quarta-feira, 9 de julho de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Após a conquista do Pentacampeonato, o FC Porto submeteu-se a um jejum de três épocas, aproveitado pelo Sporting (2 títulos) e Boavista.

Primeiro Fernando Santos e o lavrador de Palmela depois, não foram capazes de dar continuidade à senda de vitórias.

Octávio Machado foi mesmo dispensado no decorrer da época, face aos resultados negativos averbados, pelas exibições descoloridas dos Dragões e ainda por polémicas de balneário, tendo como pano de fundo o afastamento do capitão Jorge Costa que se viu obrigado a emigrar para Inglaterra, representando o Charlton. O palmelense só resistiu até à 19ª jornada, ocupava o 4º lugar com menos 7 pontos que o líder da prova, o Sporting.

2002/2003 A ERA JOSÉ MOURINHO

Estava na hora de proceder à mudança de rumo e tentar inverter a situação.

O ciclo Mourinho começou pois em 26 de Janeiro de 2002 no jogo de estreia do treinador, contra o Marítimo nas Antas, na 20ª jornada do campeonato nacional de 2001/2002.

Apesar das melhorias verificadas, a época terminou com uma relativa recuperação, que apenas deu para chegar ao 3º lugar a 7 pontos do campeão Sporting, qualificando-se para a Taça Uefa.

Na foto da esquerda para a direita, em baixo: (Enfermeiro), Cândido Costa, Capucho, Alenichev, Maniche, Secretário, Deco, Costinha, Ricardo Carvalho, Postiga, Clayton e (Massagista); Ao meio: José Luis (Massagista), Bradão (Roupeiro), Rui Faria (Preparador Físico, Silvino e André (Adjuntos), Paulinho Santos, José Mourinho (Treinador), Pinto da Costa (Presidente), Reinaldo Teles (Director), Jorge Costa, Baltemar Brito e Aloísio(Adjuntos), Dr. Puga e Dr. José Carlos Esteves (Médicos); Em cima: César Peixoto, Tiago, Mário Silva, Pedro Emanuel, Paulo Ferreira, Paulo Santos, Vítor Baía, Nuno, Hilário, Jankauskas, Nuno Valente, Ricardo Costa, Derlei e Bruno.


Depois de conhecidos os cantos à casa, Mourinho e a sua equipa técnica tinham já diagnosticado as necessidades e escolhido os intérpretes ideais para tornar a equipa mais competitiva, determinada, coesa e ambiciosa.

Derlei (ex-Leiria), Bruno (ex-Marítimo), César Peixoto (ex-Belenenses), Jankauskas (ex-Benfica), Maniche (ex-Alverca), Nuno Valente (ex-Leiria), Paulo Ferreira (ex-Setubal) e Pedro Emanuel (ex-Boavista), foram os eleitos.

A época começou nas Antas, com um pequeno percalço frente ao Belenenses que defendeu o jogo todo e nas duas únicas saídas em contra-ataque fez dois golos e empatou o jogo.

Contudo, rapidamente os pupilos de Mourinho demonstraram as suas intenções e com toda a sua classe começaram a desbravar caminho rumo ao objectivo: o título de campeão nacional como o treinador no início tinha prometido, quando afirmou categoricamente : «Vamos ser campeões».

Em 34 jogos o FC Porto somou um número record de pontos (86), mais 11 que o segundo classificado, o Benfica, traduzidos em 27 vitórias, 5 empates e 2 derrotas, sendo que a última já o campeonato estava decidido (Paços de Ferreira por 1-0, na 31ª jornada). Marcou 73 golos e sofreu 26. No Estádio das Antas apenas consentiu o empate já acima referido. O Porto fez um campeonato em crescendo chegando à 30ª jornada com o campeonato resolvido, face aos 14 pontos de vantagem que na altura angariou e que lhe permitiu gerir o plantel para uma vitória ainda mais prestigiante, a Taça UEFA.

O último jogo do campeonato foi jogado nas Antas, contra o Sporting. O ambiente era de grande exaltação clubista, não só pela vitória no campeonato como também pela recente vitória europeia em Sevilha. Talvez também por isso, ninguém esperava outro resultado que não a vitória e os Dragões que pisaram o relvado, em tarde chuvosa, tudo fizeram para a conseguir. Venceram por 2-0 com golos de Hélder Postiga e Contreras na própria baliza. Paulinho Santos, que não jogou por lesão, deu o pontapé de saída simbólico, marcando o fim da sua carreira, numa cerimónia preparada com detalhe e sob uma estrondosa ovação. A festa estendeu-se até à baixa da cidade na certeza que não seria a última, pois faltava ainda disputar a final da Taça de Portugal, aprazada para 15 dias mais tarde. O adversário foi o U. de Leiria e o estádio do Jamor o palco de mais uma vitória portista, por 1-0, golo de Derlei. Treinados por Cajuda os leirienses apresentaram um esquema ultra-defensivo, raramente arriscando o ataque, tornando a missão azul e branca bastante difícil.

Os Dragões viram-se assim impedidos de explanar o futebol espectáculo que estava ao seu alcance mas funcionou como um rolo compressor fazendo crer que o golo seria uma questão de engenho, arte e paciência. E assim foi. Derlei, um jogador que se destacara em toda a época pela raça, oportunismo e eficácia, foi mais uma vez determinante ao apontar, aos 63', o golo da vitória, derrubando o castelo leiriense. Mais uma explosão de alegria a culminar uma época de ouro! O povo não se fez rogado e voltou a inundar as ruas da cidade numa festa continuada bem pintada de azul e branco.

5 comentários:

Anônimo disse...

Gomen kudasai.

Anônimo disse...

that's way too cool.

dragao vila pouca disse...

Mesmo com o Mourinho a vir meio da época, só não discutimos o título até ao fim porque no F.C.Porto-B.Mar o Xistra nos derrotou.Depois, bem depois foi a glória suprema e ganhamos tudo que havia para ganhar.
Um abraço

la saluda del Barcelona disse...

acho que ir para bem longe é o que faz melhor à equipa do Porto. Pelo menos estão suficientemente longe deste ambiente sufocante.

Hurakatai , a saga continua disse...

Mesmo com o Mourinho no Inter acho que ele devia vir para o porto.