terça-feira, 29 de maio de 2007

TRIBUTO AOS VENCEDORES

A Sad do FC Porto decidiu promover uma jornada de homenagem no Estádio do Dragão, aproveitando a passagem dos vinte anos da 1ª conquista da Taça dos Campeões Europeus, no passado Domingo, dia 27 de Maio.

Convidou muito justamente os heróis de Viena e aproveitou para alargar essa homenagem às modalidades que somaram títulos nesta época: Equipa profissional de futebol bicampeã nacional, equipa de hóquei em patins hexacampeã nacional, equipas de andebol e basquetebol vencedoras da taça de Portugal.

Todos puderam sentir o calor humano de um Dragão muito composto e a gratidão que os adeptos e sócios portistas sabem proporcionar aos atletas que deram e aos que continuam a dar muitas alegrias.

Foram momentos emocionantes que ficarão marcados para quem os viveu.


Não resisto a deixar algumas declarações:

Rabah Madjer:

«Parece que foi ontem que disputámos aquela final. Estou muito feliz por reencontrar toda esta gente. Adeptos, dirigentes e todos os meus colegas de equipa. Serei para sempre do F.C. Porto».


Paulo Futre:

«Aquela noite foi marcante. Mudou-me a vida completamente, pois passado algumas semanas já estava em Madrid, com a camisola do Atlético. Agora tenho que agradecer ao F.C. Porto esta recordação, até porque há muito não estava com a maioria dos meus companheiros. Ainda não conhecia o Estádio do Dragão, foi impressionante estar no relvado».

Juary:

«Ao pisar a relva do estádio só pensei "que pena não poder jogar hoje". Foi maravilhoso abraçar todos estes amigos. A única tristeza foi não poder reencontrar o Zé Beto, que já não está entre nós. Como foi Viena? Estivemos tensos durante 45 minutos. Estava no banco e só sentia raiva, muita raiva. Uma equipa como a nossa não podia jogar daquela forma. Parecia que estávamos com medo. Mas ao intervalo o Artur Jorge deu duas ou três palavras e percebemos que era a última oportunidade que tínhamos de entrar para a história do futebol mundial. Eu vinha de uma lesão, mas duas semanas antes o Artur Jorge veio ter comigo e disse-me "prepara-te que eu vou precisar de ti"».

António Sousa:

«É mais um dia especial na minha vida. Fazer o que se fez hoje é rever o que se passou há 20 anos atrás e estar com colegas que já não víamos há muito tempo. Foi uma ideia brilhante e extremamente importante para mim e para o clube.»

Artur Jorge:

«Durante a primeira parte os jogadores não conseguiram ser o que eram normalmente, mas na segunda as coisas mudaram completamente. Ao intervalo dei-lhes cabo da cabeça, de uma forma boa. Tornámos-nos, então, uma grande equipa e actuámos ao nosso nível. Fomos melhores do que o Bayern e ninguém ousou colocar em causa a nossa vitória».

Relativamente ao reencontro com 21 dos seus jogadores de então, o técnico qualificou-o como «fantástico». «Já não via a maior parte deles há muitos anos. Mas mantemos boas relações, duas décadas depois. Acho que eles agora já percebem qual a função de um treinador. A festa foi fabulosa. O F.C. Porto tornou-se um clube melhor e só um grande clube consegue fazer uma homenagem destas», defendeu.

Juntos, uma vez mais, embalados pela simbólica «Valsa de Viena», brilhante composição de Johan Strauss estiveram João Pinto, Celso, Lima Pereira, Eduardo Luís, Quim, Jaime Magalhães, André, Paulo Futre, António Sousa, Rabah Madjer, António Frasco, Juary, Festas, Jorge Amaral, Semedo, Bandeirinha, Laureta, Vermelhinho, Fernando Gomes, Paulo Ricardo e o treinador Artur Jorge.

Ausentes apenas Jozsef Mlynarczyck, Augusto Inácio, Elói, Jaime Pacheco, Walter Casagrande e Zé Beto, a mais dura das faltas. O guarda-redes suplente no jogo de Viena, falecido três anos mais tarde, em 1990, num terrível acidente de viação. A sua fotografia também foi projectada nos écrans gigantes do estádio e o público irrompeu num longo tributo.

Depois, como já disse o momento foi de homenagear os campeões nacionais e vencedores das taças.

Em palcos montados para o efeito um a um os atletas foram ouvindo o seu nome e as ovações dos presentes.

No final da cerimónia foi o momento de dar o gosto ao pé.

Devidamente pintados os jogadores do Porto subiram ao relvado para defrontarem o Leixões, também eles campeões nacionais, da Liga de Honra.

Boa presença de adeptos leixonenses, muito correctos e entusiastas com uma faixa que dizia: EIS A LEI DO MAIS FORTE: OS CAMPEÕES ESTÃO NO NORTE

Sobre o jogo não vou tecer comentários, apenas dizer que a vitória por 1-0 foi um resultado normal, numa noite em que o mais importante já tinha acontecido.

Destaque ainda para a tremenda ovação a Vítor Baía, no momento da sua substituição e para a entrada de Pedro Emanuel que recebera a braçadeira de capitão de Baía.

Muito lindo e emocionante!

2 comentários:

Anônimo disse...

Já começam a vender os melhores, assim não vamos longe.
Lá se foi o Anderson, a seguir vai o Quaresma e depois o Pepe.
política de avestruz.

Dragaopentacampeao disse...

Tal como no passado recente, entram sem títulos e saem campeões.

É essa a vocação deste clube, valoriza-los.

Vão uns, outros virão para cumprir o seu destino.

Neste país de pequena dimensão nunca seremos "tubarões", pelo que só nos resta acolher algumas potenciais estrelas e prepará-las para outros campeonatos.

Enquanto esta política nos for garantindo títulos, não nos podemos queixar. De resto, ser montra privilegiada do futebol de elite é já um bom motivo para atrair talentos com vontade de se tornarem estrelas.

Há quem gostaria de ter esta vocação!

Devemos ser realistas.