quarta-feira, 9 de abril de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Os anos de 1987 e 1988, foram dos mais ricos, no que ao futebol portista diz respeito.
Às glórias europeia e mundial, outros títulos haveriam de se somar e rumar às Antas.

A SUPERTAÇA DA UEFA TAMBÉM FOI NOSSA

Disputada em duas mãos, a Supertaça europeia pôs frente a frente o Campeão europeu FC Porto e o vencedor da Taça das Taças, a segunda prova da Uefa em termos de importância, o Ajax de Amesterdão.

A primeira mão disputou-se a 24 de Novembro de 1987, na Holanda, no Stadion De Meer.

Já com Tomislav Ivic no lugar de Artur Jorge, o Porto praticava um futebol de maior contenção defensiva mas possuía um contra-ataque rápido e mortífero, interpretado com eficácia pelo «rato atómico» Rui Barros, que retornou ao FC Porto para fazer uma grande época.

No jogo de Amesterdão os Dragões sobressaíram pelo pressing impressionante e asfixiante em todo o terreno que permitiu controlarem o jogo e manietarem os seus opositores. A lição estava bem estudada e o Ajax não teve hipóteses de colocar o pé em ramo verde, face à enorme segurança defensiva patenteada por Lima Pereira e seus pares.

Com Fernando Gomes numa missão de municiar o rápido Rui Barros, o FC Porto cedo mostrou ao que ia. Logo aos dois minutos, este último na cara do guarda-redes holandês falhou por muito pouco.

Mas pouco tempo depois, numa jogada que foi repetida por várias vezes, Gomes lançou Rui Barros em profundidade, isolando-o para bater Menzo sem apelo nem agravo.

O Porto impôs a sua categoria e criou uma mão cheia de oportunidades que poderiam ter ditado um resultado desnivelado que só não aconteceu face ao maior acerto do guarda-redes holandês e de alguma precipitação na hora do remate, especialmente por parte do pequeno "grande" jogador que apareceu três vezes isolado frente ao guardião contrário e só concretizou uma delas.
O resultado foi mesmo a vitória por 0-1.

A segunda-mão disputou-se nas Antas a 13 de Janeiro de 1988, um mês depois da vitória na Taça Intercontinental em Tóquio.

O Porto fez então um jogo pouco vistoso, algo cinzento, sem grandes oportunidades de golo, retraído face à maior dinâmica da turma treinada por Johan Cruyff, disposta a dar a volta ao resultado.

Lembro-me de ter desabafado na bancada : «O que é isto? Nós somos os Campeões do Mundo! Estamos a jogar em casa.»

O jogo pareceu sempre mais ao alcance dos holandeses, que forçavam muito no ataque e espalhava algum receio na massa adepta do Porto.

Sousa, na marcação de um livre directo terminou com as apreensões e devolveu a alegria ao povo portista que se tinha deslocado às Antas para assistir a mais uma importante vitória internacional, dando sequência aos últimos sucessos.

Na foto da esq.p/dta., em baixo: André, Fernando Gomes, Sousa, Rui Barros e Bandeirinha
Em cima: Mlynarczyk, Geraldão, Inácio, Jaime Magalhães, Lima Pereira e João Pinto

No final, a festa do costume!

Um comentário:

dragao vila pouca disse...

Era o futebol do Ivic que tanto irritava,mas, que obtinha resultados.No 1º jogo podiamos ter goleado(esse jogo valeu um contrato com a Juventus ao Rui Barros)e acabamos por ganhar 1-0.No 2º jogo demos o dominio ao adversário e exploramos o contra-ataque, que não saiu tão bem.Quando todo o estádio ainda assobiava a substituição do Gomes pelo J.Plácido, o Sousa marcou o golo que deu a vitória por 1-0.
Um abraço