Neves, Lima Pereira, Zé Beto, Madjer, Juary, Fernando Gomes, Best e Sousa. Nesta foto do plantel faltou o Domingos.


O FC Porto fez uma entrada de Dragão no campeonato recebendo e goleando o Belenenses, numa exibição de luxo, por 7-1, tendo Madjer reeditado o golo que o lançou para a fama em Viena. Pois claro, de calcanhar, mais uma vez, como que a garantir que não tinha sido obra do acaso.

Com o jugoslavo ao leme, o FC Porto perdeu alguma capacidade ofensiva e de domínio de jogo mas ganhou cinismo e eficácia na concretização. Construiu uma equipa muito solidária que não praticava o futebol vistoso do seu antecessor mas era uma máquina de construir vitórias, ganhando quase tudo o que havia para ganhar (Taça Intercontinental, Supertaça Europeia, Campeonato Nacional e Taça de Portugal). Foi chegar, ver e vencer.

Curiosamente a sua passagem não foi pacífica face ao nível de exigência dos adeptos, especialmente nos jogos nas Antas, que não gostaram do tipo de futebol apresentado. Pretendiam vitórias e espectáculo.

O Porto oferecia a iniciativa aos adversários e, de repente, lançava o contra-ataque venenoso e demolidor. Povoava o meio-campo, passava mais tempo a defender e a controlar do que a atacar, mas quando o fazia era eficaz. Em grande parte dos jogos o adversário jogava e o Porto marcava. Isso custou-lhe muitos assobios apesar das vitórias.

Rui Barros era a gazua, a seta apontada às balizas contrárias. Possuidor de grande velocidade, dava sentido ao sistema táctico de Tomislav Ivic. Fernando Gomes o matador do costume, apontando 21 golos no campeonato.

O título foi conquistado à 34ª jornada , nas Antas contra o Rio Ave, com uns claros 5-0, beneficiando da derrota do Benfica no Restelo, faltavam ainda 4 jornadas para o termo.

O FC Porto fez o pleno nas Antas, não cedendo qualquer ponto. Fora de casa consentiu 8 empates e 1 derrota, em Alvalade. Somou 66 pontos e deixou o 2ª classificado, o Benfica, a 15 pontos. Foi o melhor ataque com 88 golos marcados e a melhor defesa com 15 golos sofridos.

O último jogo disputou-se nas Antas em 5 de Junho de 1988. O Estádio estava lotado para a festa. O adversário era o Benfica.

Com o título há muito resolvido, a massa adepta pretendia um fecho com chave de ouro.

Moralizado, o Porto foi melhor e construiu um resultado desnivelado (3-0).

O champanhe correu, os foguetes estalaram e o povo voltou às ruas exteriorizando a sua alegria.
Era o 9º Campeonato Nacional para os Dragões.

Quinze dias depois os portistas tiveram nova ocasião para festejar, desta vez a conquista da Taça de Portugal, no Estádio do Jamor frente ao Vitória de Guimarães, concretizando uma saborosa «dobradinha».
Foi a época de todos os Títulos!

RUI BARROS

Depois de se sagrar Campeão Nacional de Júniores pelo FC Porto, em meados da década de 80, não se fixou logo na equipa principal, tendo sido emprestado ao Covilhã da 2ª Divisão e mais tarde ao Varzim onde se sagrou campeão da 2ª Divisão - Zona Norte.

Regressou em Agosto de 1987 e tornou-se uma peça fulcral da equipa de Tomislav Ivic, que construiu a equipa em seu torno, explorando a sua técnica e velocidade. Jogou 34 dos 38 jogos e marcou 12 golos. Contribuiu para a conquista da Taça Intercontinental e Supertaça Europeia.

As suas qualidades logo despertaram o interesse de grandes clubes europeus e a Juventus foi o seu primeiro destino. Jogou dois anos em Itália a grande nível, vencendo uma Taça de Itália e uma Taça Uefa.


Jogou ainda no Mónaco e no Marselha antes de regressar ao FC Porto, em 1994, sendo um dos seis jogadores que conquistou os cinco campeonatos do Penta.


Pôs fim à carreira em 2000, com 34 anos. Trabalhou alguns anos no departamento de observação e prospecção do Clube, passando depois a integrar algumas equipas técnicas do FC Porto, tendo assumido o comando da equipa, na fase de transição de Co Adriaanse para Jesualdo Ferreira, conquistando a Supertaça 2005/2006 frente ao Setúbal, por 3-0.

É hoje um dos treinadores-adjuntos da equipa de Jesualdo Ferreira.

terça-feira, 15 de abril de 2008

DOBRADINHA - OBJECTIVO POSSÍVEL

Palco do Jogo: Estádio do Bonfim - Setúbal
Competição: Taça de Portugal - Meias-finais
Hora do Jogo: 20:30 h
FC Porto: Nuno; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Cucile; Paulo Assunção (João Paulo 82'), Raúl Meireles e Lucho Gonzalez; Quaresma Mariano 79'), Lisandro Lopez e Tarik Sektioui (Farias 75').
Suplentes não utilizados: Ventura, Lino, Kazmierczak e Adriano.
Treinador:
Jesualdo Ferreira
Árbitro:
Pedro Proença - Lisboa
Marcadores:
Jorginho (37' p.b.), Lucho (51' e 60')
Acção disciplinar:
Cartões amarelos para Paulo Assunção (8'), Quaresma (49') e Pedro Emanuel (90').



O FC Porto entrou para este jogo consciente da sua superioridade, alicerçada com a vitória conseguída no passado Sábado para o campeonato nacional, numa toada lenta, pausada, controlada à espera que a fruta caísse de madura, face a um Vitória justificadamente amedrontado, sem inspiração e sobretudo sem soluções atacantes já que optou por colocar o autocarro em frente da sua baliza.

Os Dragões com a confiança devida aos campeões incontestados, limitou-se a controlar e a impor as mudanças de ritmo e acelerações que de quando em vez fazia abanar a defensiva contrária.

Foi pois com toda a naturalidade que o marcador se foi avolumando e só não chegou a números escandalosos porque os jogadores azuis-e-brancos se descontraíram de forma a parecer um treino sem grande importância.

O primeiro nasceu na sequência de um canto marcado por Raul Meireles ao segundo poste onde surgiu Jorginho, acossado por Lisandro Lopez, a introduzir a bola na própria baliza; o segundo de uma jogada de Tarik pela direita tocando para o centro onde Lucho Gonzalez apareceu a desfeitear o guarda-redes sadino; o terceiro de uma intercepção de Raúl Meireles que colocou a bola em Lucho que em posição frontal não teve dificuldade em escolher o lado e atirar a contar.
Foi uma exibição morna, em ritmo de treino e sem quaisquer dificuldades.

Lucho Gonzalez, sem ser brilhante foi o melhor jogador em campo, num jogo com menos Quaresma e mais Raúl Meireles, mais Fucile e menos Tarik.


A dobradinha é agora uma possibilidade cada vez mais próxima.

domingo, 13 de abril de 2008

GANHAR A PENSAR NA TAÇA

Palco do jogo: Estádio do Bonfim - Setúbal
Competição: Bwin Liga - 26ª jornada
Hora do jogo: 21:15 h
FC Porto: Nuno; Fucile (Bosingwa 45'), Stepanov, João Paulo e Lino; Bolatti, Kazmierczak e Lucho Gonzalez (Helder Barbosa 75'); Mariano Gonzalez, Lisandro Lopez (Adriano 67') e Quaresma.
Suplentes não utilizados: Ventura, Bruno Alves, Paulo Assunção e Farías
Treinador: Jesualdo Ferreira
Árbitro: Elmano Santos - Madeira
Marcadores: Lisandro Lopez (24') e Mariano Gonzalez (29')
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Bolatti (75')


Já a pensar no jogo das meias finais que se vai realizar na próxima Terça-feira, frente a este mesmo adversário e no mesmo Estádio, Jesualdo Ferreira apresentou uma equipa com várias alterações, como aliás se esperava.

O Porto fez uma primeira parte agradável em que impôs a sua maior valia técnica, com Lucho Gonzalez a pautar o bom jogo portista que acabou por render dois preciosos golos dos argentinos Lisandro e Mariano, um pouco antes da meia hora de jogo.

Os Dragões dominaram em toda a metade do encontro mas o Setúbal, que também poupara alguns jogadores, logrou marcar num remate forte e colocado, de meia distância, que não deu hipóteses de defesa a Nuno.

Na segunda parte o Vitória tomou conta do jogo, obrigou o Porto a trabalho defensivo que foi ultrapassando com maior ou menor dificuldade. Para tal muito contribuíram as entradas dos habituais titulares Ricardo Chaves, Bruno Gama e Claudio Pitbull, nos sadinos, enquanto Jesualdo optava por retirar Lisandro e Lucho, em sinal contrário.

As dificuldades foram ultrapassadas com alguma sorte à mistura deixando antever um grande jogo para a Taça.

Nuno pareceu-me inseguro. Largou algumas bolas intranquilizando o sector, mas não teve responsabilidades no golo sofrido. Stepanov esteve geralmente bem apesar de alguns falhanços.
Kazmierczak muito discreto e Mariano lutador mas também trapalhão.

Lucho foi o melhor enquanto jogou e Quaresma muito activo.

Para a história fica mais uma vitória.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

TRICAMPEÕES EM SETÚBAL

O FC Porto deslocou-se hoje para o Sul com todos os jogadores disponíveis do seu plantel principal, para enfrentar o Vitória de Setúbal nos próximos dois compromissos, amanhã para a 26ª jornada da Bwin Liga e na Terça-feira para as meias finais da Taça de Portugal.

Castro, Marek Cech, Rabiola, Leandro Lima e Bruno Moraes são os únicos ausentes por não terem condições de participar.

A Pousada de Palmela será o porto de abrigo dos tricampeões nacionais.

Espera-se um jogo difícil pelo valor do adversário que está a fazer um excelente campeonato.

Desta vez não vai ser fácil acertar na equipa provável dado que não é certo que Jesualdo Ferreira possa fazer descansar alguns dos titulares habituais, face ao jogo da Taça de Portugal.

Contudo, tendo em conta que o campeonato está resolvido e que o jogo seguinte estará muito próximo, mandará o bom senso que Jesualdo se incline por fazer neste jogo algumas alterações.


EQUIPA PROVÁVEL

O jogo que se disputará no Estádio do Bonfim, em Setúbal, amanhã pelas 21:15h, será apitado pelo madeirense Elmano Santos e vai ser transmitido pela SporTv1

quarta-feira, 9 de abril de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Os anos de 1987 e 1988, foram dos mais ricos, no que ao futebol portista diz respeito.
Às glórias europeia e mundial, outros títulos haveriam de se somar e rumar às Antas.

A SUPERTAÇA DA UEFA TAMBÉM FOI NOSSA

Disputada em duas mãos, a Supertaça europeia pôs frente a frente o Campeão europeu FC Porto e o vencedor da Taça das Taças, a segunda prova da Uefa em termos de importância, o Ajax de Amesterdão.

A primeira mão disputou-se a 24 de Novembro de 1987, na Holanda, no Stadion De Meer.

Já com Tomislav Ivic no lugar de Artur Jorge, o Porto praticava um futebol de maior contenção defensiva mas possuía um contra-ataque rápido e mortífero, interpretado com eficácia pelo «rato atómico» Rui Barros, que retornou ao FC Porto para fazer uma grande época.

No jogo de Amesterdão os Dragões sobressaíram pelo pressing impressionante e asfixiante em todo o terreno que permitiu controlarem o jogo e manietarem os seus opositores. A lição estava bem estudada e o Ajax não teve hipóteses de colocar o pé em ramo verde, face à enorme segurança defensiva patenteada por Lima Pereira e seus pares.

Com Fernando Gomes numa missão de municiar o rápido Rui Barros, o FC Porto cedo mostrou ao que ia. Logo aos dois minutos, este último na cara do guarda-redes holandês falhou por muito pouco.

Mas pouco tempo depois, numa jogada que foi repetida por várias vezes, Gomes lançou Rui Barros em profundidade, isolando-o para bater Menzo sem apelo nem agravo.

O Porto impôs a sua categoria e criou uma mão cheia de oportunidades que poderiam ter ditado um resultado desnivelado que só não aconteceu face ao maior acerto do guarda-redes holandês e de alguma precipitação na hora do remate, especialmente por parte do pequeno "grande" jogador que apareceu três vezes isolado frente ao guardião contrário e só concretizou uma delas.
O resultado foi mesmo a vitória por 0-1.

A segunda-mão disputou-se nas Antas a 13 de Janeiro de 1988, um mês depois da vitória na Taça Intercontinental em Tóquio.

O Porto fez então um jogo pouco vistoso, algo cinzento, sem grandes oportunidades de golo, retraído face à maior dinâmica da turma treinada por Johan Cruyff, disposta a dar a volta ao resultado.

Lembro-me de ter desabafado na bancada : «O que é isto? Nós somos os Campeões do Mundo! Estamos a jogar em casa.»

O jogo pareceu sempre mais ao alcance dos holandeses, que forçavam muito no ataque e espalhava algum receio na massa adepta do Porto.

Sousa, na marcação de um livre directo terminou com as apreensões e devolveu a alegria ao povo portista que se tinha deslocado às Antas para assistir a mais uma importante vitória internacional, dando sequência aos últimos sucessos.

Na foto da esq.p/dta., em baixo: André, Fernando Gomes, Sousa, Rui Barros e Bandeirinha
Em cima: Mlynarczyk, Geraldão, Inácio, Jaime Magalhães, Lima Pereira e João Pinto

No final, a festa do costume!

domingo, 6 de abril de 2008

GOLEADA NO CARIMBO DO TRI



Palco do Jogo:
Estádio do Dragão - Porto
Assistência: 50.138 espectadores
Competição: Bwin Liga - 25ª jornada
Hora do jogo: 20:45 h
FC Porto: Helton; Bosingwa (Bolatti 72'), Pedro Emanuel, Bruno Alves, Fucile; Paulo Assunção (Farias 80'), Raúl Meireles, Lucho Gonzalez; Quaresma, Lisandro Lopez e Tarik Sektioui (Marianao Gonzalez 65').
Suplentes não utilizados: Nuno, João Paulo, Kazmierczak e Adriano.
Treinador: Jesualdo Ferreira
Árbitro: João Vilas Boas - Braga
Marcadores: Lucho Gonzalez (8'), Tarik Sektioui (11'), Quaresma (64'), Maurício (p.b. 70'), Bruno Alves 77') e Lisandro Lopez (87')
Acção disciplinar: Cartões amarelos para Pedro Emanuel e Raúl Meireles (83')


Como se esperava, o Dragão lotou vestido de gala para assistir à vitoria estrondosa do FC Porto, que carimbou a 5 jornadas do fim o 23º título de campeão nacional.

Já com a este objectivo há muito anunciado os jogadores portistas encaram este jogo como uma festa e proporcionaram, em largos períodos de jogo, um futebol avassalador, triturante, belo e muito vistoso. Foi um Porto de gala que se apresentou neste palco dos sonhos, correspondendo ao entusiasmo dos seus seguidores que não se cansaram de incentivar, com cânticos e muita alegria.

A primeira explosão eclodiu bem cedo, estavam ainda decorridos apenas 8'. Lisandro Lopez descaído sobre a esquerda trabalhou bem e rápido, cruzou atrasado para Lucho atirar a contar e abrir o marcador. Três minutos mais tarde, Quaresma aplicou a sua famosa trivela que Tarik aproveitou, surgindo ao segundo poste para fazer um belo golo.

O Estrela pouco ou nada podia fazer perante uma superioridade tão flagrante, pois a máquina de triturar estava em funcionamento pleno, não permitindo sequer que os lisboetas avançassem muito no terreno, tal a pressão que era exercida pelos portistas logo à entrada do seu meio
campo. O primeiro remate digno desse nome aconteceu aos 53'!

O Porto abrandou um pouco depois do segundo golo mas continuou sempre à procura de novos golos. Tarik chegou a introduzir a bola nas redes, ainda na primeira parte mas estava em posição ilegal.

No segundo tempo os Dragões quiseram presentear os presentes com mais alguns momentos de pura classe e aos 64' Raúl Meireles sprintou pela direita, cruzou e Quaresma na passada fuzilou obtendo mais um lindo golo.

A festa estava bonita, a Claque Colectivo mostrava um grande escudo Nacional e o público rejubilava. Pouco antes mostrara um grande pano com a "Bomba" «FC PORTO TRI CAMPEÃO NACIONAL» . Este pano era uma réplica satírica da primeira página do Record.

Os atletas portistas continuaram a jogar com intensidade pois pretendiam dar mais colorido à festa. Por isso procuraram com afinco fazer mais golos.

Aos 70' num cruzamento de Bosingwa, Lucho disputou a bola dentro da área com Nelson e Maurício, a bola ressaltou nas costas deste último e só parou dentro da baliza.

Sete minutos depois, mais uma vez Raúl Meireles no cruzamento a colocar a bola na cabeça de Bruno Alves que à vontade não se fez rogado. Era o 5º.

Mas faltava o golito de Lisandro que já estivera muito perto numa cabeçada que o argentino dirigiu mal. Porém, aos 87' Quaresma levou a bola pela direita, serviu de bandeja Lisandro que só teve que empurrar para o fundo da baliza. Estava feito o resultado final.

Goleada no jogo e carimbo no campeonato: TRI CAMPEÃO NACIONAL.

Terminado o jogo, os adeptos não arredaram pé porque seguiu-se a festa, num belo espectáculo.
Do cimo da cobertura choveram milhões de pequenos papeis prateados que deram um efeito maravilhoso, os jogadores saltaram, abraçaram-se, exultaram, alguns tremendamente eufóricos (Tarik era o mais louco) e o público gritou, saltou, cantou, enfim, uma festa à Dragão.

Depois do palco colocado no centro do terreno com o Nº 23 bem visível, os jogadores foram sendo chamados um a um pelo speaker de serviço depois de passarem algumas imagens nos ecrãs do Estádio, até chegar à vez de Jesualdo Ferreira que teve direito a banho de champanhe e a umas elevações no ar, proporcionadas pelos seus atletas. PINTO DA COSTA OLÉ foi cantado pela multidão, num tributo merecido ao presidente que na Europa é agora o que mais títulos conseguiu. Lindo!

A festa continuou na Alameda para onde os espectadores se transferiram para continuar a vitoriar a equipa que da varanda continuava a demonstrar a sua satisfação e a sua euforia.

TENHO ORGULHO DESTA EQUIPA, DESTE PRESIDENTE, DESTE CLUBE E DESTA CIDADE.



sexta-feira, 4 de abril de 2008

A FESTA AO NOSSO ALCANCE

O FC Porto, na sua louca corrida pelo TRI, vai receber amanhã o Estrela da Amadora no jogo, que em caso de vitória, confirmará desde já, o triunfo de mais um Campeonato Nacional, a cinco jornadas do final.

Alheando-se das parangonas dos pasquins, os atletas encontram-se preparados para dar esse gosto à dedicada massa associativa que encherá completamente o Estádio do Dragão com o intuito de fazer a festa.

O treinador Jesualdo Ferreira, a viver os melhores momentos da sua carreira, pode contar com os principais atletas, sendo certo que fará alinhar a equipa mais representativa.

Lista dos convocados: Helton, Nuno, Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Fucile, João Paulo, Paulo Assunção, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Bolatti, Kazmierczak, Quaresma, Lisandro Lopez, Tarik Sektioui, Mariano Gonzalez, Farias e Adriano.

EQUIPA PROVÁVEL


O jogo que terá início pelas 20:45 h, será apitado pelo bracarense João Vilas Boas e terá transmissão televisiva na TVI.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Prosseguindo o périplo pelos momentos inesquecíveis que o FC Porto nos proporcionou e que vivi efusivamente, razão pela qual as evocações neste espaço, versam de 1977/1978 para cá, procurando respeitar uma ordem cronológica, hoje partilho as minhas emoções relativamente ao maior feito jamais alcançado por qualquer equipa portuguesa: A conquista da primeira Taça Intercontinental!

DEPOIS DA EUROPA A CONQUISTA DO MUNDO

O triunfo de Viena abriu as portas do futebol mundial. Em 13 de Dezembro de 1987, o FC Porto escreveu mais uma página brilhante no seu longo e rico historial, no jogo que colocou frente a frente o Campeão Europeu e o Campeão Sul-Americano. Tóquio foi o grande palco.

Um manto branco cobria o relvado e continuava a nevar intensamente. Havia dúvidas sobre a realização do jogo nestas condições. Adivinhavam-se dificuldades acrescidas já que, durante o aquecimento era visível que a bola não rolava normalmente, ficava presa, mudava de trajectória, atolava-se, de repente imobilizava e enganava. Jogar nestas circunstâncias seria obrigar os atletas a um aturado sacrifício.

Os interesses comerciais acabaram por determinar a realização do encontro mesmo sem as condições climatéricas ideais e assim tivemos de assistir a um desafio de muita luta, muito empenho, muita entrega, muita força física e anímica e de alguma sorte.

O adversário era o Peñarol, campeão uruguaio e vencedor da Taça dos Libertadores da América.

Naturalmente que a qualidade técnica foi relegada para segundo plano em função do estado do terreno, que à medida que era pisado se transformava num imenso lamaçal.

O Porto abordou o jogo com justificadas cautelas e procurou controlar, dentro do possível, com a
sua retaguarda bem povoada p
ara partir pela certa para as acções mais ofensivas.

Aos 41' Madjer desferiu um centro-remate, a bola iludiu o guarda-redes uruguaio e Fernando Gomes aproveitou uma disputa de bola junto à linha de golo para pôr o Porto em vantagem no marcador, resultado com que acabaria a primeira parte.

No reatamento,os sul-americanos entraram com a firme disposição de imporem uma reviravolta nos acontecimentos. Apelando à sua tradicional garra, encetaram algumas ofensivas ameaçadoras. Os Dragões foram respondendo com cabeça fria e personalidade ao assédio contrário. Mlynarczyk e seus companheiros iam neutralizando as situações de perigo, mas a faltarem dez minutos para o termo da partida, foi impotente para deter o remate certeiro de Viera, que restabeleceu a igualdade. Madjer ainda esteve perto de dar o triunfo dentro do tempo regulamentar, num remate muito perigoso que fez a bola passar a escassos centímetros da baliza.

Foi então necessário prolongar aquele sacrifício recorrendo a 30' suplementares para se encontrar o Campeão do Mundo.

O Porto parece ter aproveitado melhor o pequeno interregno que se seguiu ao termo do desafio e entrou melhor no prolongamento, demonstrando mais força e maior sentido de entreajuda. Os atletas interiorizaram que aqueles 30' bem poderiam ser os da consagração mundial, da fama e de mais um título.

E que melhor desfecho poderia ter senão com um toque de classe do mágico argelino, que já tinha encantado em Viena, no célebre golo de calcanhar, agora com um vistoso e categorizado chapéu que fez a bola sobrevoar o guardião Pereira para deslizar lentamente na neve, criando um momento de grande incerteza quanto à força suficiente para vencer o estado lastimável do terreno.

Felizmente a bola só parou quando se colou às redes, concretizando a vitória do FC Porto no jogo, garantindo o triunfo do Troféu.

Quando o austríaco Franz Wohrer deu por terminado o prolongamento, uma onda de entusiasmo estalou na madrugada do Porto, onde centenas de portistas desafiaram as trevas da noite para dar nova vida à cidade.


A equipa foi orientada por Tomislav Ivic e na imagem em cima da esquerda para a direita: Lima Pereira, Inácio, João Pinto, Jaime Magalhães, Geraldão e Mlynarczyk; em baixo: Madjer, Rui Barros, Sousa, Fernando Gomes e André.