domingo, 23 de maio de 2010

TRILOGIA DO SISTEMA

O famoso «sistema», no futebol português, foi inventado como se sabe, da necessidade óbvia de por em causa a clara e justa hegemonia conquistada pelo FC Porto.

A capital do império jamais poderia aceitar que um clube da província se tornasse no grande Clube de nível internacional, capaz de discutir e vencer títulos europeus e mundiais.

Dias da Cunha, presidente do Sporting à altura, talvez o intérprete mais fiel da ideologia de Calimero, foi o grande impulsionador de todo um ambiente de suspeição, pronta e avidamente acolhido pela Comunicação Social em geral e a desportiva em particular. Preparou o rastilho, atiçou o fogo, alimentou a fogueira e logo que encontrou um energúmeno à altura, cedeu-lhe a empreitada retirando-se estrategicamente ao aconchego da sua poltrona para gozar, de camarote, a extensão dos estragos produzidos.

Confesso que me apercebi bem cedo dos fins e alcance da campanha que acabaria por gerar a «trama» dos Apitos dourados e final. A forma como os pasquins amestrados fomentaram as condenações na praça pública das pessoas e clubes visados, não deixaram margem para dúvidas.

Se pomposamente se apelidou de sistema, todas as artimanhas e manigâncias que os tribunais civis se encarregaram de arrasar, ilibando Pinto da Costa e o FC Porto das monstruosidades de que eram acusados e perante os acontecimentos mais recentes, pela forma como foi encontrado o campeão nacional desta época, só posso concluir que estamos agora confrontados com uma nova realidade: a Trilogia do Sistema.

Apostar nos homens certos nos lugares certos, fazer as coisas por outro lado e ter o apoio CS como veículo de propaganda, encerram a filosofia determinante desta nova corrente do futebol nacional, com os resultados conhecidos.

Se a sementeira levou algum tempo a germinar, a colheita foi proveitosa!

*** Hermínio Loureiro, Ricardo Costa e Vítor Pereira, funcionando como os três mosqueteiros leais e fiéis defensores do seu rei, o clube do regime (criaram troféu onde todos os anos se vai ajustando o regulamento de forma a inclinar suficientemente o campo garantindo o tal vencedor; Aplicaram as justiça e injustiça ao sabor das conveniências e nomearam os intérpretes do apito mais conotados com a defesa dos interesses instalados);

*** Os Stwards e as claques funcionaram como o braço armado, promovendo emboscadas nos túneis, agressões com tacos de baseball, assassínios com very lights, incêndios de autocarros, apedrejamentos de viaturas e adversários;

*** Os jornais, estações de rádio e tvs encarregaram-se da intoxicação da opinião pública e propaganda.


A contratação de um treinador mais conhecedor e ambicioso, foi o toque a rebate na nação lampiónica. Desde logo não faltaram as exaltações da CS numa gigantesca acção promocional, com referências e incitações à conquista de todas as provas.

Com o início das competições, cedo ficou evidente o perfeito desenvolvimento da trilogia do sistema.

** Jogadores adversários expulsos facilitando a vidinha, foi um ver se te avias. Neste particular foi batido o recorde nacional de tempo jogado em superioridade numérica, fixado em 421 minutos!;

** Olhos fechados a agressões de atletas do clube do regime;

** Golos irregulares validados;

** Golos mal anulados aos adversários;

** Penaltis mal assinalados, outros perdoados, enfim uma parafernália de espertezas saloias a constituírem o colinho salvador na discussão do título que apesar da propagandeada superioridade acabou por ser confirmada, no terreno de jogo, só na última jornada, depois do banho sofrido no Dragão, uma jornada antes.

Conclusão: A tal equipa, venceu objectivamente graças à acção concertada da trilogia do sistema, como já tinha vencido no ano do Leal das Cunhas. Estes são factos insofismáveis, que poucos têm a coragem de denunciar.

Um comentário:

dragao vila pouca disse...

Completmente de acordo, apenas acrescento uns tiros nos pés dados por nós próprios, mas nada comparado com a Triologia do Sistema. Hermínio, R.Costa, vulgo pavão vermelho e Victor Pereira, vulgo o inclinador. Ah, Hermínio o taberneiro.

Um abraço