Prosseguindo o périplo pelos momentos inesquecíveis que o FC Porto nos proporcionou e que vivi efusivamente, razão pela qual as evocações neste espaço, versam de 1977/1978 para cá, procurando respeitar uma ordem cronológica, hoje partilho as minhas emoções relativamente ao maior feito jamais alcançado por qualquer equipa portuguesa: A conquista da primeira Taça Intercontinental!
DEPOIS DA EUROPA A CONQUISTA DO MUNDO
O triunfo de Viena abriu as portas do futebol mundial. Em 13 de Dezembro de 1987, o FC Porto escreveu mais uma página brilhante no seu longo e rico historial, no jogo que colocou frente a frente o Campeão Europeu e o Campeão Sul-Americano. Tóquio foi o grande palco.
Um manto branco cobria o relvado e continuava a nevar intensamente. Havia dúvidas sobre a realização do jogo nestas condições. Adivinhavam-se dificuldades acrescidas já que, durante o aquecimento era visível que a bola não rolava normalmente, ficava presa, mudava de trajectória, atolava-se, de repente imobilizava e enganava. Jogar nestas circunstâncias seria obrigar os atletas a um aturado sacrifício.
Os interesses comerciais acabaram por determinar a realização do encontro mesmo sem as condições climatéricas ideais e assim tivemos de assistir a um desafio de muita luta, muito empenho, muita entrega, muita força física e anímica e de alguma sorte.
O adversário era o Peñarol, campeão uruguaio e vencedor da Taça dos Libertadores da América.
Naturalmente que a qualidade técnica foi relegada para segundo plano em função do estado do terreno, que à medida que era pisado se transformava num imenso lamaçal.
O Porto abordou o jogo com justificadas cautelas e procurou controlar, dentro do possível, com a
sua retaguarda bem povoada para partir pela certa para as acções mais ofensivas.
O adversário era o Peñarol, campeão uruguaio e vencedor da Taça dos Libertadores da América.
Naturalmente que a qualidade técnica foi relegada para segundo plano em função do estado do terreno, que à medida que era pisado se transformava num imenso lamaçal.
O Porto abordou o jogo com justificadas cautelas e procurou controlar, dentro do possível, com a
sua retaguarda bem povoada para partir pela certa para as acções mais ofensivas.
Aos 41' Madjer desferiu um centro-remate, a bola iludiu o guarda-redes uruguaio e Fernando Gomes aproveitou uma disputa de bola junto à linha de golo para pôr o Porto em vantagem no marcador, resultado com que acabaria a primeira parte.
No reatamento,os sul-americanos entraram com a firme disposição de imporem uma reviravolta nos acontecimentos. Apelando à sua tradicional garra, encetaram algumas ofensivas ameaçadoras. Os Dragões foram respondendo com cabeça fria e personalidade ao assédio contrário. Mlynarczyk e seus companheiros iam neutralizando as situações de perigo, mas a faltarem dez minutos para o termo da partida, foi impotente para deter o remate certeiro de Viera, que restabeleceu a igualdade. Madjer ainda esteve perto de dar o triunfo dentro do tempo regulamentar, num remate muito perigoso que fez a bola passar a escassos centímetros da baliza.
Foi então necessário prolongar aquele sacrifício recorrendo a 30' suplementares para se encontrar o Campeão do Mundo.
O Porto parece ter aproveitado melhor o pequeno interregno que se seguiu ao termo do desafio e entrou melhor no prolongamento, demonstrando mais força e maior sentido de entreajuda. Os atletas interiorizaram que aqueles 30' bem poderiam ser os da consagração mundial, da fama e de mais um título.
E que melhor desfecho poderia ter senão com um toque de classe do mágico argelino, que já tinha encantado em Viena, no célebre golo de calcanhar, agora com um vistoso e categorizado chapéu que fez a bola sobrevoar o guardião Pereira para deslizar lentamente na neve, criando um momento de grande incerteza quanto à força suficiente para vencer o estado lastimável do terreno.
Felizmente a bola só parou quando se colou às redes, concretizando a vitória do FC Porto no jogo, garantindo o triunfo do Troféu.
No reatamento,os sul-americanos entraram com a firme disposição de imporem uma reviravolta nos acontecimentos. Apelando à sua tradicional garra, encetaram algumas ofensivas ameaçadoras. Os Dragões foram respondendo com cabeça fria e personalidade ao assédio contrário. Mlynarczyk e seus companheiros iam neutralizando as situações de perigo, mas a faltarem dez minutos para o termo da partida, foi impotente para deter o remate certeiro de Viera, que restabeleceu a igualdade. Madjer ainda esteve perto de dar o triunfo dentro do tempo regulamentar, num remate muito perigoso que fez a bola passar a escassos centímetros da baliza.
Foi então necessário prolongar aquele sacrifício recorrendo a 30' suplementares para se encontrar o Campeão do Mundo.
O Porto parece ter aproveitado melhor o pequeno interregno que se seguiu ao termo do desafio e entrou melhor no prolongamento, demonstrando mais força e maior sentido de entreajuda. Os atletas interiorizaram que aqueles 30' bem poderiam ser os da consagração mundial, da fama e de mais um título.
E que melhor desfecho poderia ter senão com um toque de classe do mágico argelino, que já tinha encantado em Viena, no célebre golo de calcanhar, agora com um vistoso e categorizado chapéu que fez a bola sobrevoar o guardião Pereira para deslizar lentamente na neve, criando um momento de grande incerteza quanto à força suficiente para vencer o estado lastimável do terreno.
Felizmente a bola só parou quando se colou às redes, concretizando a vitória do FC Porto no jogo, garantindo o triunfo do Troféu.
Quando o austríaco Franz Wohrer deu por terminado o prolongamento, uma onda de entusiasmo estalou na madrugada do Porto, onde centenas de portistas desafiaram as trevas da noite para dar nova vida à cidade.
A equipa foi orientada por Tomislav Ivic e na imagem em cima da esquerda para a direita: Lima Pereira, Inácio, João Pinto, Jaime Magalhães, Geraldão e Mlynarczyk; em baixo: Madjer, Rui Barros, Sousa, Fernando Gomes e André.
2 comentários:
Uma recordação inolvidável e inesquecível.
Já viste que na neve, seja em Moscovo ou em Tóquio, ninguém nos ganha?
Um abraço
Gratas recordações. Uma equipa moldada e forjada no sofrimento. Neve, frio glacial e um adversário incómodo foram os obstáculos na nossa conquista planetária...
E por cá, sofrendo às 6 da manhã, em frente à TV, vendo os nossos heróis, lá longe, lutando bravamente naquele manto alvo, num jogo diferente, mas saboreado com enorme prazer...
Madjer, o génio do Magrebe, novamene decisivo, mantendo o estado de graçaportista, após a conquista da Champions. E, ainda de madrugada, os meus gritos misturaram-se com os do meu pai, rejubilando com um chapéu k nos colocou no topo do Mundo: GOOOLOOOOOOOOOOOO!
´
É sempre um prazer recordar ocasiões destas. Espantoso como, passadas duas décadas, eles continuam vivos na mente...
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