quarta-feira, 25 de junho de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Concretizado e festejado o Tetra, Pinto da Costa já só pensava na época seguinte. O contrato de António Oliveira estava no fim, urgia renovar como parecia ser do interesse de ambas as partes, conforme conversas prévias antes de fechar a época.

1998/1998 O HISTÓRICO PENTACAMPEONATO

Súbita e estranhamente Oliveira deu uma reviravolta nas suas intenções e deu o dito por não dito, decidindo não renovar. O Presidente, apelando a toda a sua astúcia e clarividência fez uma rápida opção numa aposta arrojada. Fernando Santos foi o eleito para uma verdadeira prova de fogo, tendo em conta que o treinador apenas se tinha notabilizado em equipas de média dimensão, nomeadamente no Estoril e Estrela da Amadora.

As alterações na estrutura foram inevitáveis. Na equipa técnica apenas André e Mlynarczyk resistiram. Para além do treinador principal juntaram-se ainda os novos adjuntos Rodolfo Reis e Jorge Rosário. A preparação física ficou a cargo de Roger Spry.

O plantel sofreu também alguns ajustes, face às saídas de Sérgio Conceição para a Lázio de Roma e mais tarde de Doriva, no mercado de Inverno, para a Sampdória, também de Itália.

Do lado das aquisições continuavam as apostas nos guarda-redes. O internacional jugoslavo Kralj foi desta vez o indigitado para fazer esquecer Baía. Miki Feher, Panduru, Nelson, Ricardo Sousa, Ricardo Carvalho, Chainho e no mercado de Inverno Esquerdinha foram as cara novas.

O objectivo continuava a ser o mesmo de sempre: Vencer.


Na foto da esquerda para a direita, em baixo:Agostinho Guedes (roupeiro), Peixe, Fernando Mendes, Doriva, Ricardo Sousa, Nelson, Panduru, Folha, Paulinho Santos, Rui Barros, Carlos Manuel, Drulovic, Artur, Secretário e Ricardo Pereira (Roupeiro); ao meio: Luís César (Secretário Técnico), Fernando Brandão (Roupeiro), Chippo, Mlynarczik (Adjunto), André, Jorge Rosário (Adjuntos), Fernando Santos (Treinador), Pinto da Costa (Presidente), Reinaldo Teles (Director), Rodolfo Reis (Adjunto), Roger Spry (Preparador Físico), José Carlos Esteves (Médico), Rudolfo Moura (Enfermeiro), José Luis, Alfredo Marques (Massagistas) e Jorge Gomes (Relações com a Imprensa); Em cima: Lipcsei, João Manuel Pinto, Ricardo Carvalho, Mielcarski, Jorge Costa, Costinha, Kralj, Rui Correia, Capucho, Jardel, Miki Feher, Aloísio e Chainho.

A época começou em grande, com a vitória na supertaça frente ao Braga.

O campeonato iniciou-se nas Antas com uma vitória frente ao Rio-Ave por 4-0. A primeira fase da prova viria a revelar-se muito equilibrada e disputada. Só à 14ª jornada, o FC Porto logrou isolar-se no comando da classificação para não mais o largar.

Em 14 de Janeiro de 1999, Vítor Baía regressa a casa, por empréstimo do Barcelona, uma vez que o seu treinador Van Gaal, não lhe reconheceu os seus méritos. Assumiu a titularidade desde a 19ª jornada com uma estreia que se saldou numa goleada frente ao Beira-Mar, por 7-0.

O Boavista ainda deu alguma luta conseguindo 4 jornadas a um ponto de distância, no entanto o FC Porto embalou decisivamente para o título a partir da 26ª jornada.

De referir ainda a entrada no plantel de Deco, em Março, tendo-se estreado frente ao Braga com uma vitória por 1-0.

O Penta foi garantido na penúltima jornada na deslocação a Alvalade. O Boavista cedera um empate em Faro e foi já em clima de festa que os Dragões pisaram o relvado de Alvalade onde empataram 1-1.

Na foto a equipa que jogou o último jogo nas Antas. Da esquerda para a direita, em baixo: Zahovic, Esquerdinha, Nelson, Rui Barros e Drulovic; Em cima: Jorge Costa, Peixe, Capucho, Vítor Baía, Aloísio e Jardel.


A consagração fez-se nas Antas, frente ao Estrela da Amadora, em 30 de Maio de 1999.

Milhares de portistas acorreram ao estádio para celebrar o feito histórico e único no futebol português, o Pentacampeonato.

Os jogadores entraram pintados a preceito, evoluíram no relvado, marcaram dois golos e venceram o encontro. A festa que tinha arrancado nas bancadas, estendeu-se ao relvado e expandiu-se pelas ruas da cidade até à baixa.

O FC Porto concluiu o campeonato com o total de 79 pontos, em 24 vitórias, sete empates e três derrotas.
Marcou 85 golos e sofreu 26. Foi um campeão com a melhor defesa e o melhor ataque e ainda com o melhor goleador nacional e europeu com 36 golos: Mário Jardel.

MÁRIO JARDEL Artilheiro eficaz, gigante fura balizas ou máquina de fazer golos. Quaisquer destes apelidos podem ser utilizados para qualificar o menino do Ceará que nasceu para marcar muitos golos.

No FC Porto, Mário Jardel conseguiu os maiores êxitos desportivos da sua carreira. Foi vencedor da Supertaça Cândido de Oliveira na temporada 1996/1997. Tricampeão português em 1996/97, 1997/98, 1998/99 e vencedor da Taça de Portugal em 1997/98 e 1999/00. Foi quatro vezes melhor marcador do Campeonato Nacional fazendo trinta golos em 31 partidas na temporada 1996/97, 26 em 30 partidas em 1997/98, 36 em 32 partidas em 1998/99 e 38 em 32 partidas na temporada 1999/00. Nas competições europeias marcou 15 golos em 24 jogos realizados nos quatro anos. Foi Bota de prata em 1997 (2º melhor da Europa), bota de ouro em 1999 e bota de bronze em 2000.

No Verão de 2000 mudou-se para o Galatasaray da Turquia. Um dia regressou a Portugal e o seu destino parecia ser o FC Porto. A sua chegada foi mesmo filmado no aeroporto pelas TV's com o cachecol azul e branco no que parecia uma transferência consumada. Octávio Machado, na altura o treinado do Clube, fez abortar a contratação e o atleta assinou pelo Sporting de 2001 a 2003, onde foi campeão, vencedor da Taça de Portugal e Supertaça em 2001. Marcou 42 golos em 30 jornadas na temporada 2001/2002 sendo novamente bota de Ouro. Jardel tornou-se num avançado de referência da história do FC Porto ao lado de Pinga e Fernando Gomes.

Nenhum comentário: