quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

UMA VITÓRIA HISTÓRICA

Antes de se ter estreado nas competições organizadas pela UEFA, mais precisamente na época de 1956/57 na Taça dos Clubes Campeões Europeus, o FC Porto viveu um momento inolvidável de glória extraordinária, que alimentou durante décadas o imaginário azul e branco. Refiro-me à vitória sobre o Arsenal de Londres em 1948.

Esta equipa inglesa era, na altura, considerada a mais poderosa do mundo. Por curiosidade, alguns distintos portistas equacionaram até copiar-lhes o equipamento, no momento de definir as cores do Clube, após a refundação.

Arsenal F.C. 1948/49 - Back row, left to right: Forbes, Wade, L. Smith, G. Male,, D. Compton, Mercer. Second row: Jack Crayson (Staff), Lewis, Fields, Swindin, L. Compton, Macpherson, Milnes (trainer). Third row: Scott, McCauley, Whittaker (manager), Rooke, Barnes. Front row: Bryn Jones, Roper, Logie.


Chegava a Portugal depois de uma digressão vitoriosa pela Europa. Os seus jogadores constituíam a base da selecção inglesa que um ano antes infligira uma das mais pesadas e humilhantes derrotas à nossa congénere (10-0).

O Arsenal defrontou o Benfica, no Estádio Nacional a quem bateu por uns claros 0-4, levando a imprensa da capital a afirmar que os «gunners» eram a melhor equipa que jogara até então em Portugal.

Consta que no final desse jogo, e perante a goleada sofrida, houve portugueses que disseram a elementos do Arsenal: «se aqui venceram por 4-0, no Porto vencerão por mais. O FC Porto só tem um jogador importante, o Araújo.»

Foi esse mesmo Arsenal, que na Cidade Invicta, sucumbiu perante o FC Porto, por 3-2, em 6 de Maio de 1948, no Estádio do Lima.

Os bilhetes para o jogo contra o Arsenal custavam 80 escudos e para irem ao Estádio do Lima os portuenses vestiram os seus melhores fatos e muitas senhoras sentaram-se nas bancadas como se estivessem na ópera. Preço alto mas não foi impeditivo de uma enchente de 20.000 espectadores.

Quando se esperava que o FC Porto tivesse o mesmo destino do SLB, os azuis-e-brancos presentearam os seus adeptos com uma exibição memorável.

Aos 30 minutos, e para espanto de todos, o FC Porto vencia por 3-0, com golos de Araújo e dois de Correia Dias.

Até ao final do jogo, os restantes minutos foram de uma resistência heróica, com alma até Almeida perante a avalanche britânica, numa reedição da lenda de David e Golias, recompensados por uma sensacional vitória final por 3-2.

Treinado pelo argentino Eládio Vachetto, a equipa portista alinhou com Frederico Barrigana, Alfredo Pais, Francisco, Virgílio, Romão, Joaquim, Lourenço, Araújo, Correia Dias, Gastão e Catolino.

1-0 aos 9' por ARAÚJO

Gastão abriu para Joaquim que endossou a Araújo. A cerca de 30 metros rematou com impecável direcção, indo a bola entrar no ângulo superior esquerdo, depois de tabelar no poste

2-0 aos 18'por CORREIA DIAS

Joaquim abriu em profundidade para Lourenço seguindo a bola para Araújo que com um leve toque a colocou em Correia Dias rematando a meia altura sem possibilidade de defesa.

3-0 aos 20' por CORREIA DIAS

Triangulação entre Gastão ,Joaquim e Araújo foi inteligentemente aproveitada para atrair a si a defesa. No momento preciso um passe para Correia Dias que marca o golo.

Esta jornada, tão marcante quanto gloriosa, levou a que um grupo de sócios, num momento de exaltação do orgulho clubístico, mandasse edificar um monumento comemorativo do triunfo sobre os «gunners», que é ainda hoje um dos mais extraordinários e maravilhosos troféus da imensa colecção portista, ainda que mais de valor sentimental mas também de valor desportivo enorme, pelo menos para os portistas que durante muitas décadas não viveram outra vitória tão histórica.


Fontes: Glórias internacionais, de Alfredo Barbosa, Site Futebolar e Blogue Memória Azul

3 comentários:

dragao vila pouca disse...

Grande página de história portista.

Que esse momento inesquecível nos inspire para quarta-feira.

Um abraço

Anônimo disse...

Túnel da Luz:

Sindicato critica silêncio do presidente da Liga

Evangelista fala em «danos graves no futebol português»

O presidente do Sindicato de Jogadores criticou nesta quinta-feira o silêncio do presidente da Liga, relativamente ao caso do túnel da Luz, que resultou (para já) em suspensões preventivas de Hulk e Sapunaru, jogadores do F.C. Porto.

«Acho que o presidente da Liga é inteligente, compreende esta mensagem e acho que lhe ficava bem pronunciar sobre o assunto. No futebol português, estamos habituados ao silêncio de alguns dirigentes sobre temas nucleares», disse Joaquim Evangelista, citado pela agência Lusa.

O líder do Sindicato defende que a morosidade do processo «está a causar danos graves no futebol português, numa altura em que a crispação é tão grande». «Foi ele próprio (Hermínio Loureiro) que no início do mandato como presidente da Liga disse que o que mais importava era os jogadores, os treinadores e os árbitros. Neste caso, tem que se lembrar dos jogadores», acrescentou Evangelista.
in Maisfutebol

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Só agora ?!

Tão Frouxo ?!

Anônimo disse...

Um Belo momento da historia do FCP.