1985/1986 O BICAMPEONATO
Depois de um início prometedor frente ao Benfica, ao qual se impôs com uma vitória por 2-0 no jogo de abertura do Campeonato e onde deixou bem patente a força e ambição que norteava os campeões nacionais, o FC Porto cedeu o primeiro ponto na segunda jornada, em Vidal Pinheiro frente ao Salgueiros.
Sem rubricar exibições fulgurantes, fustigada por lesões em série, a equipa de Artur Jorge soube responder ao infortúnio com muito querer e determinação, mantendo-se nos lugares cimeiros e aproximando-se semana a semana das exibições de grande classe patenteadas na época anterior.
O FC Porto chegou ao final da primeira volta com dois pontos de atraso em relação aos seus rivais de Lisboa. Nessa altura, a recuperação de lesões de alguns jogadores que se viram privados de dar o seu contributo, como a de Eurico, por exemplo, bem como o maior entrosamento das aquisições (Eloi, Juary, Madjer, Laureta, Casagrande...) davam novo alento à formação.
A vantagem dos rivais deixava os pasquins eufóricos, apontando-os como futuros campeões. Artur Jorge, sempre muito fleumático afirmava que as contas se faziam no fim, deixando transparecer um clima de confiança que contagiava os seus jogadores. O campeonato é uma prova de regularidade e o FC Porto acabou mesmo por ser o mais regular, chegando à 28ª jornada no comando da classificação. Cada jogo era uma final, pois não se podia perder pontos. Setúbal no Bonfim e Covilhã nas Antas eram as jornadas finais. O campeonato estava ao rubro.
No Bonfim os Dragões confirmaram a sua vontade de serem campeões triunfando por 0-1.
No último jogo o Estádio das Antas engalanou-se e tornou-se pequeno para albergar todos quantos queriam assistir à consagração dos campeões.
O Jogo foi terrível. O Sporting da Covilhã não veio para facilitar, bem ao contrário. Houve muito esforço, muita expectativa, muito sofrimento e no final muita alegria.
No último jogo o Estádio das Antas engalanou-se e tornou-se pequeno para albergar todos quantos queriam assistir à consagração dos campeões.
O Jogo foi terrível. O Sporting da Covilhã não veio para facilitar, bem ao contrário. Houve muito esforço, muita expectativa, muito sofrimento e no final muita alegria.
O jogo até começou bem com o Porto a dominar e a chegar ao golo muito cedo, por André na marcação de uma grande penalidade. Em contra-ataque o Covilhã empatou terminando a primeira parte com esse resultado.
Os adeptos mantinham-se confiantes, porque o Porto jogava bem, embora não estivesse a ser eficaz. Os serranos fizeram o segundo golo e por momentos a multidão ficou incrédula, silenciosa e apreensiva. Será que o sonho se iria tornar em pesadelo?
Fernando Gomes, o Bi-bota, deu a resposta. Abriu o livro e marcou um golo de antologia. O povo não resistiu e exultou de alegria. Os bombeiros entraram então em grande azáfama para socorrer os menos resistentes a tanta emoção.
Mas o empate não era suficiente e o Covilhã continuava perigoso, nos cada vez menos frequentes contra-ataques venenosos.
Gomes voltou então a fazer o gosto ao pé, apontando o terceiro golo e lançando definitivamente a equipa para a vitória que viria a ser alicerçada com novo golo, agora por Eloi, fixando o resultado final em 4-2.
Um ano depois, as gentes do Porto voltaram a sair à rua para festejar o segundo título consecutivo, que premiou a regularidade da equipa, a organização do departamento de futebol que soube sempre responder eficazmente aos inúmeros problemas que se lhe depararam ao longo da temporada, nomeadamente através do reforço do plantel, anormalmente assolado por problemáticas lesões. O "bis" foi pois a recompensa merecida dos dirigentes, técnicos e jogadores, que formaram uma "máquina" quase impossível de travar.
Os adeptos mantinham-se confiantes, porque o Porto jogava bem, embora não estivesse a ser eficaz. Os serranos fizeram o segundo golo e por momentos a multidão ficou incrédula, silenciosa e apreensiva. Será que o sonho se iria tornar em pesadelo?
Fernando Gomes, o Bi-bota, deu a resposta. Abriu o livro e marcou um golo de antologia. O povo não resistiu e exultou de alegria. Os bombeiros entraram então em grande azáfama para socorrer os menos resistentes a tanta emoção.
Mas o empate não era suficiente e o Covilhã continuava perigoso, nos cada vez menos frequentes contra-ataques venenosos.
Gomes voltou então a fazer o gosto ao pé, apontando o terceiro golo e lançando definitivamente a equipa para a vitória que viria a ser alicerçada com novo golo, agora por Eloi, fixando o resultado final em 4-2.
Um ano depois, as gentes do Porto voltaram a sair à rua para festejar o segundo título consecutivo, que premiou a regularidade da equipa, a organização do departamento de futebol que soube sempre responder eficazmente aos inúmeros problemas que se lhe depararam ao longo da temporada, nomeadamente através do reforço do plantel, anormalmente assolado por problemáticas lesões. O "bis" foi pois a recompensa merecida dos dirigentes, técnicos e jogadores, que formaram uma "máquina" quase impossível de travar.
Artur Jorge utilizou 28 jogadores ao longo das 30 jornadas: André, Celso, Edevaldo, Eduardo Luís, Elói, Eurico, Festas, Frasco, Futre, Gomes, Inácio, Jaime Magalhães, João Pinto, José Albano, Juary, Laureta, Lima Pereira, Madjer, Matos, Mlynarczyk, Paquito, Paulo Ricardo, Quim, Semedo, Vermelhinho, Vitoriano, Walsh e Zé Beto.
O Porto somou 49 pontos, em consequência de 22 vitórias, 5 empates e 3 derrotas. Marcou 64 golos (melhor ataque com os mesmos golos do Sporting) e sofreu 20 (2ª melhor defesa, atrás do Benfica com 13). Benfica a dois pontos e Sporting a três, foram os 2º e 3º classificados, respectivamente.
PAULO FUTRE
Atleta da formação do Sporting, foi contratado por Pinto da Costa em 1984, numa operação relâmpago, em resposta à investida dos leões aos dois jogadores do Porto, Sousa e Jaime Pacheco, que tornaram tensas as relações entre os dois clubes.
O clube lisboeta propunha-se emprestar o jogador, nessa época, à Académica de Coimbra.
Dotado de um pé esquerdo fabuloso, rapidez de execução e drible fácil, Futre encantou as Antas, Portugal e a Europa.
Foi bicampeão nacional pelo FC Porto (1984/85 e 1985/86), ganhou duas supertaças (1983/84 e 1985/86) e foi campeão europeu (1987), onde viria a ter uma exibição memorável, despertando a cobiça de grandes clubes europeus.
Foi transferido para o Atlético de Madrid por 100 mil contos (500 mil euros), protagonizando a transferência mais cara até então do futebol português. Também em Espanha Futre foi uma referência do Atlético onde ficou como um dos mais exuberantes jogadores que por ali passaram.
O clube lisboeta propunha-se emprestar o jogador, nessa época, à Académica de Coimbra.
Dotado de um pé esquerdo fabuloso, rapidez de execução e drible fácil, Futre encantou as Antas, Portugal e a Europa.
Foi bicampeão nacional pelo FC Porto (1984/85 e 1985/86), ganhou duas supertaças (1983/84 e 1985/86) e foi campeão europeu (1987), onde viria a ter uma exibição memorável, despertando a cobiça de grandes clubes europeus.
Foi transferido para o Atlético de Madrid por 100 mil contos (500 mil euros), protagonizando a transferência mais cara até então do futebol português. Também em Espanha Futre foi uma referência do Atlético onde ficou como um dos mais exuberantes jogadores que por ali passaram.
3 comentários:
nessa época aconteceu um pequeno milagre. já agora, uma pequena correcção, o porto assumiu a liderança à 29ª (e penultima jornada) e não à 28ª.
a 2 jornadas do fim, o benfica era lider com mais 2 pts que o porto e recebia o sporting, enquanto o porto ia ao bonfim.
o sporting que há 20 anos não ganhava na Luz, deu uma ajuda e venceu 2-1 com 2 golos na 1ª parte. ao mesmo tempo, o porto vencia com um golo do futre à beira do intervalo numa grande jogada individual.
a 1 jornada do fim, porto e benfica empatados, mas o porto tinha vantagem nos jogos entre eles, quando quase nunca tinha sido lider nesse campeonato. depois foi esse sofrimento com a covilhã, no ultimo jogo antes do rebaixamento das Antas enquanto o boavista deu uma ajuda e venceu o benfica 1-0. ou seja, o porto recuperou 4 pts em 2 jogos, no tempo em q a vitória só valia 2.
e o mais importante é que esse titulo foi tão decisivo que levou depois o porto a ganhar a TCE em Viena na temporada 86/87
grandes memórias ;)
Grandes momentos e grande sofrimento no Bonfim, com o jogo do F.C.porto a acabar primeiro...deves imaginar o que todos passamos até acabar o jogo da Luz. Bem depois foi a festa, apesar do Covilhã que era orientado pelo Vieira Nunes cunhado do A.Jorge nos ter feito a vida negra e já estava despromovido?!...
Um abraço
Caro Amigo:
Uma correcção se não se importa -
Futre ganhou apenas uma e não duas Supertaças Cândido de Oliveira.
>A que ganhou: 1983-84 (jogo final disputado a 30/5/1985);
>A que não ganhou: 1985-86 (jogo final disputado em 26/11/1987). Nesta última data já Futre estava em Espanha.
Um abraço. Cumprimentos.
Fernando Moreira - Vila Real
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