Numa breve análise à utilização dos reforços de Verão do FC Porto conclui-se que são uma raridade os casos de verdadeiro sucesso. Desta vez não houve os que "pegam de estaca".
Sendo certo que, num grupo de jogadores que contribuiriam decisivamente para a conquista do bicampeonato, a prioridade na constituição da equipa titular logicamente passaria por estes atletas, a verdade é que o acautelar do desgaste que o conjunto de provas em que os Dragões se viram envolvidos sempre provocam, aliada a uma experiência quase desesperante em que ocorreu a 2ª volta do campeonato anterior, aconselharia uma prudente e inteligente gestão dos recursos, privilegiando uma rotatividade que desta feita pouco ou nada aconteceu.
O Marroquino Tarik Sektioui, um regresso ao clube depois de emprestado na época anterior aos holandeses do RKC Waalwijk, constitui a honrosa excepção e ainda assim, dos 23 jogos oficiais (Super Taça, Taça de Portugal, Taça da Liga, Bwin Liga e Champions League) esteve presente em 18, nunca cumprindo os 90'. Soma um total de 992'.
O seu empenhamento na pré-temporada foi decisivo para convencer Jesualdo Ferreira que tem apostado na sua titularidade. O marroquino tem sabido merecer esta aposta com um conjunto de boas exibições abrilhantadas com golos, alguns decisivos, destacando-se o conseguído frente ao Marselha.
Stepanov, com um total de 900' (inclui o jogo para a Taça da Liga onde fez os 90') é o segundo reforço mais utilizado.
Estreou-se no jogo de má memória contra o Fátima onde rubricou uma exibição positiva, que Jesualdo aproveitou para o lançar nas partidas seguintes, concluindo 9 jogos seguídos, incluindo o da Amadora onde esteve francamente mal, estando directamente ligado ao empate consentido nessa partida. Reapareceu contra o Liverpool onde voltou a comprometer e não mais voltou à equipa face à recuperação de Pedro Emanuel. Jogou 10 partidas completas.
O conjunto de exibições pautou-se por uma enorme irregularidade. Alternou trabalho de grande classe com performances desastrosas. Parece-me um jogador com futuro se conseguir corrigir erros de palmatória.
Mariano Gonzalez é o terceiro reforço mais utilizado. Soma 570' repartidos por 15 jogos e um único o tempo todo (Fátima).
Jogador argentino emprestado pelo Palermo, vindo do Inter de Milão, com opção de compra, demora a demonstrar o seu real valor. A sua performance tem variado entre o medíocre e o razoável.
Com a previsível ausência de Tarik para disputar a Taça das Nações Africanas (CAN) ao serviço de Marrocos, vai abrir-se uma janela de oportunidades para Mariano. A ver vamos se estará à altura.
Nuno Espírito Santo, o guarda-redes escolhido para substituir o mítico Vítor Baía, é também um regresso, depois de ter andado pelo Dínamo de Moscovo e Desportivo das Aves. Jogador experiente, de 33 anos, soma 540' repartidos por 3 jogos da Bwin Liga e 1 da Champions, (por lesão de Helton) e ainda pelos 2 jogos das Taças da Liga e de Portugal.
Em todos eles teve um comportamento positivo dando garantias que o lugar de guarda-redes está bem preenchido.
Leandro Lima, a jovem esperança brasileira que chegou ao clube para colmatar a saída de Anderson, foi utilizado em 61', repartidos por 11 jogos, dos quais apenas completou o da Taça da Liga. Muito pouco para se poder aquilatar da sua qualidade. Teve breves apontamentos de classe como o toque para Lucho na Turquia que acabaria por estar na origem da jogada do golo da vitória concluída por Quaresma. No restante tempo concedido tem demonstrado muita imaturidade e pouca utilidade.
Mário Bolatti soma apenas 398' repartidos por 12 jogos. Demonstra ser um dos poucos com futuro, mas tem um Senhor jogador na sua posição que lhe tapa o lugar: Paulo Assunção.
Kazmierkzak foi utilizado em 7 jogos somando apenas 236'. Pouco produtivo nos primeiros jogos tem vindo ultimamente a mostrar-se mais útil.
Lino, o defesa esquerdo contratado à Académica não tem sido aposta de Jesualdo. Conta 180' dos jogos das Taças. O seu desempenho foi regular mas é difícil avaliar um jogador em dois jogos.
Farías (141’), Edgar (98’) e Rui Pedro (46’) encerram a lista dos reforços utilizados.
Vi jogar os primeiros dois e no pouco tempo nada mostraram. Quanto a Rui Pedro nada posso dizer porque não o vi actuar.
O Professor tem beneficiado do facto de ter tido um conjunto de jogadores experientes que lhe garantiram os objectivos principais (Qualificação para os oitavos-de-finais da CL e confortável vantagem da BL), para além de ainda se manter na Taça de Portugal.
Veremos se na segunda metade da época consegue manter os níveis.
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