quarta-feira, 16 de julho de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Uma das mais belas páginas da história do Dragão foi, sem dúvida alguma, escrita em Sevilha, nessa tarde tórrida de 21 de Maio de 2003.

SEVILHA/2003 - EPOPEIA DRAGONIANA

O FC Porto apresentou-se no Olímpico de Sevilha, devidamente apoiado por uma multidão de adeptos azuis e brancos, que apesar de tudo representavam 1/3 da lotação do estádio, para defrontar o Celtic de Glasgow. A confiança na equipa era total e por isso os que assistiram ao vivo não se cansaram de vibrar com o jogo espectacular que os jogadores de ambas as equipas proporcionaram.

O Porto vira-se desfalcado dos seus pontas-de-lança, Hélder Postiga a cumprir castigo e Jankauskas lesionado no treino da véspera. Também Costinha, logo aos 9' teve de ser substituído por não se encontrar nas melhores condições. Contrariedades a mais para um jogo de tamanha responsabilidade.

Na foto da esquerda para a direira, em baixo: Alenitchev, Maniche, Deco, Derlei e Paulo Ferreira; Em cima: Vítor Baía, Jorge Costa, Capucho, Nuno Valente, Ricardo Carvalho e Costinha.

O FC Porto apresentou a seguinte formação: Vítor Baía; Paulo Ferreira, Jorge Costa (Pedro Emanuel 71'), Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Costinha (Ricardo Costa 9'), Maniche e Deco; Capucho (Marco Ferreira 97'), Derlei e Alenitchev.

Marcha do resultado: 1-0 Derlei (45'), 2-1 Alenitchev (54') e 3-2 Derlei (115').
Acção disciplinar: Cartões amarelos para Nuno Valente (63' e 120'), Maniche (120') e Marco Ferreira (120'); Cartão vermelho para Nuno Valente (120').


Os Dragões sob a batuta do mágico Deco foi no entanto a equipa que mais controlou o jogo criando melhores oportunidades. Derlei aos 46' inaugurou o marcador. Deco recolheu uma bola aliviada pela defesa escocesa e picou para Alenitchev que rematou forte. Douglas defendeu com dificuldade, a bola ressaltou para Derlei aparecer oportuno a fazer o golo. Logo a seguir o árbitro apitou para o intervalo.

O segundo tempo foi uma autêntica cavalgada de parte a parte. Larsson logo aos 47' fez a igualdade. O Celtic transfigurou-se e começou a criar imenso perigo. O Porto recompôs-se e Alenitchev, bem servido por Deco voltou a por o FC Porto na frente do marcador ao apontar o 2º golo aos 54'. Sol de pouca dura pois três minutos depois Larsson voltou a igualar a partida.

Nas bancadas vibrava-se a cada golo e a cada oportunidade falhada.Um espectáculo dentro do terreno mas também nas bancadas.

O tempo regulamentar chegou ao fim com o empate a dois golos. Seguiu-se o prolongamento de 30'. Os escoceses passaram a jogar reduzidos a dez unidades por expulsão de Balde aos 6' do tempo extra (acumulação de amarelos).

O Porto aproveitou bem esse contra-tempo adversário para tomar conta do jogo. Ao minuto 25 do prolongamento Derlei provocou o delírio nas bancadas do Olímpico de Sevilha e certamente em todos os locais onde havia portistas e quiçá outros portugueses a seguírem o encontro pela TV.

Douglas tentou segurar uma bola com Marco Ferreira por perto, Derlei sempre oportuno recolheu o esférico, contornou o defesa e atirou com êxito para a baliza onde estavam o guarda-redes e mais dois defesas do Celtic sobre a linha, completamente impotentes para deter o remate vitorioso do brasileiro.

Aos 33' Nuno Valente ainda viu o cartão vermelho, depois do 2º amarelo, mas já era tarde demais para o resultado sofrer alteração.

O árbitro Lubos Michel deu por encerrado o encontro aos 34' e a festa que se seguiu foi indescritível.

Ficou na retina um verdadeiro hino ao futebol. pela qualidade do jogo, pelo evoluir do resultado, pelo número de golos e pela festa sempre ordeira do público presente. Foi sem sombra de dúvidas a mais espectacular final a que assisti.

A equipa foi recebida no aeroporto onde se juntaram milhares de adeptos e simpatizantes, num clima apoteótico e de grande fervor clubista. Gritou-se bem alto PORTO! PORTO! PORTO! ÉS A NOSSA GLÓRIA, DÁ-NOS NESTE DIA MAIS UMA ALEGRIA, MAIS UMA VITÓRIA.

Entretanto vale a pena recordar o caminho que o FC Porto teve de percorrer para chegar ao triunfo final:


5 comentários:

dragao vila pouca disse...

Uma epopeia; calor sufocante, sofrimento, alegria inesquecível.
Sevilha 2003 fica marcada a letras de ouro no meu album das melhores recordações do F.C.Porto.
Um abraço

meirelesportuense disse...

Concordo com muito do que já foi dito aqui sobre os reforços. Só me parece que o Benitez é um defesa à antiga, fixo sem grande vontade de avançar no terreno, lembrou-me alguns defesas da década de setenta...Mas Jesualdo estará a pensar em ter uma ala esquerda mais recuada e dar preferência ao avanço mais constante do defesa direito?...
Cristhian Rodriguez mostrou a sua valia, jogador muito forte e valente na assumpção do jogo ofensivo.
Sapunaru, tem qualidades a desenvolver, é forte, boa técnica, mas parece-me que Fucille tem o lugar mais garantido à direita...É mais versátil...
Tomás Costa foi encostado à direita e não mostrou tudo o que parece poder realizar, mas lutou muito e bem, mesmo quando perdia as bolas por deficiente recepção...Fernando mostrou muita garra e vontade de ganhar o lugar.
Guarin, faz-me lembrar o Emerson dos tempos do Bobby Robson...
Rolando está de pedra e cal entre os três/quatro centrais.
Alan é um caso de insistência que pode render juros, se ele se libertar do receio que tem em avançar pela faixa e cruzar...
Talvez falte um bom avançado centro ou então o Quaresma fique, se fôr para ficar que evolua, fique mais companheiro, teremos assim este ano, mais uma senhora equipa...

Sérgio de Oliveira disse...

Final inesquecível.
Teve de tudo.
Grande F.C.PORTO !



Abraço

Bruno Pinto disse...

Estive lá e foi o jogo da minha vida. Absolutamente memorável, o jogo emocionante, a atmosfera vibrante, o calor abrasador e aquela magnífica vitória já no prolongamento. Impossível descrever a emoção...

Tiago Araújo disse...

Bochum 1-1 FC Porto

Grande FC PORTO!

Abraços