quinta-feira, 26 de novembro de 2009

PARADA DE ESTRELAS

PAVÃO nasceu em Chaves no ano de 1947. O seu nome completo era Fernando Pascoal das Neves, mas desde cedo lhe puseram a alcunha de «Pavão» porque fintava os adversários com os braços abertos.

Deu os primeiros pontapés, no Desportivo local. O mestre Artur Baeta reconheceu-lhe talento e trouxe-o para as Antas. Corria então o ano de 1964. Ingressou nos juniores ainda com idade de juvenil e foi logo campeão da categoria cuja equipa integrava entre outros, Artur Jorge, Vieira Nunes e Sucena.

A chamada à equipa principal não tardaria. Flávio Costa iria lança-lo, com apenas 18 anos, num jogo contra o Benfica, nas Antas, com a tarefa de vigiar Mário Coluna, o «motor» dos lisboetas, missão extraordinariamente executada pois não permitiu ao benfiquista explanar o seu futebol, para além de rubricar uma grande exibição que esteve na base de uma saborosa vitória por 2-0. Chegou mesmo a capitão, assumindo-se como a estrela da companhia.

Pavão tornou-se um ídolo para a maior parte dos portistas! Era um jogador genial, com uma visão de jogo impressionante, um predestinado dos mais dotados jogadores portugueses que vi jogar. O facto de ter sido jogador do FC Porto tê-lo-há impedido de alcançar uma maior projecção ao nível da Selecção Nacional.

A auspiciosa carreira viria a ser brutalmente interrompida, no dia 16 de Dezembro de 1973, num jogo, no Estádio das Antas, frente ao Vitória de Setúbal, equipa então treinada por Pedroto que liderava o campeonato, a contar para a 13ª jornada. Aos 13 minutos de jogo, quando os Dragões já ganhavam e as bancadas estavam em festa, depois de ter ganho um lance a meio-campo e endossado a bola com rigor milimétrico a António Oliveira, Pavão deu mais um passo em frente e caiu de bruços. O médico do Clube, Dr. José Santana, assistiu o atleta no lugar da queda e ordenou que fosse transportado para o Hospital de S. João, apercebendo-se imediatamente da gravidade da situação.

O jogo prosseguiu sob uma atmosfera quase dramática. Ao intervalo, aos altifalantes do estádio, apelava-se à calma indicando uma indisposição como razão da ida de Pavão ao Hospital. No final do encontro, foi anunciada a sua morte na sequeência da difusão da notícia pela rádio. Foram momentos de estupefaccção, dor e lágrimas que não consegui evitar e jamais esquecerei.

4 comentários:

Ricardo de Sousa disse...

Não sabia que era uma alcunha e não sabia que lhe chamavam Pavão por esse motivo.
Mais uma vez, obrigado por estes relatos.

Abraço

Sérgio de Oliveira disse...

Um dos meus ídolos !

Estava muito longe
(a milhares de kms de Portugal)
a ouvir o relato do jogo contra
o Setúbal. Pressenti logo o pior .
Infelizmente , mais tarde ,
confirmou -se a tragédia .

Obrigado PAVÃO pelas alegrias
que nos deste !

A ti ,meu Amigo dragaopentacampeao,
obrigado por te lembrares do PAVÃO!

dragao vila pouca disse...

O primeiro jogo que vi ao vivo do F.C.Porto, foi pela mão do meu avô e foi um Porto/Freamunde em juniores... Na equipa portista o Pavão era a estrela. Fiquei entusismado e a partir daí o Pavão passou a ser uma referência.

Como dizes era um grande jogador e só não foi mais longe porque era do F.C.Porto e porque morreu novo, num jogo que também vi. O funeral foi uma grande manifestação de pesar e de portismo, com milhares de pessoas a acompanharem o cortejo fúnebre.

Que falta nos faz, agora, um Pavão!...Pertence, por direito próprio, ao meu onze de eleição do F.C.Porto.

Um abraço

Anônimo disse...

sexta-feira, 27 de Novembro de 2009

red bull air race centralizada

A notícia da transferência da relização da prova da Red Bull Air Race do Porto para Lisboa nos próximos três anos é vista por Rui Moreira como “uma decisão de um Governo colonial”.


O presidente da Associação Comercial do Porto sustenta que o Executivo centraliza o investimento em Lisboa.

“Porto não perdeu, o Porto foi roubado, como de costume. Como já se sabia, porque já no Verão isso foi falado, o Governo resolve subsidiar o Red Bull Air Race desde que seja realizado em Lisboa, no Tejo”, disse à Renascença.

“O governo de hoje em dia é um governo perfeitamente colonial, que vive concentrado em Lisboa, que concentra todo o investimento em Lisboa e acha que nós somos seus colonos e seus súbditos e portanto não está interessado em investir aqui, principalmente no turismo. Tem-se visto o comportamento do governo relativamente ao fomento do turismo nesta região”, acrescenta.